terça-feira, 22 de novembro de 2011

Diabéticos são discriminados em Portugal IDF Europa revela estudo que aponta para realidade alarmante

No âmbito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala na próxima segunda-feira, a Federação Internacional da Diabetes-Região Europa (IDF Europa), alerta para os casos de discriminação das pessoas com esta doença, não só os adultos como dos mais novos nas escolas, o que promove a sua exclusão social e dificuldade de aprendizagem.

“A discriminação das crianças com diabetes é alarmante e uma realidade que ainda existe. Os problemas vão desde a recusa no acesso a creches ou escolas pré-primárias ou não dar as condições necessárias para a administração de insulina ou a medição dos níveis de açúcar no sangue, passando pela exclusão nas actividades desportivas e viagens escolares”, alerta João Nabais, presidente eleito da Federação Internacional da Diabetes-Região Europa.

E acrescenta: “As pessoas com diabetes são penalizadas no seu local de trabalho, e em mais de 150 por cento em seguros de vida para compra de habitação, ou simplesmente são excluídas dos seguros de saúde porque esses não têm cobertura. Existem também casos de discriminação nos clubes sociais, nas famílias, na obtenção de um empréstimo bancário e mesmo no acesso a emprego de certas profissões”.

Polícia, condutor de ambulâncias, bombeiro, marinheiro, taxista, motorista de autocarros ou controlador aéreo são as profissões, em Portugal, em que as pessoas com diabetes afirmam ser excluídas no acesso ao emprego, segundo um estudo realizado pela IDF.

“No caso do acesso às cartas de condução, por exemplo, a diabetes é considerada como um problema de saúde que afecta a aptidão para a condução e como tal, as pessoas com esta doença têm de revalidar a sua carta dez vezes ao longo da sua vida; logo os custos indirectos com revalidações de cartas de condução, em Portugal, ascende os 216 milhões de euros”, explica ainda João Nabais.

“Acredito que podemos fazer a diferença e começar já a actuar pela mudança, pois não podemos ficar de braços cruzados, por um lado, ao ver os números de diabéticos a aumentar em flecha, e por outro lado, ao saber que existem diabéticos que sofrem discriminação pela sua doença”, conclui João Nabais, de 43 anos, diabético desde os 12 anos, e o primeiro português a assumir a presidência da federação.

A diabetes tipo 1 é uma doença crónica provocada pela falta absoluta de insulina devido à destruição de células do pâncreas que produzem esta hormona. A diabetes tipo 2, também conhecida como diabetes não-insulino dependente, ocorrem em pessoas que herdaram uma tendência para a doença (história familiar), e que, devido a hábitos de vida e de alimentação errados, e por vezes, ao stresse, vêm a sofrer da diabetes quando adultos. Estima-se que as pessoas com diabetes tipo 2 morrerão cinco a dez anos antes do que as pessoas sem diabetes.

Actualmente, a doença é considerada a principal causa de insuficiência renal, cegueira e amputação de membros inferiores. A monitorização de níveis que lhe estão associados, como a glicose no sangue ou os corpos cetónicos na urina, constituem a principal ferramenta na gestão diária da vida das pessoas com diabetes, permitindo assim traçar directrizes adequadas para o tratamento

Café também reduz risco de desenvolver Diabetes Tipo 2Quatro chávenas por dia pode diminuir incidência da doença

Para além de ter um efeito protector contra o cancro, o café pode diminuir em mais de 30 por cento o risco de desenvolver Diabetes Tipo 2 se forem consumidas, em média, quatro chávenas por dia.

A conclusão pertence a um estudo norte-americano analisado e publicado no relatório do Centro de Investigação de Medicina Baseada na Evidência (CEMBE), da Faculdade de Medicina de Lisboa.

A investigação envolveu cerca de 12 mil homens e mulheres com idade média de 54 anos, brancos e negros e não diabéticos no início do estudo.

O consumo de café nos 12 meses anteriores foi avaliado por questionário dietético e classificado em graus (número de chávenas por dia).

Os resultados revelaram uma associação inversa entre o consumo de café e a incidência da Diabetes tipo 2, uma vez que os grupos com maior consumo de café apresentavam o menor risco.

