sábado, 3 de dezembro de 2016

STRESS



O que é o stress?

A palavra stress é utilizada com diferentes significados o que pode levar a algumas dificuldades de entendimento. Tanto pode ser utilizada como ausência de paz interior, como perda de controlo ou ainda como qualquer mudança que a pessoa experimenta. Habitualmente, ainda, esta é utilizada com um sentido negativo.

Mas, será verdadeiramente o stress uma coisa negativa? O que entendemos quando falamos, ou ouvimos falar, de stress?

O stress faz parte da vida. Ao longo da vida vamo-nos confrontando com situações novas, exigências às quais temos ou queremos responder e, por vezes, para as quais não nos sentimos capazes de dar uma resposta satisfatória automática. Nessas condições todo o nosso corpo, físico e mente, se mobiliza na busca de uma melhor resposta. Para tal, são produzidas importantes alterações fisiológicas, como o aumento de ritmo cardíaco ou a tensão muscular. E, diríamos assim que nessas condições estamos em stress.

O stress é assim, uma resposta necessária para fazer frente a exigências e desafios não habituais e que, em certa medida, possibilita o nosso melhor desempenho. No entanto, quando esta reacção é exagerada, pode tornar-se prejudicial. Esta relação entre o stress, o desempenho e a doença tem sido ilustrada pela curva de Yerkes-Dodson ou de U invertido.


SINAIS

Os principais sinais de stress são:

Agitação psicomotora;Roer as unhas (onicofagia), arrancar o cabelo;Alterações repentinas no humor;Insatisfação com tudo e impaciência;Agressividade;Aumento da utilização de álcool e tabaco (e/ou medicamentos);Consumo excessivo de determinados alimentos (ex.: chocolate);Diminuição da performance/desempenho;Evitamento da situação que gera stress.



PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Se não conseguires gerir o stress e este se tornar um problema incapacitante, podes pedir ajuda a um profissional de saúde:

Médicos de família;Psiquiatra;Enfermeiros de saúde mental;Psicólogo.



TRATAMENTOS E INTERVENÇÕES DISPONÍVEIS

Psicológicos:

Terapia cognitivo-comportamental é uma intervenção de eleição para as perturbações relacionadas com o stress. Identifica os padrões de pensamento (cognitivo) e de ação (comportamental) que tornam o adolescente/jovem mais suscetível aos problemas. Depois de serem reconhecidas as situações de stress o jovem pode aprender comportamentos mais eficazes de forma a reduzir o stress e melhorar a sua capacidade de lidar com as situações. Podem ainda ser utilizadas técnicas para diminuição da ativação fisiológica como o controlo da respiração e de relaxamento.



MEDICAMENTOS

Existem medicamentos para tratamento das perturbações graves relacionados com o stress que podem ser eficazes (ex.: ansiolíticos), isoladamente ou em associação com outras terapias, mas os medicamentos apenas podem ser prescritos por um médico.



ESTRATÉGIAS DE AUTOAJUDA

As estratégias de autoajuda podem ser eficazes quando tens dificuldade em gerir o stress. A capacidade e a vontade de utilizar estratégias de autoajuda irão depender dos teus interesses e da gravidade dos sintomas.

O treino de relaxamento tem demonstrado ser eficaz nos jovens com perturbações relacionadas com o stress, no qual se aprende a relaxar grupos específicos de músculos, ou a pensar em cenários ou locais de relaxamento. O treino de relaxamento é mais útil quando aprendido sob a supervisão de um profissional de saúde (ex.: enfermeiro de saúde mental).

Antecipar situações de stress pode ser muito eficaz, visto que ao antecipar situações que podem envolver stress podes controlá-lo melhor, analisando o problema e arranjando alternativas ou utilizando técnicas que te permitam lidar com a situação. Não é saudável fugir da situação, pois evitar lidar com os problemas só vai aumentar o stress em situações futuras. É importante referir que alguns jovens tendem a utilizar algumas estratégias para lidar com o stress que se tornam bastante prejudiciais e não adaptativas, como as estratégias de evitamento.

Adoptar uma atitude positiva em relação à vida e às situações stressantes e pensar de forma afirmativa e positiva é bastante benéfico, pois o pensamento negativo aumenta o stress e diminui a tua autoconfiança.

