sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Desvendada causa de comportamento repetitivo patológico em obsessivos-compulsivos
Estudo da Universidade de Columbia e do Instituto Psiquiátrico
do Estado de Nova Iorque na «Science»
2013-06-12
Lavar as mãos constantemente é um dos sintomas mais comuns em pacientes com DOC
Lavar as mãos constantemente é um dos sintomas mais comuns em pacientes com DOC
O distúrbio obsessivo compulsivo (DOC) é um transtorno de ansiedade caracterizado por pensamentos obsessivos e compulsivos que se materializam em comportamentos repetitivos que visam diminuir a grande ansiedade associada às obsessões. Este distúrbio, que afecta dois a três por cento da população mundial, pode provocar problemas na vida quotidiana ou ser mesmo incapacitante.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Columbia e do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova Iorque utilizaram uma nova tecnologia em modelos animais (ratinhos) e descobriram que a estimulação repetida de circuitos específicos do cérebro ligados ao córtex cerebral e o corpo estriado produz comportamentos repetitivos.
Tendo como alvo esta região, é possível parar as alterações anormais do circuito antes que se tornem em comportamentos patológicos em pessoas com risco de para desenvolverem este distúrbio. Dirigido por Susanne Ahmari, professora assistente de psiquiatria clínica, o estudo foi publicado recentemente na «Science».
As obsessões e as compulsões centram-se no córtex, que controla os pensamentos, e no corpo estriado, que controla os movimentos; mas pouco se sabe como as anormalidades nessas regiões do cérebro levam a comportamentos compulsivos patológicos.
Para simular o aumento da actividade que tem lugar no cérebro de pacientes com DOC, os investigadores utilizaram uma nova tecnologia chamada optogenética, na qual canais iónicos activados por luz são expressos em subconjuntos de neurónios; os circuitos neuronais são então selectivamente activados com luz.
“O que encontrámos foi surpreendente”, diz Ahmari. “A activação dos circuitos não leva directamente a comportamentos repetitivos nos ratinhos. Mas se estimularmos consecutivamente durante cinco minutos ao longo de vários dias, vemos um desenvolvimentos progressivo de comportamentos repetitivos que persistem por mais de duas semanas depois da estimulação ter cessado”.
Além disso, “quando tratámos os ratos com fluoxetina (um dos fármacos mais comuns para pacientes obsessivos-compulsivos) o seu comportamento volta ao normal”. Este estudo, tal como outros que a equipa de Susanne Ahmari está a levar a cabo, pode fornecer valiosas pistas para novos tratamentos contra o DOC.
Doenças cardiovasculares já matam menos do que cancro
Registam-se menos de 200 mortes por dez mil habitantes
2013-06-12
Investigadores estudaram a variação dos factores de risco
Investigadores estudaram a variação dos factores de risco
Embora estejam na origem de cerca de um terço dos óbitos em Portugal, as doenças cardiovasculares já não são a primeira causa de morte no nosso país entre os homens. A taxa de mortalidade associada a doenças cardiovasculares, ajustada para a idade, diminuiu para cerca de metade nos últimos 30 anos, observando-se menos de 200 mortes por 10 mil habitantes, tanto em homens como em mulheres, em 2010. Os dados constam de um estudo desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). O decréscimo deu-se maioritariamente à custa da melhoria dos tratamentos.
Desenvolvido por Marta Pereira, no âmbito do seu projecto de doutoramento, este trabalho procurou avaliar como variou a mortalidade por doenças cardiovasculares no nosso país. Uma vez que a mortalidade depende da incidência da doença e da letalidade, os investigadores estudaram a variação dos factores de risco associados a estas doenças (hipertensão arterial, diabetes, obesidade, tabagismo), bem como os tratamentos utilizados.
Os resultados demonstraram que, a partir do ano 2000, o número total de mortes devido às doenças cardiovasculares diminuiu, tanto nos homens como nas mulheres. Desde 2008 que a taxa de mortalidade por cancro supera a taxa de mortalidade das doenças cardiovasculares nos homens. Já nas mulheres, as doenças cardiovasculares mantêm-se como principal causa de morte.
