segunda-feira, 24 de março de 2014

Nanopartículas de ouro são utilizadas para tratar cancro

Uma equipa internacional, na qual participa a Universidade do Porto (UPorto), utiliza nanopartículas de ouro para o tratamento do cancro, uma vez que não são tóxicas para o corpo humano e podem ser combinadas com outros medicamentos que têm por objectivo combater células tumorais – ao contrário das atuais terapias convencionais. A equipa multidisciplinar da UPorto é constituída por investigadores do Laboratório de Engenharia de Processos Ambiente e Energia (LEPAE) da FEUP, da FMUP, do IBMC e do IPATIMUP – e do Departamento de Química e Engenharia Biológica da Universidade Técnica de Chalmers (Suécia), do University of Nebraska Medical Center (EUA) e do Department of Radiation Biology, Institute for Cancer Research, Norwegian Radium Hospital, Oslo University (Noruega). Segundo os investigadores, este estudo permitiu compreender o mecanismo de absorção de nanopartículas de ouro pelas células cancerosas. Quando utilizadas em pequenas quantidades, estas nanopartículas conseguem ajudar a “actividade sinérgica” dos medicamentos para o tratamento do efeito da evolução de metástases e para tornar mais eficiente o efeito de retenção e permeação de drogas nos tecidos atingidos. Assim é possível aplica-las em drogas terapêuticas, de forma a diminuir os seus efeitos colaterais como a conhecida “Multi anti-drug resistance (MDR)”. As nanopartículas de ouro podem ser utilizadas tanto no tratamento de quimioterapia como de radioterapia, tendo já sido testadas em linhas celulares tumorais e não-tumorais pancreáticas. Com viabilidade para ser introduzido no mercado farmacêutico, este tratamento já despertou o interesse de uma investigadora da Pfizer, nos Estados Unidos, para a aplicação destas nanopartículas na passagem de drogas através da barreira hematoencefálica. O projecto teve início há três anos e foi destacado no blogue da American Association of Pharmaceutical Scientists (AAPS).

Português cria células estaminais do sistema sanguíneo com células da pele

Uma equipa de investigadores da Icahn School of Medicine no Mount Sinai (Nova Iorque), da qual faz parte do português Filipe Pereira, conseguiu criar, a partir de células da pele, células estaminais que dão origem a células do sistema sanguíneo. O cientista, que está nos Estados Unidos a cumprir o post-doc, e é o primeiro autor do estudo agora publicado na «Cell Stem Cell», explicou ao «Ciência Hoje» a importância e as futuras aplicações desta descoberta. “Há mais de 20 anos os investigadores têm tentado diferenciar as células estaminais do embrião em células estaminais do sangue”, esclarece. As células estaminais do sangue são as que têm capacidade de formar todas as células do sangue, enquanto que as do embrião podem formar qualquer tipo de célula. Mas o mais complicado era fazer com que elas formassem essas células do corpo. “No nosso estudo, fizemos uma abordagem alternativa. Em vez de passarmos pelas células estaminais do embrião, decidimos tentar gerar directamente as células estaminais do sangue através de células adultas, como as células da pele, nas quais se inseriram quatro proteínas que são expressas especificamente em células estaminais do sangue”. Assim, a equipa conseguiu ter essa “conversão directa de um fibroblasto” (uma célula adulta) e iniciar um processo de hematogénese, em que se geram células muito similares com as células estaminais do sangue. “A identificação das quatro proteínas foi crucial para a obtenção destes resultados”, afirma. Carlos Filipe Pereira Completou a sua licenciatura em 2002 na Universidade do Porto (UP). Em 2003, começou o doutoramento inserido no programa GABBA (Graduate Program in Areas of Basic and Applied Biology), da UP, e com apoio da FCT, mudando-se para Londres, em 2004, para continuar a sua investigação sobre células estaminais. Completou o doutoramente com 28 anos no Imperial College London. A sua investigação post-doc, na Icahn School of Medicine at Mount Sinai (Nova Iorque, EUA), possível graças a uma bolsa da EMBO. Publicou já mais de 20 artigos e ganhou distinções de organizações como a FCT, EMBO e o Rotary Club. A investigação foi feita com ratinhos, o que deu aos investigadores a possibilidade de encontrar as proteínas.“De momento, estamos a transferir a tecnologia para células humanas, fibroblastos da derme, e temos tido resultados promissores”. A aplicação futura destes resultados pode acabar com problemas de incompatibilidade de sangue de dadores, com doenças que podem surgir das transfusões e com a dependência dos bancos de sangue. “Um paciente que precise hoje de uma transfusão sanguínea tem de procurar um dador que não lhe dê problemas de compatibilidade; há também doenças que as tranfusões podem provocar por se tratarem de células diferentes, mesmo com dadores compatíveis”. Se no futuro a tecnologia funcionar “podem tirar-se células da pele do paciente, inserir estas quatro proteínas e gerar células que se serão reintroduzidas no sangue; estas vão até à medula óssea do paciente dando início à produção de sangue”. Outra implicação do estudo “é a nível da biologia, da especificação das células hematopoiéticas estaminais durante o desenvolvimento”. A identificação destas quatro proteínas “abre portas ao estudo das suas funções durante o desenvolvimento embrionário e de como estas são exercidas. Isso vai ajudar-nos a saber mais sobre este processo e melhorar o nosso conhecimento sobre os mecanismos básicos da especificação das células hematopoiética no sangue”, conclui.

