sábado, 3 de dezembro de 2016

DEPRESSÃO

A palavra depressão é das mais utilizadas quando falamos de perturbações mentais. Até se diz que a depressão está na moda, ou, outras vezes, diz-se que a depressão é coisa que acontece a pessoas com pouca força de vontade. Na realidade quando falamos em depressão, falamos de uma doença que tem profundas implicações na vida das pessoas, sejam adolescentes, jovens, adultos ou idosos, causando sofrimento e podendo tornar-se altamente incapacitante, mesmo que por vezes as pessoas à nossa volta não o entendam.

Aquilo que designamos como perturbação depressiva é uma doença que envolve o humor, os pensamentos, os comportamentos e inclusivamente o nosso corpo. O humor como sabes tem a ver com o nosso estado de ânimo ou disposição emocional que nos faz estar alegres ou tristes. Talvez por isso a palavra mais associada à depressão seja tristeza, contudo os jovens podem sentir-se tristes e «andar em baixo» quando se deparam com acontecimentos negativos e stressantes, normalmente transitórios, mas ao fim de algum tempo voltam a sentir-se alegres e isso não é depressão. No entanto, há casos em que os jovens não conseguem recompor-se e a tristeza prolonga-se ao longo do tempo, mais do que seria de esperar.

A depressão afeta a forma como te vês a ti como pessoa, como vês e interages com os outros, normalmente com os pais, familiares e amigos e com o meio que te rodeia, por exemplo a escola. A sensação de vazio, de desespero, desamparo e desesperança, de ter pouco valor ou não valer nada, de nada poder ou conseguir fazer para mudar as coisas ou levar a vida para a frente é normal para quem está a sofrer de depressão. Muitas vezes está ainda alterado o apetite, o sono, o desejo, o prazer, etc...

A depressão apenas pode ser diagnosticada por profissionais especializados (ex.: médicos de família e psiquiatras). Esta caracteriza-se, tal como outras doenças, por um conjunto de sinais e sintomas. Deves estar atento a ambos, reconhecendo-os em ti ou nos outros, no entanto os sinais são também fundamentais para poderes ajudar alguém que suspeitas estar a deprimir ou deprimido.


SINAIS

Consoante a situação em que se encontrem, numa depressão podem ser visíveis alguns dos seguintessinais:

Choro fácil sem motivo aparente ou crises de choro;Desmotivação (ex.: deixar de estudar ou participar em trabalhos de grupo);Isolar-se, quer em casa, fechando-se no quarto, quer com os amigos, evitando-os;Procurar não estar em casa e quando regressa fechar-se no quarto;Desinteresse e começar a faltar às aulas;Baixar o rendimento escolar;Mostrar-se muito pessimista e derrotado (verbalizar: não consigo fazer nada bem.);Deixar de participar nas coisas que habitualmente gostava (ex.: desporto);Mostrar-se agressivo quer física quer verbalmente, para colegas, familiares e amigos;Deixar de realizar as atividades em casa que lhe estavam destinadas (ex.: arrumar o seu quarto);Evitar falar com os pais quando estes questionam ou tocam no assunto do seu estado;Começar a emagrecer ou a engordar de repente, comendo pouco ou em demasia;Deixar de ter preocupação com a sua aparência; Introduzir nas conversas o tema da morte quando nunca o fez anteriormente; Ficar irritado com facilidade pelas mais pequenas coisas;Ser muito crítico relativamente a si manifestando-o aos amigos;Começar a consumir drogas ou álcool;Ter comportamentos de auto-mutilação (ex.: cortar os braços).



Na família, em casa, na escola com colegas, amigos e professores, ou então noutras situações sociais, trata-se de indícios de que algo se passa de errado ou de que algo não está bem, sendo por isso um motivo de alerta. Por si só, não significam que a pessoa tem uma depressão.


SINTOMAS

Como sabes os sintomas dizem respeito ao modo como a pessoa se sente. Na maioria das vezes, os jovens durante um episódio de depressão vivenciam alguns deles ou vários de forma mais ou menos acentuada. Eis alguns:

Sentir-se muito triste, sendo quase insuportável essa tristeza;Sentir um vazio, perdido e sem esperança que as coisas melhorem;Sentir-se muito ansioso e preocupado sem motivo aparente;Sentir-se cansado e sem energia;Perder o apetite ou ter apetite em excesso;Autocrítica frequente (sentir que é uma nódoa, que não presta…);Autoculpabilização (sentir que é culpado pelo que ocorre de mal a si ou aos outros);Sentir uma diminuição acentuada da vontade e desejo sexual;Sentir dores fortes e injustificáveis (exemplos: dores de cabeça; dores lombares);Sentir que não consegue concentrar-se nem memorizar nada;Deixar de conseguir adormecer, ou então dormir mais que o habitual;Vontade de estar completamente sozinho; Pensar que os outros o vêm como uma pessoa sem valor;Ter pensamentos sobre a morte (comportamentos da esfera suicidária).

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