A análise dos factores de risco revelou que a prevalência da hipertensão arterial diminuiu consideravelmente, sobretudo à custa de alterações nos padrões alimentares (possivelmente devido à redução do consumo de sal). Os níveis de colesterol também desceram, mas mais por força do uso de estatinas – um fármaco usado para reduzir o nível de lípidos no sangue. No entanto, outros factores como a diabetes e a obesidade aumentaram significativamente. É de referir que o consumo de tabaco também é um factor de risco e verificou-se uma diminuição entre os homens e um aumento nas mulheres, sobretudo nas mais jovens.
Cinco fármacos
Em termos de tratamento, o estudo permitiu verificar que “a grande maioria dos doentes têm prescrição dos principais fármacos utilizados para prevenção secundária após um episódio da síndrome coronário agudo”, segundo referiu Marta Pereira, “mas apenas uma minoria sai do hospital com o tratamento óptimo, que inclui a toma de cinco medicamentos”.
“Foi claro no nosso trabalho que os mais idosos têm menos prescrição de medicamentos, estando a ser privados de usufruir do tratamento optimizado aconselhado pelas recomendações nacionais e internacionais, mesmo tendo em consideração as principais contra-indicações”, continuou a investigadora da FMUP acrescentando que “só um terço dos idosos com idade acima dos 80 anos tinha prescrição para os fármacos”.
Variações dos factores de risco
No total, em 2008, registaram-se menos 2.135 mortes por doença coronária nos homens e menos 1.625 nas mulheres do que as que seriam esperadas se as taxas registadas em 1995 se mantivessem inalteradas.
Metade desse resultado deveu-se às melhorias no tratamento farmacológico dos doentes e cerca de 42 por cento relacionou-se com as variações dos factores de risco. “Quer isto dizer que há espaço para agir, em termos de Saúde Pública, sobre os factores de risco, em Portugal, através da aposta na prevenção primária”, sumarizou a investigadora.
Embora se registem melhorias ao nível dos valores de pressão arterial, colesterol, tabagismo e actividade física nos homens, impõe-se apostar na inversão da tendência observada na obesidade, na diabetes e no tabagismo nas mulheres. Até “porque o aumento destes factores nos adolescentes poderá ter como resultado uma nova inversão da curva de mortalidade por doenças cardiovasculares no futuro”, concluiu.
Este trabalho integra um projecto mais abrangente, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e liderado pela investigadora do Departamento de Epidemiologia Clínica, Medicina Preditiva e Saúde Pública da FMUP, Ana Azevedo.
Nanopartículas de ouro são utilizadas para tratar cancro
Tratamento não é tóxico e pode ser combinado com outros medicamentos
2013-06-14
Nanopartículas ajudam “actividade sinérgica” dos medicamentos
Nanopartículas ajudam “actividade sinérgica” dos medicamentos
Uma equipa internacional, na qual participa a Universidade do Porto (UPorto), utiliza nanopartículas de ouro para o tratamento do cancro, uma vez que não são tóxicas para o corpo humano e podem ser combinadas com outros medicamentos que têm por objectivo combater células tumorais – ao contrário das atuais terapias convencionais.
A equipa multidisciplinar da UPorto é constituída por investigadores do Laboratório de Engenharia de Processos Ambiente e Energia (LEPAE) da FEUP, da FMUP, do IBMC e do IPATIMUP – e do Departamento de Química e Engenharia Biológica da Universidade Técnica de Chalmers (Suécia), do University of Nebraska Medical Center (EUA) e do Department of Radiation Biology, Institute for Cancer Research, Norwegian Radium Hospital, Oslo University (Noruega).
Segundo os investigadores, este estudo permitiu compreender o mecanismo de absorção de nanopartículas de ouro pelas células cancerosas. Quando utilizadas em pequenas quantidades, estas nanopartículas conseguem ajudar a “actividade sinérgica” dos medicamentos para o tratamento do efeito da evolução de metástases e para tornar mais eficiente o efeito de retenção e permeação de drogas nos tecidos atingidos. Assim é possível aplica-las em drogas terapêuticas, de forma a diminuir os seus efeitos colaterais como a conhecida “Multi anti-drug resistance (MDR)”.