Segundo António Vaz Carneiro, director do CEMBE, as associações entre o café e a Diabetes Tipo 2 são “consistentes e importantes, seguem um padrão dose-dependente e mantêm-se em pacientes obesos e sedentários, com ingestão ou não de álcool, em novos e velhos, mulheres e homens”. Por outro lado, esta relação parece ser ainda “independente de outros factores de risco conhecidos da dieta e estilos de vida”.

Estes aspectos conjugados permitem concluir que “a ingestão crónica de café pode reduzir significativamente o risco de Diabetes tipo 2”, sublinha o responsável.

Pensar em “zebras” pode salvar vidas Dia Mundial de Sensibilização para os Tumores Neuroendócrinos assinalado amanhã

Os estudantes de medicina são, muitas vezes, relembrados: "Quando ouvirem o som de cascos a aproximarem-se, pensem em zebras, não em cavalos”. Segundo o «Net Cancer Day», “estes profissionais são estimulados a procurarem as condições menos comuns (zebras) – como cancros neuroendócrinos”.

Esta patologia tem sido integrada nas doenças raras, mas existem, matam, já populam milhões de pessoas e, em 50 por cento dos casos, são diagnosticados tardia e incorrectamente; por isso, é importante assinalar o Dia Mundial de Sensibilização para os Tumores Neuroendócrinos (NET), que comemora amanhã a sua 2ª edição.

Contudo, Ana Paula Santos, endocrinologista do Instituto Português de Oncologia (IPO) e coordenadora do Grupo de Estudos dos Tumores Neuroendócrinos, sublinhou ao «Ciência Hoje» que “eram raros, mas já não se podem considerar assim, porque nas últimas três décadas, aumentaram em cinco vezes e o diagnóstico correcto surge com os primeiros sinais de progressão da doença (metastização), decorrendo daqui a necessidade de um melhor conhecimento deste tipo de tumores”.

São cancros derivados de células dispersas do sistema neuroendócrino, presentes em muitos órgãos, incluindo o trato gastrintestinal, pâncreas, vias biliares, ovário, pulmão, testículo, trato urinário, mama, tireóide, timo. «Pense Zebra» (Think Zebra) é o mote da campanha, “especialmente dirigida aos médicos especializados e clínicos gerais, de forma a alertá-los alertar para a necessidade da sua detecção precoce e diagnóstico”.

A médica do IPO alerta para “o mito da progressão lenta” do tumor, já que “alguns têm um comportamento mais agressivo”. Não é uma doença na qual se possa antecipar o diagnóstico, mas é importante avaliar todos os sintomas. “A sociedade recomenda que todos os tumores, mesmo os ‘aparentemente’ benignos sejam considerados potencialmente malignos”, relembrou.

É necessário pensar neles, mesmo quando os sintomas são vagos, “tal como o cólon avermelhado ser confundido com a síndrome do intestino irritável”, mas pode, na verdade, ser uma manifestação de tumor neuroendócrino. Neste caso, o paciente sofre alterações psicológicas como depressão e ansiedade e “perante todas as queixas do doente, o médico deve fazer o despiste, mesmo sendo sinal de outra patologia”, sublinhou ainda.



Campanha alerta profissionais de saúde para diagnóstico precoce.
Ana Paula Santos revelou que o intestino delgado e o pâncreas são “sem dúvida” os órgãos mais afectados. Ainda não existe uma estimativa do número de incidência da doença em Portugal, mas já está em curso um projecto para a realização de um estudo de casos.

Um dia de consciencialização

Ao longo do dia de amanhã, vários doentes e profissionais de saúde – da Austrália à Europa, passando pela América do Norte – estarão em directo na página do «Net Cancer Day» através da partilha de diversas acções de comunicação e vídeos relativos aos NET. Para além disso, decorrerá também uma campanha nas redes sociais, na qual se poderá participar através das acções "Like" e «Think Zebra» (mascote da campanha).

Em Portugal, esta iniciativa conta novamente com a adesão do Grupo de Estudos dos Tumores Neuroendócrinos (GE-TNE) da SPEDM (Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo) – criado com o intuito de optimizar a detecção e terapêutica deste tipo de tumores e que, ao associar-se a esta acção, tem como objectivo alertar para esta patologia de tão difícil diagnóstico.




