quinta-feira, 20 de agosto de 2015

UTAD alerta para os riscos do consumo de bivalves  produzidos em ambientes poluídos


Sendo os bivalves organismos que se alimentam por filtração, o que em ambientes de águas poluídas constitui um sério perigo para a saúde pública, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) realizou um estudo, em colaboração com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), para avaliação dos riscos que ocorrem numa zona de produção destes moluscos na região do estuário do rio Mondego.

Este estudo, coordenado pela docente e investigadora da UTAD, Alexandra Esteves, e pela investigadora do IPMA, Sónia Pedro, deu lugar a uma tese de mestrado em Medicina Veterinária, de Vera Mónica Monteiro Ferreira, intitulada “Fontes de poluição do Estuário do Mondego: condicionantes para a aquacultura”, que procurou avaliar os teores e a variação da contaminação microbiológica dos bivalves existentes nas duas zonas de produção daquele estuário e o risco sanitário dos bivalves aí capturados.

O trabalho de campo baseou-se na identificação georreferenciada dos bancos de moluscos bivalves, identificação de fontes de poluição bem como recolha de amostras em vários bancos de bivalves no Braço Norte e Braço Sul do Estuário. Como resultado, verificaram-se valores superiores de indicadores fecais (Escherichia coli) no Braço Sul relativamente ao Braço Norte justificando-se pelo ponto de descarga de uma ETAR nesta mesma zona, bem como devido à sua hidrodinâmica que leva a tempos de residência muito elevados para a manutenção do ecossistema.

O estudo foi coordenado pela docente e investigadora da UTAD, Alexandra Esteves

Como recomendações deste estudo, “a produção destas espécies de moluscos junto às fontes de poluição deveria ser repensada ou estabelecida uma distância mínima entre estas e as zonas de produção, de forma a evitar a produção de bivalves em zonas contendo uma elevada contaminação bacteriológica onde estes animais são colhidos, mas apenas colocados no mercado para consumo humano após afinação prolongada ou transformação”.

Nos meses em que temperatura da água é mais elevada – conclui ainda a investigação –, “é recomendável a refrigeração rápida dos bivalves capturados, de modo a minimizar a multiplicação de bactérias pertencentes ao género Vibrio, e potencialmente patogénicas para o Homem”.

Tendo-se verificado ainda que apesar dos cuidados das ETAR’s os valores de indicadores fecais apresentados são muito elevados, o estudo recomenda também “a criação de um emissário próximo da costa de forma a controlar ou mesmo erradicar as descargas das ETAR nas zonas de produção de moluscos bivalves”.

Entre os riscos maiores que o consumo de bivalves representa, as investigadoras acentuam que, o facto de se alimentarem por filtração, pode gerar a acumulação nos seus tecidos de bactérias e vírus patogénicos que podem ocorrer nas águas das zonas de produção, tendo como origem principal esgotos urbanos não tratados ou com tratamento insuficiente. O consumo de organismos crus ou insuficientemente cozinhados, colhidos em zonas de águas contaminadas, pode causar doenças como gastroenterites e ainda levar a surtos de doenças infecciosas.

Aditivos mais naturais?Politécnico de Bragança publica estudo  com a Complutense, de Madrid

A Agência de Segurança Alimentar Europeia continua a colocar sob escrutínio alguns aditivos utilizados de forma massiva em muitos dos produtos que ingerimos: o ácido sórbico, o sorbato de potássio e o sorbato de cálcio, utilizados como conservantes, inibidores do crescimento de fungos e bactericidas. Estes conservantes existem na natureza em diversos alimentos e para a sua utilização na indústria são obtidos por síntese química. As quantidades diárias ingeridas, DDR – Dose Diária Recomendada, foram revistas tendo em conta novos dados científicos. Contudo, a utilização de aditivos, naturais ou sintéticos, é uma condição incontornável para consumir um alimento seguro, sem riscos de saúde para o consumidor.