Existem outras estratégias de autoajuda que podem ser úteis como a meditação, massagens, realizar exercício físico e evitar o consumo de álcool, tabaco e outras substâncias estimulantes.

Não te esqueças que a tua tolerância ao stress depende:

Do teu sentido de controlo: se tens autoconfiança e a percepção que consegues controlar de forma adequado os acontecimentos, isso joga a teu favor. As pessoas que tendem a ver os acontecimentos como estando fora do seu controlo, ficam mais vulneráveis.Da tua atitude e perspetiva acerca da vida: normalmente as pessoas que têm uma atitude mais optimista, tendem a abraçar a vida, aceitar os desafios e as mudanças que vão surgindo como uma parte normal da vida.Do teu conhecimento e preparação: quanto mais sabemos ou temos informação sobre a situação que envolve ou potencia o stress, por exemplo quanto tempo pode durar, o desfecho possível, mais fácil se torna lidar com a situação.Da tua capacidade para lidar com as tuas emoções: se não consegues manter a calma e gerir as emoções, como por exemplo, a tristeza, angústia e mesmo o medo, é provável que sejas mais vulnerável ao stress. A capacidade de, em situações stressantes, manter o equilíbrio, é fundamental para ultrapassar as adversidades.

Da tua rede de suporte social: uma boa rede de apoio de familiares e amigos é uma peça fundamental para enfrentar os desafios do dia a dia. Quanto mais isolados estamos, mais vulneráveis ficamos ao stress.



Avalia o teu nível de stress (questionário de avaliação do stress percecionado)

ABUSO DE ÁLCOOL



Hoje em dia, muitos, mas não a maioria dos adolescentes e jovens experimentaram consumir álcool, alguns deles em excesso. Existem ambientes e oportunidades propícios em festas, nos bares e discotecas, jantares e saídas com os amigos. Isso aplica-se também a outras drogas, como é o haxixe. No entanto, o álcool é de longe a substância psicoativa mais utilizada.

O certo é que muitos jovens experimentam pequenas quantidades ocasionalmente, outros bebem e não experimentam de novo, outros continuam a beber e outros simplesmente optam por não beber álcool.

É referido que o consumo de álcool em Portugal é uma questão cultural, tendo-se a ideia que toda a gente bebe, que as experiências precoces de consumo são aceitáveis e que isso depende muito de sermos um país produtor de vinhos.

Muitas vezes, ao ingerir álcool procuram-se os seus efeitos desinibidores, como ficarem mais alegres que o habitual, conversadoras, descomprimidas. Dizemos que se procura aumentar a sensação de prazer e diminuir o desconforto, mas esse efeito aparente de bem-estar é transitório.

Alguns factos que deves saber:

O álcool tem um efeito depressor no nosso sistema nervoso central. Apesar de ter um efeito estimulante inicial, ficando mais eufórico e desinibido e perdendo muitas vezes a noção do perigo, no período seguinte, os efeitos depressores aparecem, surgindo a falta de coordenação motora (ex.: andar a cambalear), sonolência e lentificação do pensamento (ex.: dificuldade em falar). No limite pode levar ao coma e à morte;Existe um espaço intermédio em que as pessoas tendem a expor-se mais a comportamentos de risco (exemplos: relações sexuais desprotegidas, consumo de outras drogas, condução perigosa e acidentes de viação e mesmo divertimentos que podem acarretar graves prejuízos físicos como são quedas graves). Algumas vezes pode até acontecer não te lembrares de nada no dia seguinte (blackout);Os estudos mostram que não devem ser consumidas bebidas alcoólicas antes dos 18 anos. Essa justificação prende-se com o facto do fígado não estar preparado para metabolizar o álcool e de o cérebro dos adolescentes/jovens ainda estar em desenvolvimento. O álcool afeta as áreas do cérebro que controlam as decisões, a cognição e a memória. Na maioria dos países é proibida a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade. Em Portugal ainda é aos 16 anos, mas está em discussão uma proposta para adiar para os 18 anos;O consumo precoce e frequente de álcool aumenta o risco de desenvolver perturbações mentais como dependência de substâncias, depressão e problemas de ansiedade e mesmo esquizofrenia. Além disso o consumo excessivo de álcool pelos jovens pode ter subjacente um problema mental.



