quarta-feira, 2 de abril de 2014

Salmão geneticamente modificado

 

Medida pode ser a resposta para flagelo da subnutrição mundial

2013-05-07
Peixe é concebido para fazer parte da nossa alimentação
Peixe é concebido para fazer parte da nossa alimentação
Investigadores do Roslin Institute, da Universidade de Edimburgo (Reino Unido) empreendem uma campanha de encorajamento junto dos governos para estes apoiarem e disseminarem Salmão Geneticamente Modificado. Espera-se que a medida seja aprovada nos EUA até ao final do corrente mês de Maio.

Através da manipulação genética, é possível produzir peixes de crescimento acelerado e mais resistentes às doenças e ao frio podendo reproduzir-se a temperaturas mais baixas. Assim, a produção comercial de peixe transgénico apresenta-se como uma oportunidade para aumentar a produtividade e os lucros na produção de peixe.
Já cientistas da empresa de engenharia genética norte-americana Aqua Bounty criaram uma espécie de salmão geneticamente modificado que cresce muito mais rápido e atinge um tamanho maior que o normal. De acordo com a empresa, ela teve aprovação inicial da Food and Drug Administration (autoridade de segurança alimentar e de medicamentos norte-americana) para produzir o animal.

E outras empresas como a AquaBounty defendem que a medida pode ser a resposta para o flagelo da sub-nutrição mundial. Quando for aprovado, o salmão será o primeiro de 30 peixes geneticamente modificados para consumo humano.

Segundo Helen Sang, especialista em modificação genética animal do Instituto de Roslin – onde a Ovelha Dolly foi clonada – refere que os receios relacionados com este tipo de peixe como alimento são infundados. Assegura ainda que “as novas técnicas usadas são especialmente concebidas para criar animais destinados a serem parte da nossa alimentação”.

Investigador português eleito vice-presidente da Federação REHVA

Manuel Gameiro considera que se podem abrir portas às empresas de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado 2013-06-21 À esquerda, Manuel Gameiro da Silva. À esquerda, Manuel Gameiro da Silva. A Federação Europeia das Associações de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado (REHVA) elegeu Manuel Gameiro da Silva, investigador da Universidade de Coimbra (UC), para membro da direcção. O docente português terá o cargo de vice-presidente com o pelouro de Coordenador do Ensino Superior. Para Manuel Gameiro da Silva “a principal vantagem é ter por um lado capacidade e influenciar e, por outro lado, ter acesso a toda a rede de contactos que esta associação tem”. A REHVA foi criada em 1963 e conta actualmente com 26 países associados, mais de cem mil engenheiros envolvidos na federação. O objectivo desta entidade é desenvolver e disseminar a economia, eficiência energética e tecnologia adequada para a construção de edifícios, mas também ajudar os seus membros e os engenheiros de construção, sobretudo, nas áreas de ventilação, climatização e ar-condicionado. “Esta associação tem uma parte científica e tem também técnica ligada à prática da engenharia. Há um conjunto de empresas que trabalham nesta área que suportam as actividades REHVA e penso que isto também abrirá oportunidades para as empresas portuguesas”, explica Manuel Gameiro da Silva. O docente da UC faz, também, parte da estrutura de coordenação da Iniciativa da UC - Energia para a Sustentabilidade, um projecto estratégico que pretende afirmar a intervenção da Universidade de Coimbra na economia nacional e internacional e que reúne docentes e investigadores de diferentes faculdades, departamentos e centros de investigação da UC. Manuel Gameiro da Silva explica que se trata de “programa interdisciplinar” que visa colocar todas as pessoas dedicadas à área da sustentabilidade a trabalhar de forma “coordenada”. "Neste momento temos mais de 90 professores da Universidade de Coimbra ligados às actividades desta iniciativa”, conclui.