Fármaco para osteoporose trava cancro da mama Investigação sobre bazedoxifeno realizada nos Estados Unidos

Um medicamento utilizado para o tratamento da osteoporose consegue também deter o crescimento das células do cancro da mama, incluindo dos cancros que se tornaram resistentes às terapias actuais. Esta é a conclusão de um estudo levado a cabo pelo Instituto do Cancro do Centro Médico da Universidade de Duke, em Durham (EUA). Os resultados indicam que o bazedoxifeno não só evita que o estrogénio alimente o crescimento das células cancerosas, como também marca os receptores de estrogénio para os destruir. O autor principal do estudo Donald McDonnell, director do Departamento de Farmacologia e Biologia do Cancro daquela universidade, explica que o bazedoxifeno une-se a um receptor de estrogénio, interferindo com a sua actividade. O mais surpreendente foi verificar “que também degrada o receptor e se desfaz dele”. Nos estudos feitos com células e animais, o fármaco inibiu o crescimento tanto das células do cancro da mama dependentes do estrogénio como das que desenvolveram resistência ao antiestrogénio tamoxifeno e aos inibidores da aromatase, dois dos medicamentos mais utilizados. O bazedoxifeno pertence, tal como o tamoxifeno, a uma classe de fármacos conhecidos como modeladores específicos de receptores de estrogénio. Estes distinguem-se pela sua capacidade de se comportarem como o estrogénio em alguns tecidos, enquanto bloqueiam significativamente a acção da hormona noutros tecidos. Mas ao contrário do tamoxifeno, o bazedoxifeno tem algumas das propriedades de um grupo mais recente de medicamentos conhecidos como selectivos degradadores dos receptores de estrogénio (SERDs), que conseguem assinalar o receptor da hormona para a sua destruição. Como o fármaco tem como objectivo eliminar os receptores através da degradação, é menos provável que a célula cancerosa possa desenvolver um mecanismo de resistência, explicam os investigadores.

Crianças correm mais riscos de intoxicação alimentar no Verão

A intoxicação alimentar é uma reacção a um alimento, refeição ou água contaminados por uma bactéria. Nos meses de Verão, com o calor, os alimentos tendem a estragar-se com mais facilidade e o risco de intoxicação alimentar aumenta, sobretudo em crianças. “A selecção dos alimentos, a higienização, a preparação e o acondicionamento são fundamentais para prevenir intoxicações alimentares”, refere Pilar de Quinhones Levy, pediatra do Hospitalcuf infante santo. As crianças, devido ao ritmo de vida e à frequência com que, nas férias, se alimentam fora de casa, estão mais sujeitas a intoxicações alimentares e devem ser os pais a garantir que as refeições estão livres de perigo e a redobrar os cuidados. Alimentos que sejam armazenados no frio, mesmo que transportados em malas térmicas, exigem mais cautela. “Ovos, iogurtes, leite, refeições que contenham marisco ou alimentos crus devem ser evitados ou consumidos de imediato. Para a praia, o ideal é levar alimentos como pão, bolachas, fruta – de preferência ainda com casca –, e alimentos secos, que devem ficar sempre protegidos do sol”, alerta a pediatra Laura Sousa de Macedo. “Com o calor, o risco de desidratação também aumenta. A ingestão de líquidos é, por isso, fundamental, principalmente água. Sumos de fruta naturais são um bom complemento, porque são ricos em vitaminas e minerais, mas não devem funcionar como substitutos da água. Os refrigerantes com gás devem ser evitados”, acrescenta. Dor abdominal, cólicas, vómitos e diarreia são os sintomas mais comuns de intoxicação alimentar. Em alguns casos de intoxicação alimentar pode também ocorrer febre. “Durante os períodos febris, os pais devem oferecer ainda mais líquidos às crianças. Os casos menos graves de intoxicação alimentar melhoram dentro de um ou dois dias, mantendo uma alimentação saudável, uma dieta ligeira e fraccionada, água, para evitar a desidratação, evitando fritos e comidas com gorduras. Se os sintomas persistiram por mais de 48 horas, ou principalmente no primeiro ano de vida, a criança ficar prostrada, com língua seca ou olhos encovados, deve ser observada por médico”, aconselha a especialista