Nesta linha, diversos investigadores da área alimentar têm direccionado os seus estudos para a utilização de aditivos naturais. Uma publicação muito recente na revista Trends in Food Science & Technology, em Junho 2015, de investigadores do Instituto Politécnico de Bragança e da Universidad Complutense de Madrid: “Natural food additives: Quo vadis?”, faz uma revisão dos aditivos naturais com poder antimicrobiano, antioxidante, adoçante ou de coloração, que foram testados ou estão já em utilização em produtos alimentares.

A disponibilização de alguns destes produtos naturais e a sua viabilidade económica ditarão as regras de um caminho a percorrer, que começa na ciência com a validação técnica da aplicabilidade de alguns dos aditivos naturais testados, seguindo assim as novas exigências dos consumidores.

Molhos à moda da CatólicaGarantem actividade antimicrobiana e antioxidante


A Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Católica Porto acaba de apresentar os resultados do projecto “Saucealth”, que se destaca pelo desenvolvimento de novos molhos, mais saudáveis e seguros, recorrendo a soluções antimicrobianas e a antioxidantes naturais e inovadoras. Durante a investigação – desenvolvida em parceria com a empresa Mendes Gonçalves – foram desenvolvidas novas fórmulas de molhos com compostos naturais, que asseguram a capacidade antimicrobiana, nomeadamente maionese, ketchup e mostarda.

A equipa de investigação, liderada por Manuela Pintado, apostou na utilização de compostos como extractos naturais citrinos, quitosana ou diacetato sódio (vinagre em pó) que, além de garantir a segurança necessária ao prazo de validade, demonstraram assegurar um produto de elevado valor sensorial. Alguns dos compostos utilizados permitiram, também, garantir uma atividade antioxidante relevante de elevada protecção do produto final.

Novos molhos com benefícios nutricionais

Manuela Pintado liderou a equipa da Católica

De forma a adequar os produtos às exigências nutricionais actuais foram desenvolvidas formulações com reduzido teor de sal, recorrendo a novas tecnologias (emulsão dupla) e aos aditivos naturais referidos, o que permitiu, mesmo com a redução de sal, a segurança do produto e qualidade sensorial esperada pelo consumidor. Refira-se, ainda, que para além de produtos com reduzido teor de sal, foram também desenvolvidas formulações de baixo teor de gordura e de açúcar, que contribuem assim para um benefício nutricional acrescido do produto final.

A participação da Escola Superior de Biotecnologia no projecto “Saucealth” centrou-se no apoio científico na selecção dos ingredientes e validação de todas as propriedades nutricionais e segurança das formulações. A parceria da Mendes Gonçalves – empresa com elevada experiência no desenvolvimento de formulações inovadores no mercado – e a Católica Porto demonstra, uma vez mais, como a ligação das empresas às universidades é crucial na criação de produtos inovadores para o consumidor.


INSA e OMS lutam contra a obesidade infantil Por João Sousa


O Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) vai colaborar com a Organização Mundial da Saúde (OMS) ao nível da nutrição e obesidade infantil. A colaboração estende-se a várias áreas de trabalho, sobretudo ao nível da vigilância e prevenção.

A colaboração com a OMS vai ter a duração de quatro anos, até Julho de 2019, e o INSA passa, até essa data, a designar-se centro colaborativo da OMS para a nutrição e obesidade infantil.

No âmbito deste acordo estão previstas “acções de divulgação de resultados nesta área, a organização de eventos técnico-científicos relacionados com a obesidade infantil, o apoio na identificação e divulgação de boas práticas a nível nacional, com vista à prevenção da obesidade infantil e à promoção do envelhecimento saudável activo”.

Contribuir para o trabalho na OMS "ao nível da monitorização da ingestão dietética e da composição de alimentos, em particular ao nível da quantidade de sal, gordura trans e teor de iodo presentes nos alimentos é outra das áreas de colaboração previstas”, segundo este organismo.

Fernando Almeida: «Portugal e o Ministério da Saúde estão assim na primeira linha de análise de um dos principais problemas de saúde pública a nível mundial»

Para Fernando de Almeida, presidente do INSA, a colaboração com a OMS “é uma distinção que vem dar justo reconhecimento ao bom trabalho que o Instituto vem realizando nesta importante área”.