Missão X: Treinar como um astronauta

A terceira edição da Missão X está a espalhar-se por todo o planeta. Alunos dos 8 aos 12 anos seguirão o desafio de seis semanas em mais de 20 países diferentes. Na Europa, os novos participantes incluem a Suécia, Noruega e Dinamarca. Luca Parmitano, o próximo europeu a voar para a Estação Espacial, está a dar dicas sobre a maneira dos jovens estarem em forma e terem um estilo de vida saudável. Jovens exploradores de todo o mundo vão ganhar pontos ao completar actividades inspiradas em treino de astronautas. A Agência Espacial Europeia (ESA) e a NASA estimam que irão participar na competição até 15 mil estudantes – três vezes mais do que a primeira vez. Luca Parmitano incentiva os alunos a concentrarem-se no desporto e na alimentação saudável durante todo o desafio. No vídeo abaixo, o astronauta relaciona os exercícios da Missão X 2013 com treino real de astronauta, levando o entusiasmo da exploração espacial aos estudantes. Seguindo o plano, as equipas de crianças seguem exercícios de treino físico que as fazem ganhar pontos, que são convertidos em passos que, por sua vez, levarão virtualmente a mascote Astro Charlie à Lua, a 478 milhões de passos da Terra. Crianças seguem um plano de exercícios de treino físico (Imagem: Ciência Viva) Crianças seguem um plano de exercícios de treino físico (Imagem: Ciência Viva) Os participantes também vão praticar o raciocínio científico e o trabalho em equipa. Módulos de treino, como "escalar uma montanha marciana” e “ fazer uma caminhada espacial” são algumas das tarefas que visam o treino da força, resistência, equilíbrio, coordenação e percepção espacial. No final, as equipas que marcarem o maior número de pontos serão reveladas na página da Missão-X. O início internacional da Missão X: Treine como um astronauta 2013 acontece a 11 de Fevereiro. O astronauta da ESA André Kuipers, embaixador no ano passado da Missão X-, irá dirigir-se à próxima geração de exploradores espaciais durante um webcast a partir do Centro Europeu de Pesquisa e Tecnologia da ESA, o ESTEC, na Holanda. Para participar, as escolas precisam de um ginásio ou área aberta para a prática de exercício e ainda de uma boa colaboração entre os professores da área desportiva e os outros. Os exercícios podem levar até 10 horas ao longo de seis semanas.
Quinze mil crianças do primeiro ciclo, de todo o mundo, irão participar numa competição de fitness, durante seis semanas, inspirada no treino de astronautas. Crianças entre os oito e os 12 anos vão fazer actividade física e aprender conceitos de alimentação saudável na Mission X. Na sua terceira edição, a Mission-X já atrai três vezes mais participantes do que da primeira vez. O astronauta da Agência Espacial Europeia (ESA) André Kuipers tinha sido o embaixador da Estação Espacial no último ano, encorajando as crianças a competirem contra equipas de mais de 20 países, ganhando pontos ao seguir os exercícios durante o período escolar. O astronauta europeu irá dar início ao desafio, durante uma transmissão em direto pela web, do centro europeu de pesquisa espacial e tecnologia da ESA, ESTEC, na Holanda. André irá responder a questões de mais de 100 estudantes no ESTEC, bem como via Twitter. A iniciativa pode ser seguida das 15h às 16h via ESA Web-TV.

Maioria dos casais inférteis aceita doar embriões para investigação

2014-03-12 Susana Silva coordenou a investigação Susana Silva coordenou a investigação A maioria dos casais inférteis (85%) aceita doar embriões para investigação, sendo que as mulheres e os homens católicos se revelam mais propensos à doação, por comparação com os não católicos e sem religião. Portugal é um dos países no mundo onde os casais se mostram mais disponíveis para doar embriões para investigação. Estas são as principais conclusões do estudo “Saúde, governação e responsabilidade na investigação em embriões: as decisões dos casais em torno dos destinos dos embriões”, coordenado por Susana Silva, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP). O estudo revela também que mais de 75% dos participantes defendem a extensão do limite máximo da criopreservação de embriões em Portugal. Um resultado que ganha um impacto reforçado, dada a necessidade emergente de definir, em termos políticos, o tempo máximo em que os embriões podem ser criopreservados. Desde 2006 que a lei portuguesa prevê a possibilidade dos embriões criopreservados terem como destino a investigação científica. A experimentação com recurso a esses embriões tem que ser autorizada pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida e carece do consentimento de casais envolvidos em tratamentos de Fertilização In Vitro (FIV) ou de Microinjeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI). No atual consentimento informado para criopreservação de embriões, os casais deverão escrever “sim” ou “não” à frente da seguinte afirmação: “Consentimos no uso dos nossos embriões em projetos de investigação científica”. Esta decisão é tomada para um período máximo de três anos, correspondente ao limite mais baixo dos prazos estabelecidos por outros países europeus. A propósito desta investigação, será realizado um debate sobre a governação da investigação em embriões de origem humana, na próxima terça-feira, dia 18 de março, às 14h00, no auditório do ISPUP, onde serão apresentados e discutidos os restantes resultados deste estudo transversal de base hospitalar que foi realizado entre agosto de 2011 e dezembro de 2012. O objetivo da sessão passa por analisar as visões e experiências dos casais envolvidos em tratamentos de fertilidade, relativamente à decisão de doar ou não doar embriões para investigação, tendo por base os resultados do estudo que aborda: a prevalência da doação de embriões para investigação e factores associados; as motivações para doar ou não doar embriões para investigação; e opiniões sobre a duração da criopreservação de embriões, uma questão premente no debate político. O evento contará com a presença de Eurico Reis, Presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida e de Helena Machado, investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. O estudo incluiu um inquérito com 313 mulheres e 221 homens, envolvidos em tratamentos de fertilidade, e entrevistas semiestruturadas a 34 destes casais. Adicionar comentário:
Investigadores da UA propõem nova solução para inactivação de bactérias multirresistentes em esgotos 2014-03-24 Da esquerda para a direita: José Cavaleiro, Amparo Faustino, Augusto Tomé, Ângela Cunha, Graça Neves, Eliana Alves e Adelaide Almeida Da esquerda para a direita: José Cavaleiro, Amparo Faustino, Augusto Tomé, Ângela Cunha, Graça Neves, Eliana Alves e Adelaide Almeida Uma equipa multidisciplinar da Universidade de Aveiro, tem vindo a trabalhar em novas aplicações de métodos utilizados noutras áreas científicas no sentido de procurar uma solução para a resistência de estirpes bacterianas a vários antibióticos, Um destes métodos, designado por terapia fotodinâmica, tem vindo a ser testado no tratamento de esgotos hospitalares onde são frequentemente encontradas essas bactérias multirresistentes e, segundo os estudos realizados até agora, mostra ser bem mais eficiente que outras abordagens convencionais. As estirpes de bactérias em causa, onde se incluem, entre outras, o Staphylococus aureus e Enterococus sp., podem ser causadoras de infecções simples ou sistémicas,infecções respiratórias ou intoxicações de difícil tratamento devido à sua resistência a vários antibióticos conhecidos. Mais frequentes nos efluentes hospitalares, já foram também detectadas em estações de tratamento de águas residuais para onde aqueles acabam por ser conduzidos sem um tratamento prévio adequado. A terapia fotodinâmica (PDI, do inglês “photodynamic inactivation”), método já usado no tratamento de certos tipos de cancro, está agora a ser testada no tratamentodestes efluentes hospitalares. Consiste basicamente na utilização de “fotossensibilizadores”, como porfirinas, ftalocianinas, clorinas e alguns corantes que, que absorvem luz visível, transferindo energia para moléculas ao seu redor, originando espécies reativas de oxigénio (ROS – reactive oxygen species) que são altamente citotóxicas provocando alteração nas biomoléculas (proteínas, lípidos e ácidos nucleicos) destes microrganismos patogénicos, levando à sua inactivação. Exemplos de bactérias multirresistentes estudadas nesta investigação Exemplos de bactérias multirresistentes estudadas nesta investigação Nenhum dos estudos realizados até agora mostrou ser possível desenvolver resistência bacteriana a este tipo de tratamento, indicando que este método produz efeitos irreversíveis nestes microrganismos. A equipa, coordenada por Adelaide Almeida, envolve investigadores do Departamento de Biologia que pertencem ao Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), laboratório associado da UA, e do Departamento de Química, mais concretamente à Unidade de Investigação Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares (QOPNA). Este estudo indica que há vantagens em realizar o tratamento por terapia fotodinâmica ainda no efluente hospitalar onde existem, habitualmente,resíduos de antibióticos, possibilitando uma acção sinérgica, levando a uma maior eficiência de inactivação das bactérias multirresistentes.