As nanopartículas de ouro podem ser utilizadas tanto no tratamento de quimioterapia como de radioterapia, tendo já sido testadas em linhas celulares tumorais e não-tumorais pancreáticas. Com viabilidade para ser introduzido no mercado farmacêutico, este tratamento já despertou o interesse de uma investigadora da Pfizer, nos Estados Unidos, para a aplicação destas nanopartículas na passagem de drogas através da barreira hematoencefálica.
O projecto teve início há três anos e foi destacado no blogue da American Association of
Seis de dez restaurantes de “fast-food” em Inglaterra têm mais bactérias no gelo do que na sanita
Investigadores dizem que não há perigo imediato para a saúde pública
2013-06-12
Empresas visadas anunciaram medidas para aumentar a higiene
Empresas visadas anunciaram medidas para aumentar a higiene
O gelo de seis de dez restaurantes analisados no Reino Unido tem mais bactérias do que a água da sanita, segundo um artigo publicado pelo jornal sensacionalista Daily Mail. As empresas implicadas nesta investigação, entre as quais vários “franchisings” de “fast-food”, anunciaram já que vão rever os seus procedimentos de limpeza assim como a formação ao pessoal nesta área.
Os testes realizados demonstraram que o gelo do McDonalds, Burger King, KFC, Starbucks, Café Rouge e Nando – alguns dos dez restaurantes analisados – tinham mais bactérias do que as amostras de água retiradas das sanitas. Os cientistas atribuem esses resultados ao facto das casas de banho serem mais vezes limpas do que as máquinas de gelo.
Não há, no entanto, um “perigo imediato para a saúde pública”, apesar de quatro destes restaurantes terem uma quantidade suficiente de micróbios para serem consideradas um risco higiénico, segundo o laboratório que fez as análises. O mesmo diz que a as amostras analisadas revelam falta de higiene.
“É fácil esquecer que o gelo pode ter bactérias porque se acredita que é demasiado frio para os germes; mas esta crença está muito distante da realidade”, explicou ao jornal inglês a ex-directora do Laboratório britânico da Agência de Protecção da Saúde, Melody Greenwood.
Mara Freire quer produzir biofármacos a partir da gema de ovo Bolsa milionária atribuída a jovem investigadora
A investigadora Mara Freire, da Universidade de Aveiro, acaba de vencer uma das bolsas atribuídas pelo Conselho Europeu de Investigação, as maiores ao nível europeu. A cientista do Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos (CICECO) vai receber cerca de 1,4 milhões de euros ao longo de cinco anos para desenvolver o projecto “IgYPurTech: Uma tecnologia sustentável para a purificação de anticorpos”. O trabalho da cientista de Aveiro pretende, a partir de anticorpos retirados da gema do ovo, desenvolver biofármacos baratos e mais eficazes do que alguns dos actuais antibióticos.
Presentemente, explica a investigadora, “há uma enorme preocupação com o aparecimento de microorganismos resistentes aos antibióticos e, consequentemente, de doenças que não respondem às terapias convencionais e de pessoas para quem a vacinação tradicional tem pouco efeito”.
Estes desafios constituem assim forte motivação para o desenvolvimento de novos fármacos, alternativos aos conhecidos, entre os quais se contam os anticorpos, também conhecidos como biofármacos. No entanto, aponta Mara Freire, “o uso corrente de anticorpos está ainda condicionado pelo elevado custo da sua produção”.
Nos últimos anos, o estudo da produção e purificação de anticorpos para uso em seres humanos tem-se centrado, principalmente, nos anticorpos produzidos por animais de pequeno porte. Contudo, para além do elevado custo de produção, a recuperação destes anticorpos requer o uso de práticas invasivas.
Aveiro: dos ovos moles aos anticorpos
Aveiro: dos ovos moles aos anticorpos
“Uma potencial alternativa baseia-se na imunoglobulina Y (IgY), um anticorpo produzido em grande quantidade e presente na gema de ovo”, aponta a investigadora do CICECO. Para além da sua obtenção não fazer uso de técnicas invasivas, explica, “o facto de o IgY ser abundantemente produzido contribui para uma redução dos custos de produção pela indústria farmacêutica”.
