domingo, 26 de fevereiro de 2012

A prevalência de indivíduos com malária mas sem sintomas é uma das grandes preocupações dos especialistas que trabalham para eliminar esta doença. A malária assintomática ou com sintomas reduzidos atinge 35 por cento das populações afectadas com a doença. Os indivíduos assintomáticos podem espalhar a doença em áreas em que esta está controlada ou em declínio.

Num novo estudo, cientistas do Instituto para a Investigação da Malária Johns Hopkins (EUA) descobriram que a estratégia de identificar activamente malária não diagnosticada e aplicar tratamento promove uma diminuição dos casos. O estudo está publicado na «PLoS ONE».


“São necessárias novas estratégias, principalmente em áreas onde a transmissão está em declínio. Uma das estratégias é detectar e tratar os infectados, mesmo os que não se sentem doentes o suficiente para irem a um médico”, diz Catherine G. Sutcliffe, do Departamento de Epidemiologia e autora principal do estudo.

“Utilizar uma terapia combinada com artemisinina como tratamento para reduzir a transmissão a mosquitos do parasita que provoca a doença pode melhorar esta estratégia”, considera. A investigadora acredita que aplicar esta estratégia em regiões onde a transmissão está em declínio, “o perigo da malária pode ser reduzido e mesmo totalmente erradicado”.

O estudo realizou-se no sul da Zâmbia com os investigadores do Instituto que se encontram em Macha. Foram analisados dados dos levantamentos conduzidos entre 2007 e 2009. Nestes inquéritos, várias famílias foram seleccionadas para um teste rápido de diagnóstico da malária e quando a doença foi detectada foram tratadas com artemisinina.

De acordo com o estudo, esta estratégia pró-activa resultou numa redução de seis vezes da prevalência da doença. Além de se reduzir a transmissão, fornece, indirectamente, protecção aos membros da comunidade. Se os recursos o permitirem, esta estratégia pode ser aplicada em locais-chave para se conseguir a diminuição de transmissões.
Em todo o mundo, a malária afecta mais de 225 milhões de pessoas, matando entre 800 mil e um milhão por ano. A maior parte das vítimas são crianças africanas.

Artigo: Reduced Risk of Malaria Parasitemia Following Household Screening and Treatment: A Cross-Sectional and Longitudinal Cohort Study



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