domingo, 26 de fevereiro de 2012

‘Website’ quer explicar a ‘dor’ aos portugueses

Um grupo de profissionais de saúde especializados na investigação e no tratamento da dor criaram o projecto «Conhecer a Dor: Porque a Dor também se explica». Este tem como base o website «www.conhecerador.pt». Aqui, explica ao «Ciência Hoje» Ana Pedro, anestesista e especialista em Dor, o público poderá encontrar “informação muito variada”.

Os cibernautas que naveguem nesta página “podem aprofundar conhecimentos sobre o que é a dor, quais os principais tipos de dor e suas características, diagnóstico e opções terapêuticas, assim como alguns materiais e conselhos práticos”.


O website vem “preencher uma lacuna existente na Internet relativamente a páginas sobre saúde” e, especificamente, sobre este tema.

“Identificámos que, apesar da Internet ser uma das principais ferramentas utilizadas na pesquisa de informação pela população, não existem páginas em português que reúnam informação credível, correcta, com rigor científico e sistematizada sobre a dor”, considera a profissional de saúde.




30 por cento dos portugueses sofre de dor crónica

Dados do estudo sobre «Dor Crónica», da Faculdade de Medicina da UP, revelam que 30 por cento da população portuguesa sofre de dor crónica. Destes, 35 por cento considera que “não está a ser bem tratado”. Isto deve-se ao facto “de muitos portugueses acreditarem que é normal viver com dor. Este é um pressuposto errado que a classe médica tem vindo a tentar combater”, diz Ana Pedro. A dor tem “grande impacto pessoal, familiar, e socioeconómico”, considera Gabriela Alves, acrescentando que, de acordo com o mesmo estudo, 4 por cento dos indivíduos perderam o emprego e 13 tiveram mesmo a reforma antecipada por causa da dor. Neste sentido, “a dor não é apenas uma questão individual, aliás, ultrapassa a esfera do indivíduo para ser uma questão relevante para a sociedade”.
Gabriela Alves, directora médica da bene Farmacêutica , também envolvida no projecto, explica que esta farmacêutica propôs-se a desenvolver o website, tendo para tal convidado “um grupo de consultores médicos e uma equipa de ilustração científica, credível e cientificamente irrepreensível, para participar neste projecto”.

O resultado é uma “compilação de informação científica pertinente e relevante tanto para profissionais de saúde como para a população”.

A área para os profissionais de saúde é de acesso restrito e contará com uma informação mais vasta e pormenorizada. Só a título de exemplo, diz Gabriela Alves, o site tem “uma área muito desenvolvida sobre a anatomia e os mecanismos fisiopatológicos da dor, as principais síndromes dolorosas e uma área com materiais de apoio à prática clínica, de fácil pesquisa e que até na actividade diária de consulta do médico podem ser utilizados”.

Nesta primeira fase do projecto, “não está previsto o apoio médico ou psicológico no próprio website”, adianta Ana Pedro. O site “pretende ser uma ferramenta complementar, que ajude os portugueses a conhecerem a dor que sentem e como poderão atenuá-la e tratá-la, mas não quer ocupar o lugar dos profissionais de saúde”. Pretende sim “difundir junto dos portugueses que a dor tem cura e que deve ser tratada. O tratamento da dor é um direito dos doentes e um dever da classe médica”, considera




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