quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Animal com mais genes é a pulga d'água Crustáceo é o primeiro com ADN mapeado e pode ser modelo para a genómica ambiental 2011-02-04

Vive em águas estanques e em lagos e mede apenas três milímetros. Apesar da pequena dimensão, possui 31 mil genes (mais oito mil do que os humanos), tornando-se no animal geneticamente mais rico, revelou um estudo publicado na revista “Science”.

A dáfnia, vulgarmente conhecida por pulga d'água,foi o primeiro crustáceo cujo ADN foi completamente mapeado, sendo que um terço dos seus genes são completamente novos para a ciência.

De acordo com os autores do estudo, do Daphnia Genomics Consortium, a investigação poderá ajudar a compreender a relação entre os genes e o meio ambiente, na medida em que esta espécie desempenha um papel relevante em cadeias alimentares aquáticas, tem uma grande capacidade de adaptação às mudanças sofridas pelos ambientes em que vive, e ainda consegue reproduzir-se em condições extremas, sem a necessidade de um macho.
A vasta quantidade de genes da dáfnia deve-se sobretudo ao facto de serem copiados em grande número. Os investigadores estimam que o ritmo de reprodução de cópias de genes seja três vezes superior nesta espécie do que noutros invertebrados e 30 por cento superior à dos seres humanos.

Modelo da genómica ambiental

A pulga d'água está a tornar-se num modelo de estudo largamente usado na investigação feita na área da genómica ambiental, que tem como objectivo conhecer a interacção entre os genes e o ambiente.

Entre os invertebrados já sequenciados, é a espécie com mais genes compartilhados com humanos. Esta semelhança de genomas e a sua capacidade de adaptação a ambientes extremos tornam importante o estudo do ADN deste animal que, quando usado como “sensor aquático”, pode reflectir a forma como as mudanças ambientais afectam os seres vivos aos níveis molecular e celular.

A construção do mapa genético da Daphina pulex pode trazer conhecimentos aplicáveis à manutenção de recursos hídricos, em estudos sobre a saúde humana, nomeadamente na avaliação do impacto dos poluentes químicos existentes na água.
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Fonte da eterna juventude sempre esteve nos nossos genes Cancro: Cientistas conseguem inverter processo de envelhecimento 2011-02-03

Uma equipa de cientistas liderada pelo luso-americano Ronald dePinho conseguiu, pela primeira vez, inverter o processo de envelhecimento através da manipulação genética, abrindo o caminho para uma espécie de “fonte da juventude” nas células humanas. Publicado na revista «Nature» no final de 2010, o estudo tem vindo a receber grande atenção mediática.

Em entrevista, o investigador, professor na escola de medicina de Harvard e no Dana Farber Cancer Institute, explicou que a sua equipa conseguiu artificialmente “ligar e desligar” o gene responsável pela reparação do ADN de ratos em laboratório.
As cobaias foram primeiro sujeitas a envelhecimento prematuro, que causou a perda de capacidades cognitivas e sinais exteriores, e quando o gene “voltasse a ser ligado” esperava-se um “abrandamento do processo de envelhecimento ou estabilização”.

“Em vez disso, vimos uma inversão dramática dos sinais e sintomas do envelhecimento: o cérebro aumentou de dimensão, a memória melhorou, deixou da haver pelos grisalhos e regressou a fertilidade” – o que significa “que há uma tremenda capacidade de os nossos tecidos se rejuvenescerem por si próprios”, adiantou dePinho.

Mostra como a manipulação, através de enzimas, das extremidades dos cromossomas responsáveis pela regeneração das células, os telómeros, pode inverter o envelhecimento e doenças relacionadas com a idade, como cancro, diabetes ou Alzheimer. Apesar da importância da descoberta, o trabalho a fazer é ainda “tremendo”, afirma, e será precisa “uma década ou mais” até que se chegue a “uma estratégia segura e eficaz” para reparar o ADN.

“Se conseguíssemos descobrir uma droga que pudesse especificamente reactivar este gene e reparar os telómeros, as pessoas teriam menos problemas relacionados com a idade, diabetes ou doenças de coração”, afirma.