Já ouviste falar em binge driking?

É uma expressão que caracteriza o consumo de cinco ou mais bebidas alcoólicas na mesma ocasião de consumo. Neste tipo de consumo bebe-se em excesso com o intuito de ficar embriagado, consumindo quantidades de álcool que muitas vezes podem ser fatais.

Sabemos que existe pressão social dos amigos, das circunstâncias e do ambiente de festa, mas a decisão de beber é sempre tua.



Alcoolismo

Algumas vezes pode passar-se do abuso à dependência de álcool (alcoolismo). O alcoolismo é uma perturbação mental que exige tratamento e não um «vício» como muita gente diz. No alcoolismo existem três conceitos importantes e relacionados:

Tolerância: diz respeito à necessidade de tomar doses maiores de álcool para atingir o mesmo efeito que se atingia com doses menores;Síndrome de abstinência: uma pessoa que consume em excesso durante um determinado período de tempo e quando pára de consumir, experiencia sinais e sintomas físicos e psicológicos extremamente desagradáveis, sentindo necessidade intensa de beber para aliviar esses sintomas;Consumo compulsivo: a pessoa sente um desejo intenso de beber e não consegue deixar de o fazer.



SINAIS

Existem sinais de alerta que permitem observar que o consumo de álcool se está a tornar problemático. Eis alguns dos mais comuns:

Consumir álcool rapidamente para ficar logo «embriagado»;Procurar arranjar sempre bebidas alcoólicas para levar para as festas, nem que implique trazer de casa sem que os pais saibam;Acordar e andar com «ressaca».

                Ao fim de algum tempo estes sinais podem agravar-se:
                - Não se consegue parar de beber ou controlar a quantidade que se ingere;
                - Precisar de beber mais do que o habitual para sentir o mesmo efeito;
                - Passar mais tempo a beber e a recuperar da «ressaca»;
                - Desistir de atividades às quais se dedicava tempo;
                - Problemas nas relações com os outros (familiares, amigos, colegas).
               
Muitas vezes surgem outros comportamentos que também podes observar nas pessoas cujo consumo de álcool é problemático, tais como irritação ou comportamento violento ou por exemplo, acessos de choro no decorrer do consumo.



SINTOMAS

Um adolescente/jovem que consome álcool em excesso poderá ter os seguintes sintomas:

Sentir náuseas e mal-estar;Sentir-se profundamente deprimido no outro dia, com dificuldade ou incapacidade de saber o que se passou realmente (blackout);Necessidade de passar cada vez mais tempo com amigos que também consomem álcool e outras substâncias afastando-se dos outros;Alteração do padrão do sono (ex.: começar a dormir dias inteiros ou dormir muito pouco).

Pequenas/grandes coisas que se podem fazer …

Há uma série de coisas que podes fazer para manter a bebida sob controlo em situações em que decides beber:

Estabelece limites para ti mesmo e cumpre-os. Uma bebida é uma bebida;Começa por beber bebidas não alcoólicas;Se beberes álcool, alterna com bebidas não alcoólicas (o objetivo é beber menos álcool);Bebe pequenos goles e não de «penalty»;Evita as rodadas e as competições para ver quem bebe mais. Somos todos iguais, mas todos diferentes;Quando decidires parar, diz não sem problema!

Beber com moderação! É possível?

Moderação é um termo pouco claro, muitas pessoas pensam que beber com “moderação” é beber de maneira a não se sentir tonto ou mal disposto. Ora, o que os estudos revelam é que o álcool é uma substância psicoativa que não é isenta de riscos.

O álcool é um importante determinante de saúde, responsável por muitas doenças, incapacidade e mortes. Se uma pessoa decidir beber, recomenda-se o uso em doses de baixo risco, o que corresponde de 1 a 2 copos de bebida padrão (ou standard), de preferência às principais refeições. As bebidas destiladas devem ser evitadas.

O consumo de álcool antes dos 18 anos deve ser sempre considerado um consumo indevido.



PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Existem vários profissionais de saúde que podem ajudar um adolescente/jovem que consome álcool em excesso. Um primeiro passo pode ser uma consulta com o médico de família, que poderá dirigi-lo a um serviço ou profissional de saúde especializado.



