domingo, 26 de fevereiro de 2012

Novo método de diagnóstico através da saliva

Uma equipa de investigadores do Laboratório de Exercício e Saúde da Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa, validou um novo método que utiliza a saliva como fluído biológico em alternativa ao sangue para avaliar a água extracelular.

A água é distribuída por dois compartimentos do organismo humano: dentro das células (intracelular) e fora das células (extracelular). Uma expansão ou défice anormal de água pode contribuir para o diagnóstico e controlo de algumas doenças (insuficiência renal ou cardíaca e cirrose hepática), mas também pode ser determinante na melhoria do rendimento desportivo.

“A avaliação da água extracelular, usando a saliva em vez do plasma, é menos invasiva para a pessoa que está a ser avaliada e torna-se menos complexa, mais rápida e menos dispendiosa em termos laboratoriais”, explica Luís Bettencourt Sardinha ao Ciência Hoje.

Segundo o director do laboratório de Exercício e Saúde, “assim torna-se possível uma generalização do diagnóstico e do acompanhamento de populações com patologias que afectem os compartimentos hídricos e também de atletas que pretendem manter ou melhorar o seu rendimento desportivo preservando a saúde”.

O estudo publicado no jornal Biomedical Chromatography “foi efectuado no início de uma época desportiva numa amostra de atletas nacionais de alto rendimento de diferentes modalidades, incluindo judo, andebol, basquetebol, voleibol e natação”, refere Luís Bettencourt Sardinha. Ambos os fluidos biológicos, sangue e saliva, foram recolhidos e analisados e os resultados indicaram que “os dois fluidos não só resultam em valores semelhantes na determinação da água extracelular, como também estavam fortemente relacionados, o que nos permite concluir que a saliva pode ser usada como um fluido biológico válido e prático na avaliação deste compartimento hídrico”.

Desde que a utilização da saliva como método alternativo foi validada, os atletas participantes noutros estudos passaram apenas a recolher amostras de saliva para a determinação da água extracelular.

“Esta metodologia poderá ser utilizada em qualquer laboratório cujo objectivo seja a avaliação da água extracelular com cromatografia iónica”, garante Luís Bettencourt Sardinha.





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