Estilo de vida saudável tem impacto imediato na longevidade
Estilo de vida saudável tem impacto imediato na longevidade
Entre as dificuldades que os investigadores enfrentam está perceber em que momento se deve ‘ligar’ este gene e por quanto tempo, porque também células cancerosas podem ser estimuladas, caso estejam presentes no organismo. “Para se poder começar a multiplicar e nunca envelhecer, uma das coisas que a célula cancerosa faz é ligar este gene. Se temos um cancro que já começou e ligarmos o gene, podemos torná-lo mais agressivo”, afirma dePinho.

“Atrasar o relógio já hoje”

Além de procurar entender o “calendário próprio” para reactivar o gene, a sua equipa vai agora debruçar-se em como é que os tecidos retêm a capacidade de rejuvenescimento, ou seja “os processos biológicos e moleculares que permitem criar esta resposta tremenda”. Ainda há muito trabalho pela frente antes de se conseguir tirar partido disto e, em última análise, "melhorar a saúde humana”, afirmou.

Co-fundador de empresas de investigação médica – uma delas (Aveo Pharmaceuticals), cotada no Nasdaq – dePinho defende que o conhecimento “ainda é muito básico para poder ser conduzido esforço comercial”.

Segundo dePinho, esta e outras investigações já deixaram claro é que as pessoas podem começar a “atrasar o relógio já hoje”. “É essencialmente fazer exercício, comer devidamente e não fumar. Um estilo de vida saudável tem impacto imediato na longevidade”, sustentou.

Ronald dePinho
O cancro roubou-lhe o pai, mas deu-lhe também o incentivo para se lançar na investigação médica sobre aquela doença e o envelhecimento, que já lhe valeu vários prémios internacionais, embora ainda não o Nobel. “Dediquei a minha vida a encontrar curas para o cancro e por causa do meu pai trabalho tanto nessa área e no envelhecimento”, disse dePinho em entrevista.

Como milhões de emigrantes, o pai do investigador e professor da escola de medicina de Harvard e do Dana Farber Cancer Institute (Boston) cresceu “sem oportunidades” no país de origem. Depois de uma experiência mal sucedida no Brasil, aos 17 anos, chegou ao porto de Nova Iorque como tripulante de um navio e deu o “salto” para a imigração ilegal, começando por trabalhar na construção.

“Gostava tanto deste país e daquilo que ele representava que se alistou para a Segunda Guerra Mundial e assim conseguiu a cidadania”, contou. Ainda regressou a Portugal depois da guerra, onde conheceu a mulher que viria a levar para os Estados Unidos.

Com um sócio, montou uma empresa de construção, negócio que lhe permitiu criar os cinco filhos, que incentivou para os estudos. “Tive a sorte de ter pais tremendamente devotados aos filhos e que realmente apoiam a família em primeiro lugar, sempre”, continuou.

Ronald visitava habitualmente Portugal, onde tinham uma quinta no Furadouro (Ovar), mas o hábito foi-se perdendo. Recentemente, retomou algum contacto com o nosso país através do programa de associação da escola de medicina de Harvard com faculdades portuguesas, e surpreendeu-se ao regressar para o simpósio inaugural.

DePinho recebeu em 2009 o prémio Albert Szent-Gyrgyi para investigação sobre cancro, e em 2007 a medalha de Helsinki, além de anteriores distinções da American Society for Clinical Investigation.

O seu nome já foi algumas vezes referenciado para o Nobel, e uma colaboradora próxima, Carol Greider, recebeu esta distinção em 2009. O luso-americano diz-se satisfeito com o reconhecimento que o trabalho da sua equipa tem merecido e diz que o Nobel o deixaria “claramente surpreendido”. “A maior satisfação que tenho é a de ver os meus estudantes e estagiários a fazerem coisas importantes, a contribuírem para a sociedade”, disse à Lusa.