TRATAMENTOS E INTERVENÇÕES DISPONÍVEIS

Existem diferentes tipos de terapias que poderão ajudar o adolescente/jovem a diminuir o consumo excessivo de álcool ou mesmo a deixar de beber.

Terapias Psicológicas:

Terapia cognitivo-comportamental assenta na ideia de que a forma como pensamos influência a forma como nos sentimos e agimos. Esta terapia ajuda o adolescente/jovem a lidar com o desejo de beber e a reconhecer o problema. Motiva a alteração de comportamentos e o lidar com situações que podem despoletar as recaídas;Terapia de valorização motivacional ajuda o adolescente/jovem a ganhar motivação e capacita-o para mudar os seus comportamentos.



ESTRATÉGIAS DE AUTOAJUDA

As estratégias de autoajuda podem também ser úteis para ajudar o adolescente/jovem que consome álcool em excesso. Procura incentivá-lo a voltar a fazer aquilo que anteriormente fazia sem álcool.

A capacidade e o desejo de utilizar as estratégias de autoajuda dependem de cada um e dos seus interesses. Experimenta ocupar os teus tempos livres com atividades saudáveis, tais como fazer desporto, passear, ir ao cinema.

Podes ajudar um amigo teu numa situação em que suspeitas que está a sofrer de algo relacionado com o consumo excessivo de álcool, utilizando algumas estratégias úteis

ESQUIZOFRENIA

É provável que já tenhas ouvido ou dito a um amigo ou colega:
- Estás a delirar!
- Estás a ver coisas que não existem!
- Estás a alucinar!
- Andas paranoico!

Frequentemente estas expressões são utilizadas para caracterizar aquilo que consideras não fazer sentido.

Delírio, alucinação, paranoia, são termos que fazem parte de um grupo de doenças designadas de psicosesno qual a esquizofrenia se enquadra. Afeta cerca de 1% da população e muitas vezes os primeiros sinais e sintomas aparecem na juventude. É uma doença que afeta gravemente a forma de pensar e estar da pessoa, a sua vida emocional e o seu comportamento, com reflexos em si e naqueles que o rodeiam.

Em linguagem científica diz-se que a característica principal destas doenças é a perda de contacto com a realidade .

A esquizofrenia, existem diferentes tipos, e compreende diversos sinais e sintomas, como delírios,alucinações, desorganização do discurso, do comportamento e os designados sintomas negativos.

A forma como os sinais e os sintomas se manifestam varia de pessoa para pessoa, tanto na frequência como na intensidade. Nem todos os jovens têm sinais e sintomas do mesmo modo e durante o mesmo tempo.

Os delírios são ideias firmes e seguras que a pessoa tem, convicções falsas, resistentes e que não são possíveis de modificar pelo simples facto de demonstrar à pessoa que são erradas. Por exemplo, um jovem que diz de modo convicto que um vizinho seu, amigo do seu pai, o persegue, espia e prejudica intencionalmente na escola, tem a séria convicção de que isto é verdade. A tua reação normal é o espanto. De facto, de nada adianta chamá-lo à razão e dizer que está errado. A isto chamamos delírio de perseguição ou persecutório, mas existem outros tipos de delírios (ex.: delírios de grandeza).

As alucinações dizem respeito à alteração das perceções que a pessoa entende como reais quando na realidade não existem. Nessa fase os jovens experimentam determinadas sensações que envolvem os sentidos. As mais comuns são as alucinações auditivas (ex.: ouvir vozes a falar consigo, barulhos estranhos, ruídos, etc.), mas também podem ocorrer alucinações visuais (ex.: ver pessoas e imagens), sensitivas (ex.: sentir a cabeça a arder), olfativas (ex.: sentir cheiros) e gustativas (ex.: sabores).


A esquizofrenia implica também:

a desorganização do discurso. Corresponde à fragmentação do pensamento, mas isso não faz que a pessoa tenha «dupla personalidade» como muitas vezes se pensa. Pode ser observado a partir do modo como a pessoa fala, especificadamente se não consegue ligar o discurso de modo coerente, diz coisas sem sentido, repete a mesma coisa ou ideia vezes sem fim, ou ainda muda de discurso rapidamente.a desorganização do comportamento. A pessoa deixa de ter as suas atividades orientadas por objetivos, observando-se um declínio na sua capacidade de cuidar de si e de trabalhar ou estudar.