Crianças que vêem muita televisão são mais obesas Anúncios de televisão podem conduzir à ingestão de mais alimentos, revela estudo da UC

A televisão tem maior impacto no excesso de peso e no aumento da tensão arterial do que computador e jogos electrónicos. Esta é uma das conclusões de um estudo empreendido pela Universidade de Coimbra (UC). Cristina Padez, coordenadora da equipa de investigadores que empreendeu este estudo, explica que a televisão é mais nociva “pelo facto de as crianças estarem mais expostas a publicidade de produtos alimentares, induzindo-as à ingestão de comida normalmente pouco saudáveis”. A especialista diz ainda que “a televisão é mais passiva. O computador e os jogos eletrónicos exigem mais concentração e interacção”. O trabalho dos profissionais da UC pretendeu avaliar a alteração dos valores de obesidade infantil na população portuguesa, entre 2002 e 2009, e também e conhecer a associação entre a obesidade infantil e os comportamentos familiares, hábitos sedentários e o ambiente onde vivem. No total, a pesquisa envolveu 17424 mil crianças, de jardins-de-infância e de escolas de várias regiões do país, com idades compreendidas entre os três e os 11 anos. Os familiares das crianças também foram ouvidos. Os inquéritos feitos versavam sobre hábitos alimentares, horas passadas a ver televisão, ao computador ou a jogar jogos eletrónicos e sobre o ambiente na área de residência. Ouvidas crianças e familiares, os investigadores concluíram que a percentagem de crianças que passam mais de duas horas diárias em frente ao televisor, ultrapassando os limites considerados de referência (da Academia Americana de Pediatria), é de 28% nos meninos e 26% nas meninas. E no fim-de-semana, a percentagem dispara para 75%, os meninos e 74%, as meninas. Cristina Padez defende ser “urgente corrigir este e outros hábitos errados para que não se perpetuem e tenham implicações sérias na idade adulta. Os hábitos criados na infância tendem a prolongar-se para a vida adulta. Nos adultos encontramos uma forte associação entre o tempo que eles vêem televisão e valores de obesidade, hipertensão arterial, diabetes tipo II, entre outros problemas”. A investigadora transmite assim algumas recomendações como “evitar ter televisão no quarto e ultrapassar as duas horas de visionamento diárias, restringir o consumo de alimentos mais açucarados e com gorduras, ser mais activo, a mãe evitar aumentar muito o peso na gravidez e amamentar o máximo de tempo possível e ainda dormir mais horas, entre outras medidas”. A obesidade infantil acarreta problemas como hipertensão, colesterol elevado, triglicérios (ocorrem em 60% das crianças obesas). Cerca de 40% destas crianças permanece obesa na vida adulta e, mesmo as crianças que normalizam o seu peso com o crescimento, o simples facto de terem sido obesas é um risco para o aparecimento de algumas doenças principalmente cardiovasculares na vida adulta. O estudo da UC teve também em conta a relação entre excesso de peso e o ambiente em que as crianças se inserem, tendo em conta aspectos como o tipo de lojas, supermercados, zonas de lazer ao ar livre junto da residência das crianças, a segurança. A coordenadora da pesquisa sublinha que “a segurança das zonas frequentadas pelas crianças junto à habitação e à escola pode ter influência no peso. Nas sociedades urbanas, por questões de segurança, as crianças têm poucas actividades ao ar livre. Ficam em casa, vêem mais televisão e maior é o risco de serem obesas”. Uma última conclusão prende-se com o grau de instrução dos pais. Pode-se relacionar que “quanto menor é o grau de ensino, maior é o valor de obesidade”, conclui a docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e tem já seis artigos científicos publicados em jornais e revistas internacionais.

Investigadores portugueses desvendam mecanismo causador de cancro no vírus da Hepatite D