O responsável acrescenta ainda: “tendo em conta que a OMS apenas indica para seus centros colaborativos serviços e instituições com créditos absolutamente inquestionáveis e firmados, Portugal e o Ministério da Saúde estão assim na primeira linha de análise de um dos principais problemas de saúde pública a nível mundial”.

A segurança alimentar, nutrição e estilos de vida são as áreas de actividade desenvolvidas no Departamento de Alimentação e Nutrição do INSA, tendo como objectivo “a promoção da saúde, a prevenção de doenças de origem alimentar e a melhoria do estado nutricional da população”.

Em Portugal, um terço das crianças com idades compreendidas entre sete e os nove anos apresenta excesso de peso, sendo 11 por

sábado, 15 de agosto de 2015

Dra Ernestina de Jesus

Dra Ernestina de Jesus
16/10 às 2:27 · Editado ·
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Quimioterapia pode prejudicar doentes terminais

A quimioterapia é um dos pilares mais credíveis no tratamento do cancro e tem salvo milhões de vidas. Contudo, um estudo publicado na passada quinta-feira pelo “Journal of the American Medical Association” (JAMA Oncology) aponta que utilizar tratamentos de quimioterapia em doentes com cancro em fase terminal pode causar mais mal do que bem.

O estudo baseou-se num grupo de 300 pacientes portadores de cancro com metástases, ou seja, tumores malignos já disseminados pelo corpo depois de surgirem num determinado órgão. A maioria dos doentes sujeitos à análise eram homens por volta dos 60 anos com perspectivas de vida na ordem dos quatro meses.

Metade dos pacientes da investigação receberam quimioterapia, um cocktail de químicos potentes e variáveis injetados no corpo para destruir as células cancerígenas e reduzir os tumores. Os efeitos secundários são muitos e variam de pessoa para pessoa: fraqueza, náuseas, fadiga, mucosite e queda de cabelo são os mais comuns.

O objectivo do estudo era examinar de que forma a quimioterapia afecta a qualidade de vida quando os doentes se encontram já numa fase terminal, particularmente em relação à sua capacidade de locomoção, realização de actividades e necessidades básicas.

Doentes pioraram

Baseados nas avaliações das pessoas encarregues de cuidar dos pacientes, que reflectiram sobre o sofrimento físico e psíquico nas últimas semanas de vida dos doentes, os investigadores notaram que a quimioterapia não melhorou a qualidade de vida dos pacientes que já tinham uma mobilidade limitada.

E aos que ainda eram capazes de realizar funções básicas, a quimioterapia fez com que a sua situação piorasse. O mesmo é falar numa diminuição de qualidade de vida.

Segundo o estudo dirigido por Holly Prigerson, do Weill Cornell Medical College e do Hospital Presbiteriano de Nova Iorque, "a quimioterapia não só não beneficiou os doentes com capacidades diminuídas, como também pareceu prejudicial para os pacientes em bom estado funcional"

O estudo baseou-se num grupo de 300 pacientes portadores de cancro com metástases

A investigação sugere que "as directrizes referentes ao uso da quimioterapia em pacientes com cancro terminal devam ser revistas para reconhecer os danos potenciais do uso da mesma em pacientes com doença metastática progressiva".

Num editorial que acompanha o trabalho, os médicos Carlos Blanke e Erik Fromme, da Oregon Health and Science University, argumentam que a mudança de directivas no uso da quimioterapia em todos os casos não é a solução mais correcta.

Mas incentivam os médicos a desaconselhar a utilização da quimioterapia em pacientes com cancro avançado apenas nos últimos meses de vida.

Dra Ernestina de Jesus

Psicologia Clinica Portimão-Dra Ernestina de Jesus

Estudou na Faculdade Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Membro Efectivo da Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica Cédula Profissional Nº 1528

Mestranda em Psicologia.

Especialista em Psicologia Clínica.

Psicóloga Clínica Ministério da Saúde.