Uma outra componente da esquizofrenia são os sintomas negativos. Correspondem à ausência, diminuição ou perda de capacidades tidas anteriormente, incluindo as emoções. Estes sintomas podem por exemplo incluir empobrecimento emocional (embotamento emocional), perda de prazer com atividades do seu interesse anterior (anedonia), isolamento social, entre outros.



SINTOMAS

Em algumas pessoas os sinais surgem de repente, sem aviso prévio. Contudo, na maioria das vezes vão-se desenvolvendo mais lentamente, mesmo antes do primeiro episódio considerado grave. Estes episódios graves designam-se de surtos psicóticos.

Entre os profissionais de saúde utiliza-se a expressão pródromos para designar uma fase prévia ao aparecimento dos sinais e sintomas da esquizofrenia e que implicam alterações a diferentes níveis. São considerados inespecíficos, isto é, podem estar presentes noutras perturbações e não têm critério de duração. De entre esses sintomas prodrómicos destacam-se:

Atenção e concentração reduzidas;Diminuição da iniciativa e motivação;Sintomas depressivos;Alterações do padrão do sono;Ansiedade;Isolamento social;Desconfiança;Irritabilidade.



SINAIS

As pessoas que vivem ao lado de um jovem que sofre de esquizofrenia, dizem regularmente que suspeitavam que algo errado se passava, mas não sabiam propriamente o quê. A esquizofrenia compreende a presença de alguns dos seguintes sinais:

Afastamento social;Comportamentos hostis e de desconfiança de tudo;Deterioração da higiene pessoal;Olhar vago, inexpressivo e apático;Incapacidade de chorar ou rir;Riso ou choro completamente inapropriado;Incapacidade de memorizar informação, esquecendo-se facilmente;Uso de palavras estranhas ou então uma maneira estranha de falar;Reagir com hostilidade a críticas;Mudança de assunto de forma repentina sem ligação entre assuntos;Falar com recurso a rimas, mas que não fazem sentido;Abandono escolar.



PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Dependendo do estado de saúde e fase da doença em que se intervém, existem diferentes profissionais que podem realizar o diagnóstico, dos quais se destacam:

Médicos de família;Psiquiatras e pedopsiquiatras.



É de salientar que existem outros profissionais de saúde que também intervêm em doentes com diagnóstico de esquizofrenia, quer através do acompanhamento, quer ainda de intervenções mais específicas como são os enfermeiros de saúde mental e os psicólogos.



TRATAMENTOS E INTERVENÇÕES DISPONÍVEIS

MEDICAMENTOS

Há medicamentos que são essenciais e eficazes no tratamento da esquizofrenia ao longo da vida e que permitem uma boa evolução prognóstica. Os medicamentos mais utilizados designam-se de antipsicóticos. São fármacos eficazes para os sintomas psicóticos, especificamente ao nível dos delírios e alucinações permitindo que o doente readquira autonomia e um bom nível de funcionalidade. Contudo, podem ser necessários outros medicamentos para outros sintomas como falta de motivação, baixa memória e problemas com a concentração. Quanto mais cedo for a intervenção, melhor!

Outro tipo de intervenções:

Um jovem com diagnóstico de esquizofrenia necessita além, de cuidados médicos especializados, de apoio psicossocial, familiar e de educação sobre a doença. Podem distinguir-se:

Terapia cognitivo-comportamental. Ajuda a reduzir o desespero causado pelos sintomas psicóticos, identificando-os precocemente, desenvolvendo treino de competências socias e ajudando-o na gestão da medicação;Tratamento na comunidade é uma abordagem para jovens que estão a viver fases mais específicas da doença, por exemplo, que estão em recuperação. O cuidado ao jovem é gerido por uma equipa de profissionais de saúde, como psiquiatra, enfermeiro de saúde mental, psicólogo e assistente social. O cuidado está disponível 24 horas por dia e é feito à medida das necessidades individuais do jovem. O apoio é prestado também aos membros da família. O tratamento na comunidade tem demonstrado reduzir as recaídas, a gravidade dos sintomas e a necessidade de hospitalização;A psicoeducação é utilizada para jovens com diagnóstico de esquizofrenia e sua família. Incentivam a capacitação do jovem e da sua família sobre a sua doença e qual a melhor forma de a gerir. Isto ajuda a evitar as recaídas. O ambiente familiar influenciado pela tentativa de lidar com uma incapacidade não compreendida, pode contribuir para as recaídas e gravidade dos sintomas do jovem com esquizofrenia. A psicoeducação pode ajudar a evitar isto.