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Novo fármaco contra obesidade ‘mata’ a gordura Estudo de equipa norte-americana está publicado na «Science Translational Medicine»

Investigadores da Universidade do Texas e do Anderson Cancer Center (EUA) testaram com êxito um tratamento contra a obesidade. O novo fármaco chamado Adipotide provoca perda de peso e elimina a gordura acumulada no abdómen. Ao contrário de outros fármacos com a mesma finalidade, que cortam o apetite ou impedem a absorção de gorduras, este imita o mecanismo de acção de alguns dos tratamentos contra o cancro que cortam o fornecimento de sangue e oxigénio aos tumores para deixá-los sem nutrientes e ‘matá-los à fome’.

Seguindo esta estratégia, o medicamento dirige-se às células de gordura branca, as mais prejudiciais ao organismo. Estas morrem e são reabsorvidas pelo organismo. Até agora, a eficácia do método só foi provada em macacos e os resultados do estudo aparecem na «Science Translational Medicine».


Após um mês de tratamento com injecções diárias, os animais perderam 11 por cento do seu peso corporal. O peso, a circunferência abdominal e o índice de massa corporal (proporção peso/altura) continuaram a cair durante três semanas após o tratamento.

Além disso, os animais melhoraram a sua resistência à insulina, indicador que leva ao desenvolvimento da diabetes tipo 2. O desaparecimento da gordura branca demonstrou-se em imagens de ressonância magnética antes e depois do tratamento.

Quanto a efeitos secundários, não houve nada de grave a assinalar. Os animais não perderam o apetite nem mostraram sinais de náuseas. O único efeito adverso observou-se nos rins. No entanto, os investigadores esclarecem que este problema é previsível e reversível.

Apesar de a gordura ser essencial para manter o equilíbrio energético e ajudar a regular a temperatura do corpo, nem toda ela é igual. Como no colesterol, existe uma gordura boa que queima energia para manter a temperatura adequada e a má que armazena as calorias a mais. Esta última, a gordura branca, aumenta o risco de problemas cardiovasculares.

Artigo: A Peptidomimetic Targeting White Fat Causes Weight Loss and Improved Insulin Resistance in Obese Monkeys

Investigação abre caminho para nova vacina contra a malária Investigadores ingleses descobriram como parasita invade glóbulos vermelhos

Cientistas do Wellcome Trust Sanger Institute, no Reino Unido, descobriram a forma como o Plasmodium falciparum invade os glóbulos vermelhos, o que poderá abrir caminho ao desenvolvimento de uma vacina, noticia hoje a revista científica «Nature».

"A nossa descoberta foi inesperada e mudou completamente a forma como vemos o processo de invasão" do parasita no sangue humano, explicou Gavin Wright, do Wellcome Trust Sanger Institute, co-autor da investigação. "Parece ter revelado um calcanhar de Aquiles na forma como o parasita invade os glóbulos vermelhos. É recompensador ver como a nossa técnica pode ser usada para responder a problemas biológicos importantes e lançar as fundações para novas terapias", disse ainda.

A malária mata aproximadamente um milhão de pessoas todos os anos, sobretudo crianças com menos de cinco anos na África subsaariana, mas ainda não há uma vacina disponível. A descoberta de Gavir Wright e dos seus colegas permite entender como a mais mortal das espécies do parasita da malária, Plasmodium falciparum, invade os glóbulos humanos nos seres humanos. Através de uma técnica desenvolvida no Wellcome Trust Sanger Institute, descobriram que o parasita depende de um único receptor na superfície do glóbulo vermelho, o que parece abrir caminho ao desenvolvimento de uma vacina.

O estágio sanguíneo do ciclo de vida do Plasmodium começa quando o parasita invade os glóbulos vermelhos e é esta fase que é responsável pelos sintomas e pela mortalidade associada à doença. Há muitos anos que os cientistas tentam desenvolver uma vacina que impeça o parasita de entrar nos glóbulos vermelhos, mas até agora não tiveram êxito.

Um dos problemas é que o parasita é adaptável. Embora muitos receptores dos glóbulos vermelhos tenham sido identificados, até agora nenhum mostrara ser essencial: quando se impedia a entrada por um dos receptores, o parasita mudava para outro. A descoberta agora divulgada mostra que há um receptor que é essencial ao parasita para invadir.