Missão: purificar o IgY
Mas apesar de todas as vantagens associadas ao IgY, o seu custo é ainda significativo. “Isso deve-se à inexistência de uma técnica de purificação eficaz que separe a imunoglobulina de outras proteínas contaminantes”, aponta Mara Freire.
Assim, o desafio maior do projecto premiado da UA é o desenvolvimento de uma nova técnica de purificação de IgY que, a partir da gema de ovo, permita obter os anticorpos com a pureza necessária à indústria farmacêutica e a um preço competitivo. Para tal, antevê Mara Freire, “recorrer-se-á à utilização de sistemas aquosos bifásicos constituídos por líquidos iónicos, sistemas contendo maioritariamente água, biocompatíveis e mais amigos do ambiente”.
João Rocha: “O prémio agora atribuído permitirá a esta jovem criar no CICECO uma nova área de investigação muito inovadora
João Rocha: “O prémio agora atribuído permitirá a esta jovem criar no CICECO uma nova área de investigação muito inovadora "
O desenvolvimento de uma nova técnica para a purificação de anticorpos terá, garante a investigadora, “um impacto muito significativo na saúde humana e na economia”.
Uma responsabilidade acrescida
A notícia da entrega de uma das mais importantes bolsas europeias de apoio à investigação científica deixou a investigadora radiante. “Sinto que foi uma enorme conquista e um grande reconhecimento em relação ao trabalho científico que desenvolvi ao longo dos últimos dez anos”, revela Mara Freire.
A distinção, “apesar de todas as novas responsabilidades que acarreta”, permitirá à cientista da UA “trilhar novos caminhos na investigação na procura de fármacos alternativos e financiar toda uma equipa de investigação”.
João Rocha, diretor do CICECO congratula-se com o reconhecimento alcançado pela investigadora daquele Laboratório Associado da academia de Aveiro. “Portugal conta hoje com jovens cientistas cujo profissionalismo e criatividade ombreiam com o que de melhor se conhece lá fora”, aponta o responsável.
De igual forma, João Rocha salienta que “o país tem também centros de investigação reconhecidos no mundo, que permitem aos nossos mais brilhantes cientistas desenvolver em pleno o seu potencial intelectual. O Laboratório Associado CICECO, que acolhe a Mara Freire, é um desses lugares”.
O prémio agora atribuído permitirá a esta jovem criar no CICECO "uma nova área de investigação muito inovadora e com um potencial impacto económico considerável”, sublinha João Rocha.
Fármaco para osteoporose trava cancro da mama
Investigação sobre bazedoxifeno realizada nos Estados Unidos
2013-06-18
Um medicamento utilizado para o tratamento da osteoporose consegue também deter o crescimento das células do cancro da mama, incluindo dos cancros que se tornaram resistentes às terapias actuais. Esta é a conclusão de um estudo levado a cabo pelo Instituto do Cancro do Centro Médico da Universidade de Duke, em Durham (EUA).
Os resultados indicam que o bazedoxifeno não só evita que o estrogénio alimente o crescimento das células cancerosas, como também marca os receptores de estrogénio para os destruir.
O autor principal do estudo Donald McDonnell, director do Departamento de Farmacologia e Biologia do Cancro daquela universidade, explica que o bazedoxifeno une-se a um receptor de estrogénio, interferindo com a sua actividade. O mais surpreendente foi verificar “que também degrada o receptor e se desfaz dele”.
Nos estudos feitos com células e animais, o fármaco inibiu o crescimento tanto das células do cancro da mama dependentes do estrogénio como das que desenvolveram resistência ao antiestrogénio tamoxifeno e aos inibidores da aromatase, dois dos medicamentos mais utilizados.
O bazedoxifeno pertence, tal como o tamoxifeno, a uma classe de fármacos conhecidos como modeladores específicos de receptores de estrogénio. Estes distinguem-se pela sua capacidade de se comportarem como o estrogénio em alguns tecidos, enquanto bloqueiam significativamente a acção da hormona noutros tecidos.
