sexta-feira, 18 de março de 2011

Aumento da maternidade acima dos 35 anos preocupa médicos

Desde 2000, o número de mulheres que foram mães com 35 ou mais anos aumentou 28,5%. Valores que estão a preocupar os médicos portugueses devido ao consequente aumento de risco de doenças associadas para a grávida e para o bebé, avança o Diário de Notícias. “A partir dos 35/ 37 anos, a gravidez exige um maior acompanhamento”, refere ao DN Luís Graça, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia (SPO).

“O facto é que a primeira gravidez da mulher está a ocorrer cada vez mais tarde”, diz Luís Graça. Em 2009, data dos dados mais actualizados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho era de 28,6 anos. Em 1990 era de 24,7 anos. “Primeiro, as senhoras optam por estruturar a carreira”, refere o também director do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Santa Maria.

Diabetes e hipertensão são dois dos problemas mais comuns entre as mulheres, tal como uma maior taxa de incidência de complicações durante o parto. Já no que diz respeito aos bebés, um dos problemas que se encontram associados a gravidezes tardias é o atraso no crescimento do feto. “Sabe-se que, com o aumento da idade da mãe, aumentam as probabilidades de ocorrência de problemas genéticos, nomeadamente o síndrome de Down”, sublinha Nuno Montenegro, director do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de São João, no Porto.

Este clínico recorda que “tem aumentado a prevalência de gravidezes tardias” e que, actualmente, “cerca de 20% dos partos que ocorrem em Portugal são de mulheres com 35 ou mais anos”. De acordo com dados do INE, das 101 585 crianças nascidas em Portugal, em 20 379 casos a mãe tinha mais de 35 anos.

“A verdade é que tem havido um aumento da idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho”, adianta Nuno Montenegro, recordando que, com isso, se tem contribuído para uma redução da taxa de fecundidade da mulher, que se situa actualmente nos 1,34. “ É preciso não desvalorizar estes dados, o que está aqui em causa é também a sobrevivência da população, já que a taxa considerada adequada é de 2”, salienta.

Numa altura em que a palavra crise é uma constante na vida dos portugueses, o director do serviço de Obstetrícia do São João defende que “ os decisores políticos deviam ter presentes estes dados quando tomam medidas que acabam por desincentivar a maternidade”. “ A estabilidade económica e a melhoria das condições de vida são dois factores que as pessoas procuram garantir antes de ter um filho”, frisa.
2011-03-18 | 09:34

http://www.rcmpharma.com/news/12405/15/Aumento-da-maternidade-acima-dos-35-anos-preocupa-medicos.html

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