Clínica Privada InterEgos

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·Stress e ansiedade;

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·Perturbações do comportamento alimentar (Anorexia, bulimia);

·Outras perturbações emocionais;

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· Psicoterapia individuais a adolescentes e adultos

Hepatite C “pode estar erradicada dentro de alguns anos”


Por ocasião do Dia Mundial da Luta Contra as Hepatites Víricas, hoje assinalado, a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) está optimista face aos avanços da investigação médica feita na área. A associação considera mesmo: “Podemos ser optimistas o suficiente para dizer que a hepatite C é uma doença que pode estar erradicada dentro de alguns anos".

O Presidente da SPG, José Cotter, admitiu que os pacientes dispõem de tratamentos "com elevadíssima taxa de eficácia, muito próxima dos 95%", mas revelou preocupação face a "uma pequena franja de doentes [que] não responde a estes tratamentos".

"[Esses pacientes] necessitarão de medicamentos alternativos que neste momento ainda não estão aprovados do ponto de vista negocial pela tutela", informou o também director do serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar do Alto Ave, afirmando que, no entanto, esta é "uma doença que pode estar erradicada dentro de alguns anos" face ao avanço da investigação médica nesta área.

O especialista alertou, ainda, para o carácter "silencioso" desta doença, que deve ser combatido através de "uma simples análise sanguínea", "pelo menos uma vez, na idade adulta".

No website oficial da SPG, a associação explica que “a hepatite C tem sido chamada a epidemia silenciosa porque a maioria dos doentes não tem sintomas e não sabe que estão infectados. Pode levar anos – mesmo décadas – para a doença progredir e aparecerem os primeiros sintomas”.

Se a infecção evoluir de modo silencioso, "o que vai acontecer é que, quando houver sinais, já vai estar numa fase muito avançada" e trazer complicações como a cirrose ou o cancro do fígado, que pressupõem "tratamentos muito complicados", nos quais, na maioria dos casos, o transplante é "o único recurso", salienta José Cotter.

A hepatite C associa-se mesmo a 25 a 30% dos casos de cancro do fígado a nível mundial e é hoje a principal indicação para transplante do fígado nos Estados Unidos da América e na Europa, referiu a SPG em comunicado, sublinhando a importância do rastreio para todos os casos de doença hepática.

De acordo com a SPG, o número de infectados em todo mundo com hepatite C é de 170 milhões. Em Portugal, calcula-se que existam 150 000 indivíduos infectados pelo vírus. Aproximadamente 85% das infecções nos adultos infectados evoluem para infecções crónicas. Vinte a trinta por cento dos doentes com hepatite C crónica desenvolvem cirrose hepática, que é uma forma mais avançada de doença.

No que toca aos casos de hepatite B, o presidente da SPG afirmou que se verifica um decréscimo a partir do momento em que a vacina entrou no Programa Nacional de Vacinação, não descurando a realidade de que "ainda existe uma parte substancial de cidadãos infectados".

"Dispomos de tratamentos eficazes, no sentido de não deixar avançar a infecção, nem deteriorar o fígado", referiu o especialista, admitindo que, "numa elevada percentagem de casos", não são a cura, mas sim um modo de controlar a doença e impedir que esta avance.

Em Portugal, a infecção pelo vírus da hepatite B pode atingir, segundo a SPG, 40.000 a 100.000 cidadãos, e estar presente em 15 a 20% dos doentes com cirrose hepática, "estádio final das doenças do fígado cujo único tratamento curativo será o transplante".

José Cotter alertou para o carácter "silencioso" desta doença

Na óptica da SPG, as hepatites víricas, "segunda causa mais frequente de cirrose em Portugal, atrás da cirrose de etiologia alcoólica", são "um problema de saúde pública mundial"que deve ser combatido através da "informação e sensibilização geral das populações, dos médicos de família, e de uma coordenada e eficaz resposta dos médicos especialistas em gastrenterologia e hepatologia [...], contando com um imprescindível empenhamento das instâncias estatais e governamentais".

Na senda do apelo de rastreio feito pela SPG, a SOS Hepatites vai estar hoje, na Praia de Santo Amaro de Oeiras, em Lisboa, até às 17h00, a oferecer rastreios à hepatite C a toda a população, como forma de assinalar o Dia Mundial das Hepatites.