Além de identificarem esta interligação, os cientistas demonstraram que interrompê-la bloqueia completamente o acesso do parasita ao glóbulo vermelho. E isto verificou-se em todas as estirpes do parasita que foram testadas, o que parece indicar que este receptor é uma porta de entrada universal. Os investigadores esperam que a dependência do parasita nesta proteína possa agora ser explorada para desenvolver uma vacina.

"Ao identificar um único receptor que parece ser essencial para o parasita invadir os glóbulos vermelhos do sangue humano, também identificámos um foco óbvio e muito interessante para o desenvolvimento de uma vacina", disse Julian Rayner, co-autor da investigação. "A esperança é que este trabalho leve a uma vacina eficaz".

A vacinação contra a malária será a forma mais simples e com melhor relação custo-benefício para proteger as populações contra a doença. No entanto, para que esta abordagem funcione a nível da população, a vacina tem de ser altamente eficaz para que a vasta maioria das pessoas vacinadas fique imune à doença. A investigação do Wellcome Trust poderá levar a este objectivo.

Células da glândula mamária caracterizadas 'in vivo'

Para definir a hierarquia celular da glândula mamária, durante as condições fisiológicas, uma equipa de investigação da Université Libre de Bruxelles (Bélgica), na qual participou a portuguesa Ana Sofia Rocha, executou experiências onde traçam a linhagem genética e a análise da glândula mamária de ratos durante o seu desenvolvimento ‘in vivo’. O estudo é hoje publicado na revista «Nature».

O interesse do grupo de trabalho era saber um pouco mais sobre a relação entre as células estaminais e as do cancro, ou seja, saber quais seriam as células que iriam mais tarde dar origem à doença. “Verificámos que as células da mama estavam muito mal caracterizadas”, avançou Ana Sofia Rocha ao «Ciência Hoje», acrescentando que “os trabalhos realizados nesta área são, geralmente, feitos em células isoladas, posteriormente injectadas em ratinhos e não directamente em condições fisiológicas tal como este”.

A cientista portuguesa explicou que o objectivo foi tentar descobrir “quais eram as potenciais células e onde estavam localizadas em condições normais, sem interferir directamente nos animais”. Até aqui, “todos os trabalhos dependiam de marcadores específicos e as células dos tecidos mamários eram isoladas e injectadas em ratos fêmeas com glândulas mamárias sem epitélio e verificavam se estas eram capazes de formar um novo epitélio”.

A equipa de investigação identificou “dois ou três marcadores em que as células eram de facto capazes de reproduzir uma glândula mamária nova”. Os resultados dependeram da reprodução ‘in vivo’, ou seja, aplicando uma técnica que ajuda a perceber como funcionam as coisas fisiologicamente (usando marcadores ‘gsp’), seguindo as diferentes linhagens celulares ao longo da vida do ratinho.

A vantagem desta técnica é o facto de não ser necessário extrair células dos animais, nem manipula-las, já que podem ser estudadas e acompanhadas no seu ambiente. A conclusão do estudo mostra que nos ratinhos adultos as duas linhagens celulares mamárias têm células estaminais mais diferenciadas do que se pensava. “Verificámos que a razão pela qual os trabalhos anteriores observavam a bipotencialidade foi por terem analisado células que foram retiradas do seu ambiente natural e, por isso, comportaram-se de maneira diferente”.

“As primeiras investigações usavam células extraídas dos ratinhos, posteriormente injectadas noutro modelo animal e este procedimento altera a capacidade das células", contou ainda a Ana Sofia Rocha. O novo estudo mostra que usando a mesma estratégia, o resultado mantinha-se, mas se forem estudadas no tecido (ambiente celular correcto), já não se verifica o mesmo resultado. “Na prática, para conseguir resultados correctos, o estudo tem de ser reproduzido em tecidos ‘in vivo’”, assegurou.

Penalizada pela idade

Ana Sofia Rocha integrou o laboratório da universidade belga em Abril de 2008, no âmbito do seu projecto de pós-doutoramento e há já três anos que se dedica ao estudo do cancro da mama. A investigadora portuguesa iniciou a sua investigação em cancro da tiróide.

