sexta-feira, 1 de abril de 2011

Estudo de investigadores do ICBAS abre caminho a tratamento de doenças que levam à destruição óssea

Um estudo realizado por uma equipa de investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) do Porto a que a Lusa teve hoje acesso abre caminho ao tratamento de doenças como a osteoporose e a artrite reumatóide.
Nesta investigação provou-se que “os níveis de adenosina controlam a remodelação do osso em mulheres na pós-menopausa”.

Os resultados “abrem caminho na procura de novos alvos moleculares destinados ao tratamento de doenças como a osteoporose e a artrite reumatóide, onde a destruição óssea ultrapassa a capacidade individual de formação de osso”.

A adenosina é uma das substâncias produzidas pelas células ósseas e interfere na remodelação do osso.

Actualmente, segundo a equipa liderada Paulo Correia de Sá, “não existe nenhum medicamento aprovado para o tratamento das doenças ósseas capaz de aumentar os níveis de adenosina e/ou a sua ação farmacológica sobre as células progenitoras do osso”.

Ao ter demonstrado que a adenosina tem um papel crucial na proliferação das células responsáveis pela formação do tecido ósseo, a nova descoberta dos investigadores do Laboratório de Farmacologia e Neurobiologia do ICBAS, “vai permitir estudar compostos que substituam o papel activo da adenosina e levar à produção de fármacos capazes de agir eficazmente, antes da destruição óssea”.

Por isso, depois deste estudo, que acaba de ser publicado no Journal of Cellular Physiology, o próximo passo dos investigadores do ICBAS será “tentar perceber de que forma podem ser aumentados os níveis de adenosina no osso”.

Nesse sentido, “serão testados fármacos que actuem como seus precursores, substâncias que promovam a sua libertação pelas células e/ou compostos que impeçam a sua degradação”.

Os investigadores explicam que com a idade, as alterações hormonais da menopausa condicionam a acção da adenosina sobre o osso e apontam o consumo exagerado de café como outro dos factores negativos.

“Está provado cientificamente que a cafeína é um potente antagonista dos receptores da adenosina”, sustentam.

Dados epidemiológicos demonstram, que o consumo de mais de quatro chávenas de café por dia leva à perda significativa de massa óssea em mulheres após a menopausa.

“Os efeitos indesejáveis da cafeína na maturação das células ósseas provenientes de mulheres sujeitas à colocação de próteses da anca” foram comprovados, pela primeira vez, neste estudo do ICBAS, usando diversos análogos da cafeína.

http://www.publico.pt/Ciências/estudo-de-investigadores-do-icbas-abre-caminho-a-tratamento-de-doencas-que-levam-a-destruicao-ossea_1487512

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