Com o slogan "Faça o Rastreio. Salve o seu fígado", esta associação pretender também alertar para a necessidade de avaliar a situação do fígado, especialmente o dos portugueses nascidos entre 1950 e 1980.

Investigação da Universidade de CoimbraDe como a diabetes afecta a fertilidade


Os níveis elevados de açúcar não têm efeito directo nos espermatozóides, mas poderão comprometer a produção de esperma, contribuindo assim para a infertilidade masculina, evidencia um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC).

A investigadora do grupo de ‘Biologia da Reprodução e Células Estaminais’ do CNC acredita que «este trabalho constitui um passo importante no esclarecimento dos mecanismos de acção da diabetes no sistema reprodutor masculino, permitindo delinear novas abordagens para estudos futuros.»

A pesquisa realizou-se num sistema in vitro, possibilitando controlar e identificar todas as condições às quais os espermatozóides são expostos.

Artigo foi publicado no jornal Reproduction

O estudo é inovador por avaliar vários parâmetros de funcionalidade espermática que não são usualmente avaliados, mas que fornecem informação muito mais detalhada sobre esta célula tão particular.

Sandra Amaral nota que «nas últimas décadas se tem assistido a um notório aumento do número de casos da diabetes em todo o mundo sendo que, actualmente, ultrapassa já um milhão de casos em Portugal, constituindo um número preocupante numa população com a dimensão da nossa.»

A diabetes encontra-se já entre as principais causas de morte nos países desenvolvidos e tem efeitos prejudiciais em quase todos os sistemas de órgãos, não sendo o sistema reprodutivo uma excepção.

«Apesar de a diabetes ser uma doença multifactorial, existem várias indicações de que a hiperglicemia será o principal promotor das alterações promovidas pela doença. Contudo, não excluímos a possibilidade do envolvimento de outros factores, como o stress oxidativo ou processos inflamatórios que, conjuntamente com a hiperglicemia, poderão ter efeitos igualmente nefastos nos espermatozóides», observa.

Vacina contra o Ébola revela-se cem por cento eficaz


Uma vacina experimental contra o vírus do Ébola revelou-se cem por cento eficaz após ser testada em mais de quatro mil pessoas não infectadas mas em contacto directo com doentes na Guiné-Conacri. Os resultados, apesar de preliminares, mostram-se “promissores”, anunciou ontem a Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra, na Suiça.

“Uma vacina eficaz contra o vírus do Ébola encontra-se [agora] disponível a nível global” e indica “um avanço muito promissor”, lê-se no comunicado divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os primeiros resultados publicados na revista científica do Reino Unido, The Lancet, revelam que a vacina VSV-ZEBOV demonstrou uma eficácia de cem por cento durante os dez dias seguidos em que foi aplicada numa pessoa não contagiada, mas a coabitar com pessoas infectadas, salienta o documento.

O método adoptado para o teste da vacina é designado por “anel da vacinação”, em que as pessoas em contacto com os infectados são imunizadas e criam um anel de protecção que impede a propagação do vírus.

Ao centro Margaret Chan (créditos WHO)

Os ensaios clínicos na Guiné-Conacri iniciaram-se a 23 de Março de 2015 para avaliar a eficácia e a segurança de uma única dose de VSV-ZEBOV e os resultados foram um sucesso. Os investigadores verificaram uma protecção muito grande contra a doença nas pessoas vacinadas imediatamente após o contacto com os doentes.

Com base em novas evidências da segurança da vacina, que não deixou quaisquer sinais de efeitos adversos nos pacientes, os testes vão passar a incluir os adolescentes entre os 13 e os 17 anos. Assim como, possivelmente, as crianças entre os seis e os 12 anos, adiantou a OMS.

“Se os resultados [continuarem] a confirmar-se esta nova vacina poderá ser a cura milagrosa contra o Ébola e contribuir para parar o surto actual e, futuramente, erradicar epidemias deste tipo”, salientou, por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês, Borge Brende.