Estudo realizado no Instituto de Higiene e Medicina Tropical 2013-07-30 IHMT envolvido na investigação IHMT envolvido na investigação A existência de uma associação entre a infecção crónica com vírus da hepatite delta (VHD) e o cancro hepatocelular, através da identificação de um mecanismo envolvido na replicação do VHD que potencia o desenvolvimento de células cancerígenas é revelada num estudo de que é co-autor Celso Cunha, da Unidade de Ensino e Investigação de Microbiologia Médica do Instituto de Higiene e Medicina Tropical. A investigação vai ser publicada na edição de agosto do Journal of Proteomics. A infecção com o VHD, o agente infeccioso da hepatite D, está associada a um aumento da incidência de carcinoma hepatocelular. Através de uma abordagem de proteómica (análise das proteínas e variantes de proteínas), a investigação revela quais as alterações na expressão de genes celulares que resultam da replicação deste vírus. A divisão celular ocorre em várias fases, sendo que a transição entre a fase G2 e a M corresponde a um “ponto de controlo” neste processo. O estudo mostra, pela primeira vez, que o VHD altera o ciclo normal de regulação das células num ponto preciso: entre a fase G2 e M, provocando erros no ciclo. Os investigadores acreditam que a interferência do vírus com o este controlo é a causa do desenvolvimento de processos carcinogénicos nas células. Celso Cunha participou no estudo Celso Cunha participou no estudo Para além disso, os investigadores mostram ainda que algumas proteínas celulares que participam no suicídio das células cancerígenas são sintetizadas em menor escala na presença do VHD, o que contribui para reduzir as defesas do organismo e potenciar o desenvolvimento de cancro. O vírus da Hepatite D (ou Delta) depende da presença do vírus da Hepatite B para se multiplicar e infectar o fígado, nos seres humanos. Tem um período de incubação entre 15 a 45 dias e mantém-se por muito tempo no sangue. Transmite-se pelas mesmas vias do vírus da Hepatite B: sangue e transfusões sanguíneas, durante o parto e através da partilha de seringas infectadas ou objectos de higiene pessoal (lâminas de barbear, escovas de dentes, etc). É mais prevalente na bacia do Mediterrâneo, Médio Oriente, Ásia Central, África Ocidental, América do Sul e em algumas ilhas do Pacífico Sul. A descoberta deste mecanismo de formação do cancro associado ao VHD poderá contribuir, a longo prazo, para o desenvolvimento de terapias específicas, atualmente ainda indisponíveis aos doentes.

Investigação em Portugal: teste inovador permite identificar multirresistências na tuberculose

Em 2012, receberam o Prémio de Mérito Científico Santander Totta/ Universidade NOVA pelo desenvolvimento de um teste rápido e mais barato de diagnóstico da tuberculose, baseado em nanopartículas de ouro. Em Janeiro, Pedro Viana Baptista, da Faculdade de Ciência e Tecnologia (FCT), e Miguel Viveiros, do IHMT, publicaram um artigo em que mostram que, recorrendo ao mesmo método, e dentro do mesmo tubo, é ainda possível determinar se se trata de uma tuberculose multirresistente e especificar que mutações causam resistência. O estudo, publicado na revista científica internacional Tuberculosis, partiu de genótipos do bacilo da tuberculose portugueses, mas a metodologia de diagnóstico pode ser adaptada a qualquer grupo genético de resistências. Em 2011, Portugal registava 22,6 novos casos de tuberculose por 100 mil habitantes, com aproximadamente três por cento de casos multirresistentes, um decréscimo significativo quando comparado com o ano 2000 (25-30 por cento). Foi nessa altura que o IHMT trouxe para Portugal o diagnóstico precoce por biologia molecular e, com o apoio da Fundação Gulbenkian, aplicou-o na área da Grande Lisboa. “Em 24 horas, passou a saber-se se os indivíduos estavam doentes e se eram ou não multirresistentes”, diz Miguel Viveiros. Com a nova tecnologia de diagnóstico baseada em nanopartículas de ouro, é possível obter o mesmo diagnóstico de forma menos dispendiosa e com uma fácil concretização técnica. “A grande vantagem desta abordagem é permitir sensibilidades superiores às técnicas moleculares padrão (PCR) mas de forma simples e a baixo custo”, refere Pedro Baptista. “Na prática, pegamos nas nanopartículas, que estão funcionalizadas com sequências que identificam o bacilo da tuberculose e com as resistências do bacilo. Se, na amostra doente, existir o bacilo ou o seu ADN, esses alvos interagem com as partículas. Se não existir interação, a solução muda de muda de cor para azul devido à agregação das nanopartículas”, explica Miguel Viveiros. A detecção precoce dos casos de tuberculose multirresistente em Portugal é uma necessidade urgente, já que as estirpes portuguesas apresentam características únicas, que as tornam irresponsivas aos tratamentos padrão preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Sabemos que 75-80 por cento das estirpes multirresistentes em Portugal são do mesmo grupo genético da estirpe Lisboa, que tem características não partilhadas com o resto do mundo”, explica o investigador Miguel Viveiros. Foi no IHMT que a estirpe Lisboa foi identificada pela primeira vez, tendo sido caracterizada, em 1999, no âmbito de uma parceria com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. As razões que a levam a ter uma maior predisposição para a resistência e a centrar-se em Portugal ainda não estão esclarecidas. Mas estão em estudo. “Temos feito todos os esforços para caracterizá-la do ponto de vista científico. Sabemos que apresenta delecções em alguns genes que a tornam mais virulenta”, daí a não responsividade ao tratamento padrão da OMS, salienta o bacteriologista do IHMT.