segunda-feira, 16 de maio de 2011

Descoberto documento que regista chegada de Einstein ao Reino Unido

Albert Einstein entrou no Reino Unido já como cidadão suíço. Em 1933, o Nobel da Física já tinha fugido da Alemanha, onde nasceu e, sem grandes alardes, aportou em Dover. O documento que regista a sua chegada foi agora descoberto, passados quase 80 anos, e está desde terça-feira em exposição no Museu Marítimo de Merseyside, em Liverpool.
“Não sabíamos da existência deste documento até visitarmos a alfândega do Reino Unido em Heathrow [um dos aeroportos de Londres]”, disse Lucy Gardner, assistente de curadoria da exposição do museu onde o documento está integrado.

Einstein nasceu em 1879 e desenvolveu algumas das teorias mais importantes em física como a Teoria da Relatividade, foi a Pessoa do Século para a revista Time e junto com outros cientistas pressionou o Governo norte-americano a desenvolver a bomba atómica durante a Segunda Guerra Mundial, antes que a Alemanha nazi alcançasse a tecnologia.

A 26 de Maio de 1933, o físico entrou no Reino Unido vindo da Bélgica, numa fuga à Alemanha Nazi. Nesse ano, Adolf Hitler alcançou o poder e começou imediatamente a sua perseguição aos judeus que iria culminar com milhões de pessoas mortas nos campos de concentração. Uma das primeiras acções foi a queima de livros produzidos por judeus para fazer desaparecer o intelectualismo judaico.

O trabalho do Nobel também foi queimado. Einstein criticou o Governo, rejeitou a nacionalidade alemã e fugiu do país já com um mandato de perseguição lançado pelo Terceiro Reich. “O que é notável é que o documento tem a sua assinatura e lista a sua nacionalidade como suíça”, diz a responsável. “Isto mostra como Einstein renunciou a sua cidadania alemã semanas antes como uma reacção de fúria às políticas nazis.”

No documento, a profissão do físico é professor e Oxford está escrito como “morada proposta” no Reino Unido. Durante o tempo que esteve em Inglaterra, o físico teve direito a protecção armada. Uns meses depois, Einstein viajou para os Estados Unidos, onde ganhou cidadania em 1940 e ficou a viver até à data da sua morte, em 1955.

“Este pequeno pedaço de papel põe a descoberto a fuga de Einstein dos nazis para a Inglaterra. Este país tornou-se um refúgio até ele ir para os Estados Unidos”, disse Gardner. “Sem dúvida que este é um dos mais importantes objectos obtidos pela galeria nos últimos anos.”

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