Cancro e diabetes: políticas a longo prazo reduzem incidência de casos

Sobrinho Simões abordou ontem a questão no Ipatimup 2014-04-02 A mesa da Conferência de ontem A mesa da Conferência de ontem São doenças civilizacionais e emergentes: obesidade, diabetes e cancro previnem-se muito mais do que se curam e só com um plano político a médio-longo prazo se pode atuar com eficácia na redução do número de casos (para metade, no caso da diabetes). O alerta foi deixado pelo Professor Manuel Sobrinho Simões na última reunião do Ciclo de Conferências «Diabetes Século XXI: O Desafio», ontem, no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP). No cancro, como na diabetes, é preciso conhecer a doença para combater o seu aparecimento e os riscos inerentes. «A prevenção do cancro é praticamente idêntica à da diabetes: – passa por não fumar, não beber em excesso, não engordar, fazer exercício regular, entre outros. As doenças civilizacionais e emergentes, como é o caso da diabetes, da obesidade, do cancro, entre outras, previnem-se muito mais do que se curam», referiu Manuel Sobrinho Simões, diretor do IPATIMUP, lembrando que é preciso «articular as instituições que intervêm ou podem intervir na Prevenção, no Tratamento e no Controlo da Diabetes». Sobrinho Simões identifica outras melhorias necessárias em matéria de comunicação e de operacionalidade: «Clarificar o tipo e o nível de intervenção das instituições (frequentemente há dupla ou tripla intervenção no tratamento); falta de articulação do médico com os outros profissionais que cuidam dos doentes; relação do médico (e de outros profissionais de saúde) com a pessoa com diabetes e a família - há “barreiras” de ignorância entre o médico e o doente e entre o médico e os familiares do doente; articulação entre as especialidades médicas – ex. diabetologista e cirurgião vascular». E acrescenta: «não chega falar de intervenção multidisciplinar, interdisciplinar e interinstitucional. É preciso operacionalizar através de ações concretas». Na mesma linha, o Director do Programa Nacional da Diabetes, diz que é importante actuar quanto antes. José Manuel Boavida defende que «a Assembleia da República devia ter uma intervenção directa sobre as prioridades da saúde, uma questão que deveria ser acompanhada dentro do próprio Parlamento. É fundamental fazer planos de prevenção: 50% dos casos de diabetes estão ainda por diagnosticar. É preciso avançar com planos de prevenção e aplicar programas vastos de rastreio». Lembrando que «hoje em dia é pior ter diabetes ou cancro do que ter um AVC», deixou um desafio à Comissão Parlamentar da Saúde. «Há medidas relativamente simples que têm de ser aplicadas. Devemos focar-nos em processos de mobilização colectiva com objectivos bem definidos, e não no trabalho um a um».