ESTRATÉGIAS DE AUTOAJUDA

Os jovens com diagnóstico de esquizofrenia não devem recorrer ao uso de álcool e outras drogas. Muitas vezes, o consumo de drogas como forma de lidar com o desenvolvimento da doença, agravam os sintomas, são motivo de recaídas, assim como podem dificultar o diagnóstico.

Muitos jovens com diagnóstico de esquizofrenia sofrem também de depressão ou ansiedade, logo muitas das estratégias de autoajuda recomendadas para estas perturbações são apropriadas na esquizofrenia. Contudo deve existir intervenção de um profissional de saúde especializado (ex.: psiquiatra).

Podes ajudar um amigo teu numa situação em que suspeitas que está a sofrer de algo relacionado com a esquizofrenia, utilizando algumas estratégias úteis (ANIPI).



DEPRESSÃO

A palavra depressão é das mais utilizadas quando falamos de perturbações mentais. Até se diz que a depressão está na moda, ou, outras vezes, diz-se que a depressão é coisa que acontece a pessoas com pouca força de vontade. Na realidade quando falamos em depressão, falamos de uma doença que tem profundas implicações na vida das pessoas, sejam adolescentes, jovens, adultos ou idosos, causando sofrimento e podendo tornar-se altamente incapacitante, mesmo que por vezes as pessoas à nossa volta não o entendam.

Aquilo que designamos como perturbação depressiva é uma doença que envolve o humor, os pensamentos, os comportamentos e inclusivamente o nosso corpo. O humor como sabes tem a ver com o nosso estado de ânimo ou disposição emocional que nos faz estar alegres ou tristes. Talvez por isso a palavra mais associada à depressão seja tristeza, contudo os jovens podem sentir-se tristes e «andar em baixo» quando se deparam com acontecimentos negativos e stressantes, normalmente transitórios, mas ao fim de algum tempo voltam a sentir-se alegres e isso não é depressão. No entanto, há casos em que os jovens não conseguem recompor-se e a tristeza prolonga-se ao longo do tempo, mais do que seria de esperar.

A depressão afeta a forma como te vês a ti como pessoa, como vês e interages com os outros, normalmente com os pais, familiares e amigos e com o meio que te rodeia, por exemplo a escola. A sensação de vazio, de desespero, desamparo e desesperança, de ter pouco valor ou não valer nada, de nada poder ou conseguir fazer para mudar as coisas ou levar a vida para a frente é normal para quem está a sofrer de depressão. Muitas vezes está ainda alterado o apetite, o sono, o desejo, o prazer, etc...

A depressão apenas pode ser diagnosticada por profissionais especializados (ex.: médicos de família e psiquiatras). Esta caracteriza-se, tal como outras doenças, por um conjunto de sinais e sintomas. Deves estar atento a ambos, reconhecendo-os em ti ou nos outros, no entanto os sinais são também fundamentais para poderes ajudar alguém que suspeitas estar a deprimir ou deprimido.


SINAIS

Consoante a situação em que se encontrem, numa depressão podem ser visíveis alguns dos seguintessinais:

Choro fácil sem motivo aparente ou crises de choro;Desmotivação (ex.: deixar de estudar ou participar em trabalhos de grupo);Isolar-se, quer em casa, fechando-se no quarto, quer com os amigos, evitando-os;Procurar não estar em casa e quando regressa fechar-se no quarto;Desinteresse e começar a faltar às aulas;Baixar o rendimento escolar;Mostrar-se muito pessimista e derrotado (verbalizar: não consigo fazer nada bem.);Deixar de participar nas coisas que habitualmente gostava (ex.: desporto);Mostrar-se agressivo quer física quer verbalmente, para colegas, familiares e amigos;Deixar de realizar as atividades em casa que lhe estavam destinadas (ex.: arrumar o seu quarto);Evitar falar com os pais quando estes questionam ou tocam no assunto do seu estado;Começar a emagrecer ou a engordar de repente, comendo pouco ou em demasia;Deixar de ter preocupação com a sua aparência; Introduzir nas conversas o tema da morte quando nunca o fez anteriormente; Ficar irritado com facilidade pelas mais pequenas coisas;Ser muito crítico relativamente a si manifestando-o aos amigos;Começar a consumir drogas ou álcool;Ter comportamentos de auto-mutilação (ex.: cortar os braços).



