terça-feira, 4 de setembro de 2012

Tuberculose resistente a fármacos atinge níveis alarmantes Propagação ocorre essencialmente em zonas com escassos recursos médicos e com acesso limitado a fármacos 2012-08-30 Tuberculose ultra-resistente responde a número ínfimo de fármacos Uma equipa internacional de investigação encontrou níveis alarmantes de tuberculose (TB) na África, Ásia, Europa e América Latina e é resistente a quatro antibióticos considerados bastante eficazes até agora. O estudo, publicado na revista Lancet, explica que os casos de TB resistentes a tratamentos já alcançam níveis alarmantes e os tratamentos são cada vez mais caros e difíceis de desenvolver. A investigação foi levada a cabo em oito países – Estónia, Letónia, Peru, Filipinas, Rússia, África do Sul, Coreia do Sul e Tailândia – e mostrou que pelo menos 43,7 por cento dos pacientes que sofrem com a doença não reagem perante um medicamento administrado após o fracasso de um primeiro antituberculoso clássico. A maioria das recomendações para o controlo de TB têm sido desenvolvidas para a prevalência da tuberculose multirresistente (TB-MR), cuja taxa oscilava nos cinco por cento, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS); no entanto, em determinados locais, a taxa de prevalência já surge superior a dez por cento. A taxa de prevalência da tuberculose ultrarresistente (TB-UR), uma forma que responde a um número ínfimo de medicamentos de segunda intenção, alcançou 6,7 por cento nos oito países estudados. Tracy Dalton, líder do estudo e investigador dos Centros para o Controlo e a Prevenção de Doenças nos Estados Unidos, refere que os casos de tuberculose ultra-resistente tinham sido observados em 77 países, mas “a actual prevalência exacta é desconhecida”. A situação é preocupante, afirmam os autores, já que a propagação ocorre essencialmente em zonas com escassos recursos médicos e com acesso limitado a fármacos. Para tratar a doença, o processo é longo e prevê que os pacientes ingiram uma série de antibióticos durante seis meses, mas muitos dos indivíduos não completam correctamente o tratamento – medida que tem vindo a fomentar o aumento de formas resistentes a fármacos. A TB é uma pandemia mundial que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, só em 2010 infectou 8,8 milhões de pessoas, levando mesmo 1,4 milhões à morte.

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