Confessou ao «Ciência Hoje» que terá possivelmente de mudar novamente de área, por não ter uma posição fixa. “É surpreendente o que acontece aqui e não é positivo saber que o meu acesso a todo e qualquer financiamento está bloqueado porque me consideram acima da idade”. Gostaria de continuar o meu trabalho nesta área, mas aqui estou limitada por ter 37 anos”, lamentou.






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Comer bolo num dia especial, com insulina não faz mal

A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) assinala o Dia Mundial da Diabetes, hoje, com a iniciativa «Comer bolo num dia especial, com insulina não faz mal». Os jovens diabéticos vão distribuir bolo, na estação de Metro do Marquês de Pombal, em Lisboa, das 18h30 às 20h, com o objectivo de desmistificar a doença.

O objectivo da acção é mostrar que com as devidas precauções e controlo é possível que todas as pessoas com esta condição possam ter uma vida normal. Segundo Carlos Neves, presidente da AJDP e diabético tipo 1, “é importante que a diabetes não condicione a nossa vida, mas sim que a nossa vida condicione o modo como a controlamos. Um diabético pode ser feliz e ter a vida que bem entender, quando aprende a gerir a doença”.

A diabetes do tipo 1 é uma doença crónica, que se desenvolve quando o pâncreas pára de produzir a insulina de que o corpo necessita e, consequentemente, os níveis de açúcar no sangue sobem. A diabetes tipo 2, mais predominante, é caracterizada pela resistência à insulina e é provocada essencialmente por maus hábitos alimentares e sedentários. Estima-se que em Portugal existam mais de 980 mil portugueses com diabetes, 44 por cento dos quais não diagnosticados. A doença afecta ainda perto de 2600 jovens entre os 0 e os 19 anos de idade.

O Portal da Saúde sublinha que a diabetes não impede ninguém de ter uma vida perfeitamente normal e autónoma. Contudo, é fundamental que o diabético se ajude a si mesmo, autocontrolando a sua doença. Aliás, se as pessoas forem determinadas neste papel de autovigilância, a sua vida ficará muito facilitada.

Sintomas típicos

Os sintomas típicos da diabetes, nos adultos, são: urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria), sede constante e intensa (polidipsia), fome constante e difícil de saciar (polifagia), fadiga, comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais e a visão turva.
Nas crianças e jovens, a diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se: Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama, ter muita sede, emagrecer rapidamente, sentir grande fadiga, associada a dores musculares intensas, comer muito sem nada aproveitar, ter dores de cabeça, náuseas e vómitos.

É importante ter presente que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos. Nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos.

O objectivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença.

Olhos piscam menos cinco vezes por minuto frente ao computador

A utilização intensiva de computadores é um tema que começa a preocupar as sociedades mais desenvolvidas e os especialistas alertam para os sucessivos malefícios oculares causados pelo cansaço. Passar horas a fio perante um ecrã de computador diminui a frequência do piscar de olhos, em média, menos de cinco vezes por minuto – aumentando os sintomas do olho seco e da fadiga ocular, levando dores de cabeça, visão turva, sensibilidade à luz e contribui para que os olhos fiquem secos e irritados.

Segundo explicou ao jornal «Ciência Hoje», o oftalmologista Castro Neves, “os olhos estão preparados para ver ao longe e quando focam um objecto a curta distância o esforço é maior, levando a mais concentração e, consequentemente, a um maior cansaço ocular”.

Quando o olho foca um objecto que se encontra perto, faz ajustes imperceptíveis e incontroláveis para conseguir fazê-lo, como, por exemplo, quando usamos o zoom numa câmara digital. Esses ajustes são chamados de microflutuações da acomodação visual e são realizados através das contracções de um músculo no olho. No entanto, tal como todos os músculos, o esforço contínuo leva a um stresse das funções oculares e ao cansaço e, por conseguinte, os olhos são incapazes de focar correctamente, levando assim à fadiga ocular.

O também coordenador da unidade de Oftalmologia do hospitalcuf Porto avançou que “as pessoas que trabalham frente ao computador devem pestanejar frequentemente para proporcionar um certo descanso aos olhos", na medida em que os humedece e limpa – fomentando "a distribuição frequente do fluido lacrimal e evitando ardências e secura ocular”.
A fadiga visual, também designada como Síndrome Visual do Utilizador de Computador ou CVS (Computer Vision Syndrome), atinge entre 70 e 90 por cento daqueles que trabalham com materiais informáticos.