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Australianos avistam novo tratamento para cancro do pulmão Desequilíbrios hormonais influenciam resposta do corpo à doença 2011-08-23

Uma equipa de investigadores da Universidade Nacional Australiana está a investigar uma nova forma de tratamento para o cancro do pulmão a partir de uma enzima capaz de controlar a proliferação das hormonas que influenciam a resposta do corpo a esta doença.

Segundo um estudo publicado na “Medicinal Chemistry Communications”, revista da "Royal Society Chemistry", o grupo liderado por Chris Easton e Lucy Feihua Cao está a trabalhar com uma enzima designada por PAM e a estudar a sua capacidade para activar hormonas peptídicas.

Este novo trabalho demonstrou que desequilíbrios neste tipo de hormonas originam algumas formas de cancro e também doenças inflamatórias e asma. Lucy Feihua Cao explicou que pessoas com maiores quantidades de calcitonina, um tipo de hormona peptídica, têm menos probabilidade de superarem um cancro do pulmão.
"É por isso que trabalhamos para tentar reduzir a quantidade de calcitonina, nomeadamente através do controlo da actividade da enzima PAM", revelou a investigadora.

"Os nossos resultados são promissores, mas estamos numa etapa inicial", apontou Chris Easton, acrescentando que muitos dos testes realizados foram eficazes na redução de calcitoninas.

Com este trabalho, o grupo australiano espera criar um “novo medicamento que melhore e prolongue a vida de muitas pessoas que têm cancro do pulmão", a principal causa de morte por doenças oncológicas no mundo, acrescentou o cientista.

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Casamento feliz, coração saudável! Matrimónio aumenta longevidade após cirurgia de revascularização cardíaca 2011-08-24

Casamentos felizes são benéficos para o coração, revelou uma investigação americana publicada na “Health Psychology”, da “American Psychological Association”. Segundo este estudo da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, as pessoas nesta condição, têm até três vezes mais hipóteses de viveram mais 15 anos após uma cirurgia de revascularização cardíaca.

"Existe algo nos bons relacionamentos que ajuda as pessoas a permanecerem no curso da vida", referiu Kathleen King, coordenadora do estudo. Harry Reis, co-autor deste trabalho, também frisou que o efeito no casamento é tão importante para a sobrevivência após a cirurgia quanto outros factores de risco, como tabagismo, obesidade ou hipertensão.

Contudo, as vantagens do casamento diferem para homens e mulheres. No caso do sexo masculino, o matrimónio está relacionado a altas taxas de sobrevivência, pois quanto mais satisfatória a relação, maior será a sobrevivência.
Para as mulheres, a qualidade do enlace é ainda mais importante. Casamentos infelizes não trazem praticamente benefício algum para a sua esperança de viva, mas quando os relacionamentos são satisfatórios, aumentam em quase quatro vezes este indicador. "A recompensa da felicidade conjugal é mais forte nas mulheres. Por isso, elas devem procurar essa felicidade para terem a recompensa na saúde", disse Harry Reis.

Neste estudo, foram avaliadas 225 pessoas que fizeram uma cirurgia de revascularização cardíaca entre 1987 e 1990. Todos os casados foram questionados sobre a sua satisfação com o casamento um ano após a cirurgia. Houve ainda uma avaliação de indicadores que afectam a sobrevivência em caso de doenças cardiovasculares, como idade, casos de depressão, tabagismo, entre outros.

Quinze anos depois da cirurgia, 83 por cento das mulheres casadas e felizes ainda estavam vivas, frente a 28 por cento das que eram infelizes no casamento e 27 por cento das solteiras. O índice de sobrevivência para os maridos felizes também foi de 83 por cento. Mas aqueles que não eram tão felizes também tiveram taxas elevadas. Homens em uniões não muito satisfatórias tiveram um índice de sobrevivência de 60 por cento, significativamente melhor do que os 36 por cento dos homens solteiros.

Neste estudo, os autores citam ainda investigações anteriores, segundo as quais pessoas que têm um casamento feliz são menos susceptíveis a algumas inflamações relacionadas com doenças cardíacas.
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Patogénios podem viver dentro dos tecidos vegetais Desinfecção exterior dos alimentos é insuficiente para eliminá-los 2011-08-24

Desinfectar o exterior dos produtos pode nem sempre ser suficiente para eliminar os patogénios de alimentos nocivos, revelou um estudo realizado pela Universidade de Purdue, nos EUA, cujos resultados foram publicados separadamente nas revistas “Journal of Food Protection” e “Food Research International”.

