segunda-feira, 16 de maio de 2011

Antirretrovirais reduzem transmissão sexual de VIH em 96%

Antirretrovirais reduzem transmissão sexual de VIH em 96%

12.05.2011 - 18:11 Por Nicolau Ferreira

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Um estudo norte-americano mostrou que uma pessoa infectada com o vírus da sida que esteja a tomar antirretrovirais, reduz em 96 por cento a possibilidade de transmitir o VIH ao seu companheiro/companheira. O resultado foi tão avassalador que um painel independente avaliou o estudo e este foi anunciado quatro anos antes da investigação terminar.

Os antiretrovirais podem evitar infecções Os antiretrovirais podem evitar infecções (Jason Reed/Reuters (arquivo))

A experiência iniciada em 2005 integrou 1763 casais de nove países em que um dos membros era seropositivo e outro não era (890 homens e 873 mulheres estavam infectados). Noventa e sete por cento dos casais eram heterossexuais. O objectivo era perceber o impacto dos medicamentos antirretrovirais na transmissibilidade do vírus da sida.

Para isso, separaram os casais em dois grupos. Num deles, o membro do casal seropositivo iniciou imediatamente a medicação com antirretrovirais. No segundo grupo, a pessoa infectada adiou o início da toma dos antirretrovirais até ter um quantidade mais reduzida mais baixo da classe de glóbulos brancos que são atacados e mortos pelo vírus da sida - o que é uma orientação de tratamento utilizada em muitos países.

Foi dada informação a todos os casais de como se protegerem para evitar a transmissão do VIH, e levaram preservativos e outros instrumentos de prevenção para casa.

No grupo de casais em que o parceiro infectado iniciou o tratamento mais tarde, existiram 27 infecções pelo VIH que foram transmitidas pelo parceiro/parceira infectado/a, confirmadas por testes genéticos ao vírus. No grupo em que o parceiro infectado iniciou a toma de antirretrovirais imediatamente, só houve uma infecção transmitida pelo parceiro.

Mas comparando os dois grupos, os seropositivos que tomaram os antirretrovirais tiveram 96,3 por cento menos probabilidade de passar o vírus. O resultado é significativo a nível estatístico.

“Esta nova descoberta demonstra de uma forma convincente que o tratamento de um indivíduo infectado – e o fazê-lo mais cedo em vez de mais tarde – pode ter um impacto enorme na redução da transmissão do VIH”, disse em comunicado Anthony Fauci, especialista em sida há décadas, que trabalhou no estudo e é director do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, entidade financiadora deste trabalho.

Este resultado confirma algo que muitos já suspeitavam e que sobressaia em estudos menos rigorosos. O que se pensa é que os antirretrovirais, ao diminuírem para níveis quase indetectáveis a carga viral que uma pessoa tem, fazem com que haja menos vírus disponíveis para infectar outras pessoas.

Além de controlar a infecção e beneficiar a saúde dos seropositivos, o tratamento pode ser benéfico para travar o número de pessoas que são infectadas pelo vírus.

Apesar dos resultados positivos, os investigadores estão cautelosos com esta informação e vão continuar a tratar estes e os resultados futuros que surjam do estudo.

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