Já Margaret Chan, diretora-geral da organização integrada nas Nações Unidas, descreve a vacina como uma ferramenta “muito importante” para os surtos actuais e futuros.

Ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês, Borge Brende.

A epidemia do Ébola na África Ocidental, a mais grave após a identificação do vírus na África Central em 1976, começou em Dezembro de 2013 no sul da Guiné-Conacri, tendo causado 11.279 mortos em 27.748 casos, segundo os dados da OMS.

Quase 30 mil casos

Mais de 99 por cento das vítimas concentram-se na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria, onde o surto da doença desorganizou os sistemas de saúde, devastando as economias e fazendo fugir os investidores.

A vacina VSV-ZEBOV foi desenvolvida pela Agência de Saúde Pública canadiana (PHAC, na sigla inglesa) e a licença foi registada pelos laboratórios norte-americanos Merck e NewLink Genetics Corp. Fazia parte de uma das duas vacinas mais avançadas contra o vírus do Ébola, tendo a outra sido desenvolvida pelo laboratório inglês GSK (GlaxoSmithKline) em parceria com o Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID na sigla inglesa), e testada na Libéria.

Descoberto mecanismo que permite à melatonina  combater células cancerígenasInvestigação do CNC de Coimbra



Ignacio Vega Naredo e Paulo Oliveira

Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) descobriu como a melatonina pode combater células cancerígenas, responsáveis pelo desenvolvimento de cancro.

A melatonina é uma hormona cujas características permitem chegar a qualquer célula, ajustar o ciclo sono-vigília, manter um envelhecimento saudável e regular o sistema imunitário.

Os resultados do estudo, já publicado na revista “Oncotarget”, sugerem que o sucesso de um tratamento à base da melatonina depende da actividade da mitocôndria da célula cancerígena, a qual é responsável pela produção da sua energia celular. A actividade energética da célula depende do seu estado de evolução, o que significa que a melatonina só é eficaz num determinado estado evolutivo da célula cancerígena.

A melatonina é uma hormona cujas características permitem chegar a qualquer célula, ajustar o ciclo sono-vigília, manter um envelhecimento saudável e regular o sistema imunitário (clique para ampliar)

Ignacio Vega-Naredo, investigador do CNC, explica:«Descobrimos que a melatonina matava as células cancerígenas através de uma via mitocondrial. Quando as mitocôndrias das células cancerígenas estavam activas, a melatonina diminuía a proliferação dessas células e impedia a produção da energia que elas necessitavam. O nosso estudo apresenta o tratamento com melatonina como uma estratégia promissora no tratamento de tumores, atacando células estaminais cancerígenas responsáveis pela sua reincidência.»

Esta pesquisa abre caminhos na investigação do cancro ao indicar a necessidade de criar tratamentos adequados ao estado evolutivo e energético da célula cancerígena, evitando aplicar terapias não específicas que podem danificar células importantes, ou não ter nenhum efeito terapêutico.

As células estaminais cancerígenas utilizadas neste estudo foram «células cancerígenas embrionárias estaminais», nas quais se procurou compreender o mecanismo que torna as células do cancro vulneráveis à melatonina.

Apesar da incerteza quanto ao verdadeiro mecanismo que está na origem dos tumores, sabe-se que as células estaminais cancerígenas são responsáveis pelo desenvolvimento do cancro. Estas células «são óptimas para realizar investigação sobre possíveis tratamentos devido à sua capacidade de escaparem às terapias, algo que pode explicar o ressurgimento dos tumores», sublinha Ignacio Vega-Naredo. Por outras palavras, «se for possível combater estas células tão resistentes, será possível intervir em qualquer tipo de célula maligna», conclui.


Mais de 500 genes podem afectar a audição 2015-08-05 Por João Sousa


Com os genes herdados da família, aumenta a propensão genética para o surgimento de doenças como a surdez, condição hereditária muito frequente. Quem tem familiares com este ou problemas da mesma natureza pode ser afectado. O alerta é dado pelos audiologistas do GAES

Dos 19 mil genes existentes no DNA do nosso corpo, no mínimo 500 podem estar associados à perda de capacidade auditiva. Pelo menos dois em três casos de pessoas nascidas surdas são resultado de uma mutação num desses 500 genes. O gene Connexin 26 representa 20 por cento dos casos associados a surdez e é o mais comum ligado a esta condição.