Na família, em casa, na escola com colegas, amigos e professores, ou então noutras situações sociais, trata-se de indícios de que algo se passa de errado ou de que algo não está bem, sendo por isso um motivo de alerta. Por si só, não significam que a pessoa tem uma depressão.


SINTOMAS

Como sabes os sintomas dizem respeito ao modo como a pessoa se sente. Na maioria das vezes, os jovens durante um episódio de depressão vivenciam alguns deles ou vários de forma mais ou menos acentuada. Eis alguns:

Sentir-se muito triste, sendo quase insuportável essa tristeza;Sentir um vazio, perdido e sem esperança que as coisas melhorem;Sentir-se muito ansioso e preocupado sem motivo aparente;Sentir-se cansado e sem energia;Perder o apetite ou ter apetite em excesso;Autocrítica frequente (sentir que é uma nódoa, que não presta…);Autoculpabilização (sentir que é culpado pelo que ocorre de mal a si ou aos outros);Sentir uma diminuição acentuada da vontade e desejo sexual;Sentir dores fortes e injustificáveis (exemplos: dores de cabeça; dores lombares);Sentir que não consegue concentrar-se nem memorizar nada;Deixar de conseguir adormecer, ou então dormir mais que o habitual;Vontade de estar completamente sozinho; Pensar que os outros o vêm como uma pessoa sem valor;Ter pensamentos sobre a morte (comportamentos da esfera suicidária).
O QUE SÃO PERTURBAÇÕES MENTAIS?

Já reparaste que muitas vezes se utilizam de forma indiscriminada os termos perturbações, transtornos, distúrbios, desordens mentais? Na realidade, estes termos podem significar o mesmo. Nesta página utilizamos o termo perturbações.

Todos nós temos momentos na vida em que nos podemos sentir em baixo, andar angustiados, stressados pelas mais diversas razões. Ou porque são os resultados escolares que não nos satisfazem, as relações com quem nos está próximo se deterioram e há conflitos, ou então porque estamos numa fase da vida em que as mais pequenas coisas nos parecem problemáticas. Estas são respostas normais face aos problemas da vida e para a grande maioria esses sentimentos passam ao fim de algum tempo. Contudo, para outras pessoas tal não acontece e podem vir a transformar-se num problema mais ou menos grave. E isto, pode acontecer a qualquer pessoa, inclusivé a ti, mesmo que sejamos todos diferentes e tenhamos todos formas diferentes de reagir.

Tu podes sair de uma situação complicada ou má com relativa facilidade e rapidamente, enquanto outras pessoas podem andar a viver e a pensar nisso durante muito tempo. A nossa saúde mental não permanece sempre igual, podendo alterar-se ao longo da vida.

As perturbações mentais correspondem a situações patológicas que são diagnosticadas apenas por profissionais de saúde especializados, algumas necessitam de intervenções simples e outras mais diferenciadas.

Nas perturbações existe uma alteração da nossa organização mental, o que implica que a pessoa não consiga exercer ou exerça com dificuldade os seus papéis sociais (familiares, relacionais, ou atividades do quotidiano), tornando-se incapacitante e podendo existir sofrimento. Estas alterações poderão ser visíveis ao nível físico, comportamental, das emoções e mesmo dos pensamentos.

Dra Ernestina de Jesus Psicóloga clínica

Stress e ansiedade
Medos, Fobias e Ataques de pânico
Insónias
Depressão
Falta de auto-confiança e auto-estima
Perturbações do comportamento alimentar (Anorexia, bulimia)
Outras perturbações emocionais
Hipnoterapeuta
Psicoterapia individuais a adolescentes e adultos

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