Recomendações

A quem tem necessariamente de passar muito tempo a trabalhar no computador, o médico recomenda que “desvie o olhar de hora a hora e o fixe no horizonte durante alguns minutos”. Castro Neves alerta também para o facto de ser “preciso regular o brilho e contraste do monitor e evitar o reflexo das luzes ambientais no mesmo”.

Além destes conselhos, o oftalmologista conclui que, “de uma forma geral, proteger os olhos da luz solar, fazer um ‘check-up’ à visão, evitar estar muitas horas a olhar fixamente para o computador, pestanejar várias vezes, desviar o olhar e manter uma dieta rica em fruta e legumes podem conduzir a uma boa saúde ocular”.

O olho é o órgão sensorial que permite ver e reagir ao ambiente, e aquele de que temos mais recordações mentais. Para manter os olhos saudáveis, basta cuidá-los através de alguns gestos.

A frequência com que os olhos devem ser examinados difere com a idade e doenças associadas. Castro Neves refere que “os adultos saudáveis devem fazer pelo menos um exame oftalmológico entre os 20 e os 40 anos. Antes da entrada para a escola, é importante que as crianças façam despiste e descoberta de alguns problemas oculares. Após os 40 anos, o exame ocular deve ser realizado de dois em dois anos em pessoas saudáveis”.
Dicas para a redução dos sintomas de CVS
O monitor deve ficar 10 a 20 graus abaixo do nível dos olhos, a distância entre a tela e os olhos deve ser de 60 centímetros, o ecrã não deve estar em frente a uma janela, pois a luminosidade causa ofuscamento, nem de costas porque forma sombras e reflexos que causam desconforto, deve evitar-se o excesso de luminosidade das lâmpadas e luz natural pois as pupilas se contraem e geram cansaço visual, é importante regular a tela com o máximo de contraste e não de luminosidade e mantê-la limpa, a cada hora, deve-se descansar cinco a dez minutos do computador e piscar voluntariamente os olhos.

Tafamidis aprovado pela Comissão Europeia

A notícia pela qual muitos portugueses esperavam chegou hoje: o Vyndaqel (tafamidis), único medicamento capaz de travar a paramiloidose (conhecida por doença dos pezinhos), foi aprovado pela Comissão Europeia.

Num artigo publicado anteriormente no «Ciência Hoje» dava-se conta da polémica entre doentes e governo, que recusou a aprovação da aplicação do medicamento a título de excepção como o fizeram outros países europeus, antes da decisão da Comissão Europeia. De sublinhar que Portugal é o país europeu com mais casos desta doença neurodegenerativa, rara, hereditária e fatal.


No comunicado hoje divulgado pela Pfizer, farmacêutica que comprou a patente do tafamidis, afirma-se que esta aprovação “representa um avanço importante uma vez que o Vyndaqel é o primeiro e único medicamento aprovado actualmente para retardar o compromisso neurológico periférico em doentes com Polineuropatia Amiloidótica Familiar Associada à Transtirretina (PAF-TTR) de estádio 1”, ou seja no início dos primeiros sintomas.

“O dia de hoje marca um grande avanço para os doentes que vivem com PAF-TTR na União Europeia”, diz Yvonne Greenstreet, vice-presidente e líder do Medicines Development Group da Specialty Care Business Unit da Pfizer.

“Esta comunidade necessita urgentemente de uma terapêutica efectiva e estamos muito orgulhosos por disponibilizar o primeiro e único medicamento aprovado para o tratamento dos doentes com esta doença genética rara e debilitante”, sublinha.

Teresa Coelho, médica do Hospital de Santo António no Porto que participou nos ensaios clínicos do Vyndaqel afirma que “um diagnóstico de PAF-TTR, habitualmente realizado em jovens adultos, tem impacto quer no bem-estar psíquico quer emocional dos doentes e cuidadores e limita significativamente as suas actividades diárias”.

A farmacêutica está agora a trabalhar com as autoridades de saúde nacionais na União Europeia para lançar o novo tratamento e antecipa que os profissionais de saúde poderão prescrevê-lo em alguns países europeus no início de 2012.