Dulce Martins, directora-geral do GAES

No entanto, o facto de uma doença não se manifestar nos pais não significa que os filhos não a possam herdar. O ambiente e o estilo de vida também importam.

Tal como explica Dulce Martins, directora-geral do GAES, “apesar do peso que uma herança genética defeituosa pode ter nas nossas vidas, ela é apenas um dos factores que contribui para a perda auditiva, a qual pode ocorrer a qualquer momento da vida de um humano. Outros factores relevantes são: problemas de saúde, o ambiente ao qual a pessoa está exposta, traumas e alguns medicamentos”.

As diferentes características físicas e biológicas como os pulmões, coração, olhos, orelhas – entre outras possibilidades – são o resultado de diferentes combinações genéticas.

Todos herdam 50 por cento dos genes da mãe e outros 50 por cento do pai. Se um desses genes for defeituoso, podem surgir problemas de saúde como a perda auditiva, surdez e outras doenças.

Sistema híbrido à base de hidrogel  «ataca» cancro da próstata 2015-08-05


Um sistema híbrido à base de hidrogel destinado ao tratamento do cancro da próstata foi desenvolvido por um grupo de investigadores do Instituto de Biologia (IB) e do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no Brasil. Segundo um estudo hoje divulgado, o objectivo é melhorar a qualidade de vida dos pacientes com a doença e tanto a baixa toxicidade como o efeito anti tumoral são as principais características do sistema.

De acordo com Wagner José Favaro, professor do IB e um dos responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia, o processo combina hidrogéis de polímeros biocompatíveis e nano partículas mesoporas de sílicas incorporadas com fármacos” – libertados de forma controlada – para tratamento tumoral.

Os efeitos exercidos no tumor são ditados pela própria nano-estrutura, mas esta é potencializada pela utilização de fármacos. “Quem dita o efeito anti-tumoral é a nano-estrutura, que interage com proteínas que estão no sangue e no abdómen, local escolhido para a aplicação. Essas proteínas chegam até à célula tumoral e isso, somado ao efeito do fármaco, faz com que obtenhamos um efeito muito significativo”, explicou o investigador.

Abdómen é o local escolhido para a aplicação

O processo foi testado “in vivo”, durante um mês, em ratos de laboratórios e os resultados obtidos foram satisfatórios. Os animais apresentaram uma diminuição no tamanho dos tumores e baixa toxicidade – principalmente no coração -, depois de receberem sistematicamente injecções que continham o sistema híbrido à base de hidrogel.

Wagner José aponta: “Não chegamos à cura do cancro, mas o tamanho dos tumores nestes animais foi reduzido, em todas as fases. Na fase inicial, conseguimos que o tumor fosse quase eliminado. Se este tratamento for prolongado ou associado a outros tipos de fármacos, podemos obter uma nova abordagem”.

(Imagem Farmácia.com.p)

A principal preocupação dos investigadores era garantir a qualidade de vida dos pacientes e melhorar o processo de tratamento do cancro,“facto que está directamente associado à toxicidade dos fármacos”.

Segundo o professor, em oncologia, a nanotecnologia “ainda é pouco utilizada e tem utilização muito recente” e a sua aliança aos fármacos no tratamento do cancro da próstata constitui um tratamento inovador.

Wagner José salienta mesmo: “Em nenhum trabalho vimos a utilização da sílica em gel associada ao fármaco no tratamento do cancro de próstata. Em todos os tumores, há muito poucos trabalhos que utilizam essa versão da sílica em forma de gel, associada aos fármacos. Por isso, este hidrogel criado por nós é único”.

Campanha de vacinação em Timor-Leste  beneficia mais de 93% das criança por cento 2015-08-10 Por João Sousa

A campanha nacional de imunização contra o sarampo, rubéola e poliomielite, em Timor-Leste, terminou oficialmente no dia 1 de Agosto, segundo o Governo, e abrangeu mais de 93% das crianças timorenses.

O primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo, foi um dos apoiantes da campanha nacional, cujo objectivo era alcançar o maior número possível de crianças até aos 15 anos.

Rui Araújo lançou a campanha de vacinação no dia 13 de julho e destacou o envolvimento dos Ministérios da Saúde, Educação e Administração Estatal na ação nacional.

O primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo, foi um dos apoiantes da campanha nacional

Em comunicado, o Governo menciona o papel do próprio primeiro-ministro de Timor-Leste, que “recorrendo à sua experiência de clínica médica, administrou as vacinas a uma das crianças presentes”. O Governo timorense destaca ainda a colaboração de entidades como a Organização Mundial de Saúde, UNICEF e da Iniciativa Sarampo e Rubéola.

Doenças como a varíola, a poliomielite e o tétano materno e neonatal já foram erradicadas de Timor-Leste e “a cobertura de vacinação de crianças com idades entre 12 e 23 meses quase triplicou” entre 2003 e 2010.

O Governo sublinha mesmo os progressos feitos ao longo dos últimos dez anos no domínio da saúde infantil, tendo-se registado “uma redução de 23 por cento na mortalidade infantil” no mesmo período.

Salienta também os esforços conseguidos para melhorar as acções de prevenção, com formação adicional, e as melhorias nos meios de refrigeração das vacinas e as campanhas de sensibilização, relembrando a importância da vacinação na saúde da população local.

O porta-voz do Governo, o Ministro de Estado Agio Pereira, frisa: “Quer a campanha quer o programa regular de imunização em curso estão a contribuir para uma mudança na saúde das nossas crianças e, consequentemente, para o futuro da nação”.

Médico português cria ‘app’ para diagnosticar  doenças sexuais masculinas 2015-08-13 Por João Sousa


Men’s Sexual Medicine é o nome da primeira aplicação informática para smartphones e pretende ajudar no diagnóstico e tratamento de doenças sexuais masculinas. A ferramenta foi desenvolvida por um médico e professor do Hospital de São João, no Porto, chegou ontem ao mercado e é gratuita.

Nuno Tomada, responsável da Unidade de Medicina Sexual do Serviço de Urologia do Hospital de São João, desenvolveu a aplicação em parceria com um colega espanhol da mesma especialidade. A ferramenta informática começou a ser trabalhada há mais de um ano.

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Em comunicado, o especialista português explica: “Decidimos construir uma aplicação informática que desse para ser facilmente descarregada para telemóveis e computadores portáteis e que permitisse (…) aos doentes acederem, de modo privado e discreto, a conteúdos que geralmente por uma questão cultural têm mais renitência em abordar e perguntar aos seus cuidadores de saúde”.

De acordo com este professor de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a Men’s Sexual Medicine “está desenvolvida para homens que tenham algumas queixas iniciais, nomeadamente disfunção eréctil, ejaculação prematura ou uma diminuição do desejo”.

Assim, mediante as queixas apresentadas, a ferramenta “é capaz de indicar quais seriam os passos seguintes a tomar”, para além de fornecer um conjunto de informação aos doentes e à população em geral.

Após curtos questionários, a app permite oferecer um diagnóstico e alguns conselhos sobre quais são as terapêuticas que estão disponíveis, realçando sempre a importância do acompanhamento médico”.

O objectivo é facilitar o acesso dos doentes a informação sobre questões como disfunção eréctil ou ejaculação prematura.

(Clique para ampliar)

A aplicação permite ainda ajudar os doentes a perceber “que existem diferentes níveis de severidade da mesma disfunção”.

Os questionários oferecem mesmo a possibilidade de os utilizadores classificarem “o nível da sua disfunção, bem como fornecer os dados clínicos sobre eventuais doenças que tenham, medicação que façam e capacidade física”.

A aplicação oferece também um plano personalizado de exercício físico e de alimentação. No entanto, os médicos de família ou especialistas deverão disponibilizar um código necessário para o efeito.

A Men’s Sexual Medicine já está disponível na App Store do iTunes e na Google Play Store.