quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Portuguesa envolvida em investigação que pode travar quarta causa de infecções hospitalares Paula Salgado é co-autora de estudo sobre o fungo «Candida albicans» 2011-09-09

Portuguesa envolvida em investigação
que pode travar quarta causa de infecções hospitalares
Paula Salgado é co-autora de estudo sobre o fungo «Candida albicans»
2011-09-09

Paula Salgado é investigadora no Imperial College London
Paula Salgado é investigadora no Imperial College London
Um grupo de investigadores do Imperial College London, no qual se encontra a investigadora portuguesa Paula Salgado, descobriu de que forma o fungo Candida albicans se liga aos tecidos tornando-se patogénico e extremamente perigoso, principalmente em contexto hospitalar.

“Este fungo foi identificado há já vários anos como sendo a responsável por várias infecções”, esclarece a investigadora em conversa com o «Ciência Hoje». Sabia-se também que para se tornar patogénico tinha de se ligar a tecidos.

A novidade que o grupo de investigação trouxe e que está agora publicada na «Proceedings of the National Academy of Sciences» (PNAS) é que agora sabe-se como o fungo consegue fazer esse reconhecimento.

“Conseguimos perceber todos os pormenores a nível atómico que fazem com que o fungo reconheça os tecidos e se ligue a eles provocando as infecções”, explica.

As infecções, que podem ser leves no caso de a pessoa saudável – manifestam-se em irritações vaginais ou orais – podem ser muito graves se atacarem pessoas com o sistema imunitário fragilizado, devido a quimioterapia, transplantes ou infecção por HIV.

Imagem da estrutura determinada
Imagem da estrutura determinada
Neste caso, o fungo circula através do sangue, podendo atacar vários órgãos. Eventualmente pode levar a infecções mortais, o que acontece em 50 por cento dos casos das infecções em ambiente hospitalar. “Este problema representa 9 por cento das infecções hospitalares, ou seja, é a quarta causa de infecção neste contexto”, informa a investigadora.

Além de permitir, a curto e médio prazo, o desenvolvimento de fármacos que evitarão a contaminação, este estudo é essencial para se desenvolverem formas de evitar a transmissão através de instrumentos cirúrgicos: “Pode-se desenvolver substâncias às quais o fungo não se pode agarrar e aí evitar que este se encontre em instrumentos hospitalares utilizados em cirurgias”.
Paula Salgado, nascida em 1975, na Covilhã, licenciou-se em Bioquímica na Universidade do Porto. Trabalhou no Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) durante dois anos, e em 2001 foi para Oxford para fazer doutoramento.

Neste momento está envolvida noutro estudo também relacionado com infecções, agora sobre a bactéria Clostridium difficile.
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