Mas ao contrário do tamoxifeno, o bazedoxifeno tem algumas das propriedades de um grupo mais recente de medicamentos conhecidos como selectivos degradadores dos receptores de estrogénio (SERDs), que conseguem assinalar o receptor da hormona para a sua destruição.
Como o fármaco tem como objectivo eliminar os receptores através da degradação, é menos provável que a célula cancerosa possa desenvolver um mecanismo de resistência, explicam os investigadores.
Português cria células estaminais
do sistema sanguíneo com células da pele
Filipe Pereira desenvolve trabalho de 'post-doc' na Icahn School of Medicine no Mount Sinai (Nova Iorque)
2013-06-17
Por Luísa Marinho
Uma equipa de investigadores da Icahn School of Medicine no Mount Sinai (Nova Iorque), da qual faz parte do português Filipe Pereira, conseguiu criar, a partir de células da pele, células estaminais que dão origem a células do sistema sanguíneo.
O cientista, que está nos Estados Unidos a cumprir o post-doc, e é o primeiro autor do estudo agora publicado na «Cell Stem Cell», explicou ao «Ciência Hoje» a importância e as futuras aplicações desta descoberta.
“Há mais de 20 anos os investigadores têm tentado diferenciar as células estaminais do embrião em células estaminais do sangue”, esclarece. As células estaminais do sangue são as que têm capacidade de formar todas as células do sangue, enquanto que as do embrião podem formar qualquer tipo de célula.
Mas o mais complicado era fazer com que elas formassem essas células do corpo. “No nosso estudo, fizemos uma abordagem alternativa. Em vez de passarmos pelas células estaminais do embrião, decidimos tentar gerar directamente as células estaminais do sangue através de células adultas, como as células da pele, nas quais se inseriram quatro proteínas que são expressas especificamente em células estaminais do sangue”.
Assim, a equipa conseguiu ter essa “conversão directa de um fibroblasto” (uma célula adulta) e iniciar um processo de hematogénese, em que se geram células muito similares com as células estaminais do sangue. “A identificação das quatro proteínas foi crucial para a obtenção destes resultados”, afirma.
Carlos Filipe Pereira
Completou a sua licenciatura em 2002 na Universidade do Porto (UP). Em 2003, começou o doutoramento inserido no programa GABBA (Graduate Program in Areas of Basic and Applied Biology), da UP, e com apoio da FCT, mudando-se para Londres, em 2004, para continuar a sua investigação sobre células estaminais. Completou o doutoramente com 28 anos no Imperial College London. A sua investigação post-doc, na Icahn School of Medicine at Mount Sinai (Nova Iorque, EUA), possível graças a uma bolsa da EMBO. Publicou já mais de 20 artigos e ganhou distinções de organizações como a FCT, EMBO e o Rotary Club.
A investigação foi feita com ratinhos, o que deu aos investigadores a possibilidade de encontrar as proteínas.“De momento, estamos a transferir a tecnologia para células humanas, fibroblastos da derme, e temos tido resultados promissores”.
A aplicação futura destes resultados pode acabar com problemas de incompatibilidade de sangue de dadores, com doenças que podem surgir das transfusões e com a dependência dos bancos de sangue. “Um paciente que precise hoje de uma transfusão sanguínea tem de procurar um dador que não lhe dê problemas de compatibilidade; há também doenças que as tranfusões podem provocar por se tratarem de células diferentes, mesmo com dadores compatíveis”.
Se no futuro a tecnologia funcionar “podem tirar-se células da pele do paciente, inserir estas quatro proteínas e gerar células que se serão reintroduzidas no sangue; estas vão até à medula óssea do paciente dando início à produção de sangue”.
Outra implicação do estudo “é a nível da biologia, da especificação das células hematopoiéticas estaminais durante o desenvolvimento”. A identificação destas quatro proteínas “abre portas ao estudo das suas funções durante o desenvolvimento embrionário e de como estas são exercidas. Isso vai ajudar-nos a saber mais sobre este processo e melhorar o nosso conhecimento sobre os mecanismos básicos da especificação das células hematopoiética no sangue”, conclui.
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