terça-feira, 22 de novembro de 2011

Diabéticos são discriminados em Portugal IDF Europa revela estudo que aponta para realidade alarmante

No âmbito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala na próxima segunda-feira, a Federação Internacional da Diabetes-Região Europa (IDF Europa), alerta para os casos de discriminação das pessoas com esta doença, não só os adultos como dos mais novos nas escolas, o que promove a sua exclusão social e dificuldade de aprendizagem.

“A discriminação das crianças com diabetes é alarmante e uma realidade que ainda existe. Os problemas vão desde a recusa no acesso a creches ou escolas pré-primárias ou não dar as condições necessárias para a administração de insulina ou a medição dos níveis de açúcar no sangue, passando pela exclusão nas actividades desportivas e viagens escolares”, alerta João Nabais, presidente eleito da Federação Internacional da Diabetes-Região Europa.

E acrescenta: “As pessoas com diabetes são penalizadas no seu local de trabalho, e em mais de 150 por cento em seguros de vida para compra de habitação, ou simplesmente são excluídas dos seguros de saúde porque esses não têm cobertura. Existem também casos de discriminação nos clubes sociais, nas famílias, na obtenção de um empréstimo bancário e mesmo no acesso a emprego de certas profissões”.

Polícia, condutor de ambulâncias, bombeiro, marinheiro, taxista, motorista de autocarros ou controlador aéreo são as profissões, em Portugal, em que as pessoas com diabetes afirmam ser excluídas no acesso ao emprego, segundo um estudo realizado pela IDF.

“No caso do acesso às cartas de condução, por exemplo, a diabetes é considerada como um problema de saúde que afecta a aptidão para a condução e como tal, as pessoas com esta doença têm de revalidar a sua carta dez vezes ao longo da sua vida; logo os custos indirectos com revalidações de cartas de condução, em Portugal, ascende os 216 milhões de euros”, explica ainda João Nabais.

“Acredito que podemos fazer a diferença e começar já a actuar pela mudança, pois não podemos ficar de braços cruzados, por um lado, ao ver os números de diabéticos a aumentar em flecha, e por outro lado, ao saber que existem diabéticos que sofrem discriminação pela sua doença”, conclui João Nabais, de 43 anos, diabético desde os 12 anos, e o primeiro português a assumir a presidência da federação.

A diabetes tipo 1 é uma doença crónica provocada pela falta absoluta de insulina devido à destruição de células do pâncreas que produzem esta hormona. A diabetes tipo 2, também conhecida como diabetes não-insulino dependente, ocorrem em pessoas que herdaram uma tendência para a doença (história familiar), e que, devido a hábitos de vida e de alimentação errados, e por vezes, ao stresse, vêm a sofrer da diabetes quando adultos. Estima-se que as pessoas com diabetes tipo 2 morrerão cinco a dez anos antes do que as pessoas sem diabetes.

Actualmente, a doença é considerada a principal causa de insuficiência renal, cegueira e amputação de membros inferiores. A monitorização de níveis que lhe estão associados, como a glicose no sangue ou os corpos cetónicos na urina, constituem a principal ferramenta na gestão diária da vida das pessoas com diabetes, permitindo assim traçar directrizes adequadas para o tratamento

Sem comentários:

Enviar um comentário