Este trabalho demonstrou que a salmonella e a e. coli podem viver dentro dos tecidos vegetais. No caso da e.coli 0157: H7, foi encontrada em tecidos de soja, enquanto a salmonella foi detectada em plantas de amendoim, após as sementes serem contaminadas com o patogénio antes da plantação.

Amanda Deering, investigadora pós-doutorada em ciência dos alimentos envolvida neste estudo, referiu que "as sementes podem estar contaminadas antes ou após a plantação, através do solo ou água contaminados." De acordo com a especialista, nos alimentos analisados, "os patogénios estavam em todos os tecidos, incluindo no que transporta os nutrientes nas plantas".

Robert Pruitt, co-autor do estudo explicou também que "encontrar os patogénios dentro das plantas tem sido um desafio, porque as provas requerem cortar partes da planta, o que pode causar a migração de bactérias do exterior para o interior, ou vice-versa. É difícil saber onde pode ter estado um patogénio antes de ser cortado da planta”. Desta forma, “os resultados são muitas vezes imprecisos dado que os métodos permitem a movimentação das bactérias".

Robert Pruitt e Amanda Deering
Robert Pruitt e Amanda Deering
Para esta investigação, a equipa de cientistas usou um fixador para congelar a localização das bactérias nos tecidos da planta antes de cortarem as amostras. Os anticorpos marcados com fluorescência foram usados para detectar patogénios num processo chamado imunohistoquímica.

"Isso mostra a situação mais próxima do que estava na planta quando os agentes patogénicos estavam vivos” e “o aumento do número de bactérias manteve-se durante, pelo menos 12 dias, tempo que normalmente demora a investigação", explicou Deering.

Deering e Pruitt alertaram assim que, "para uma higienização adequada, deve-se eliminar a salmonella e a e.coli da superfície do alimento, bem como nos tecidos internos", por isso, é aconselhado "cozinhar os alimentos a temperaturas que matem e eliminem os patogénicos".


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Bactéria pode revolucionar combate à dengue 'Wolbachia' permite que insectos não sejam infectados pelo vírus 2011-08-26

Uma nova investigação indica que há uma bactéria capaz de travar a dengue, uma doença que, nos países tropicais e subtropicais, afecta entre 50 e cem milhões de pessoas e mata 20 mil pessoas por ano, sendo que não existe qualquer vacina que a possa prevenir.

Esta doença é provocada por quatro estirpes de um vírus que infecta as pessoas através das picadas do mosquito Aedes aegypti. O vírus causa febre, dores musculares e pode ser fatal, nos casos de febre hemorrágica.

Até agora, a única forma de combater a doença consiste no controlo da população de mosquitos. Contudo, dois artigos publicados na “Nature”, indicam que a bactéria agora detectada é capaz de transformar completamente populações locais de mosquitos em poucos meses.
Há dois anos, a equipa de cientistas utilizou a bactéria Wolbachia - presente naturalmente nos mosquitos - para diminuir o tempo de vida do insecto e prevenir o desenvolvimento do vírus. No entanto, esta primeira tentativa falhou, pois a bactéria era muito forte e matava rapidamente os mosquitos.

Depois disso, os investigadores recorreram a uma estirpe da Wolbachia menos violenta e obtiveram um resultado inesperado ao verificar que a bactéria impedia o insecto de ficar infectado pelo vírus da dengue sem matá-lo. Até agora, ainda não se sabe como é que a bactéria protege o mosquito do vírus, mas os investigadores acreditam que pode ser um processo molecular, um aumento da resposta imunitária ou ambos.

Wolbachia não se transmite ambientalmente
Wolbachia não se transmite ambientalmente
A Wolbachia não se propaga ambientalmente. É hereditária, o que facilita a sua propagação entre mães e filhos. Além disso, os investigadores sabem que só sobrevivem os ovos de mães infectadas pela e que aqueles de insectos fêmea saudáveis que são fertilizados por machos com a bactéria acabam por morrer.

Após perceberem este processo, o grupo de especialistas soltou milhares de mosquitos infectados com a bactéria em Queensland, na Austrália, sendo que a bactéria prosperou. Houve localidades onde a percentagem de mosquitos capturados com a bactéria variava entre 80 e 100 por cento. Também foram encontrados elementos da nova população espalhados em locais onde não foi libertado nenhum insecto.

Com esta taxa de sucesso, o mundo científico está confiante no “início de uma nova era de controlo de doenças transmitidas por mosquitos”, disse Jason Rasgon, especialista do Instituto de Investigação de Malária de Johns Hopkins, em Maryland, EUA, num comentário sobre a descoberta publicado também na “Nature”, acrescentando que, como “a população de mosquito é alterada em vez de ser eliminada, os efeitos nos ecossistemas serão mínimos.” Esta técnica poderá agora ser implementada noutros locais do mundo, como Brasil, Vietname, Tailândia e Indonésia.

Artigos:
Successful establishment of Wolbachia in Aedes populations to suppress dengue transmission
The wMel Wolbachia strain blocks dengue and invades caged Aedes aegypti populations


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Óleo de coentros pode substituir antibióticos Alternativa natural está a ser estudada na UBI 2011-08-29

O óleo de coentros é tóxico para uma ampla gama de bactérias nocivas, concluiu um estudo da Universidade da Beira Interior, publicado no “Journal of Medical Microbiology”. Desta forma, a sua utilização, seja na cozinha ou em fármacos, tem potencial para prevenir doenças transmitidas por alimentos e até mesmo tratar infecções resistentes aos antibióticos, indica o trabalho.

O efeito do óleo de coentros foi testado em 12 estirpes de bactérias, entre as quais a E.coli, a Salmonella enterica, a Bacillus cereus e a Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). Todas elas mostraram uma redução do crescimento, sendo que a maioria delas foi eliminada por soluções que continham até 1,6 por cento de óleo de coentros. Apenas a Bacillus cereus e a Enterococcus faecalis resisitiram ao efeito bactericida desta solução.
Para além de os coentros serem uma planta aromática amplamente utilizada na cozinha mediterrânica, o óleo é um dos 20 mais utilizados em todo o mundo, sendo já utilizado como aditivo alimentar. Produzido a partir de sementes da planta, o óleo de coentros tem benefícios para a saúde já reconhecidos há vários séculos da “medicina popular”, onde estão incluídos o alívio da dor, cólicas, convulsões ou náuseas, o tratamento de infecções fúngicas e uma ajuda na digestão.

O estudo da UBI não demonstra apenas que o óleo tem um efeito anti-bacteriano, mas explica também o seu funcionamento no organismo, que até agora não era conhecido. “Os resultados indicam que o óleo de coentros danifica a membrana que envolve a célula bacteriana. Isso interrompe a barreira entre a célula e o seu meio ambiente e inibe os processos essenciais, incluindo a respiração, o que acaba por conduzir a célula bacteriana à morte", explicou Fernanda Domingues, cientista que liderou o estudo.
O grupo de investigadores sugeriu também que o óleo poderá ter importantes aplicações na indústria alimentar e médica. "Anualmente, nos países desenvolvidos, cerca de 30 por cento da população sofre de doenças transmitidas por alimentos. Esta pesquisa incentiva o desenvolvimento de novos aditivos alimentares que contenham óleo de coentros para combater patogénios de origem alimentar e prevenir a deterioração de origem bacteriana", assegurou a cientista.

A líder do estudo frisou ainda que "o óleo de coentros também poderia tornar-se uma alternativa natural aos antibióticos comuns, já que pode ser usado como medicamento na forma de loções, anti-sépticos orais e até mesmo comprimidos para combater infecções bacterianas multi-resistentes que, de outra forma, não poderiam ser tratadas, facto que melhoraria significativamente a nossa qualidade de vida ".