segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Instituto Gulbenkian de Ciência encontra

Instituto Gulbenkian de Ciência encontra novas causas para origem do cancro União inapropriada de pontas de DNA pode criar instabilidade cromossómica que origina a doença 2012-12-14 Por Sara Pelicano Sílvia Batista, Miguel Godinho Ferreira e Clara Correia Reis são investigadores do IGC Uma equipa de investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) concluiu que o complexo proteico chamado MRN une o DNA nas pontas dos cromossomas, uma união que pode ser prejudicial e potenciar a incidência de cancro. O investigador Miguel Godinho Ferreira disse ao Ciência Hoje que “na Comunidade Europeia 90 por cento dos cancros aparecem em pessoas acima dos 50 anos”. O aumento da incidência da doença oncológica na velhice pode ser explicada pelo mau funcionamento “dos telómeros, que são as estruturas protectoras que se encontram nas pontas dos cromossomas e que se desgastam com a idade, provocando instabilidade cromossómica que origina o cancro”, adianta o entrevistado. Este conhecimento já era adquirido. No entanto, Clara Correia Reis, Sílvia Batista e Miguel Godinho Ferreira, todos investigadores do IGC, quiseram saber “qual o papel de um complexo proteico, chamado MRN neste processo de instabilidade cromossómica”, explicou Miguel Godinho Ferreira. Com a idade os telómeros, estruturas protectoras que se encontram nas pontas dos cromossomas, desgastam-se (créditos: Hugo Almeida) O especialista pormenorizou que “a ausência de telómeros é reconhecida pela célula como danos no DNA e a maneira de reparar o ‘dano’ é juntar as pontas num processo chamado ‘non-homologous end joining’. O que, nas pontas dos cromossomas, é uma má ideia. Se tivermos dois cromossomas juntos durante a divisão celular, estes podem quebrar originando mais pontas que juntam outra vez produzindo um ciclo de diversidade cromossómica a que damos o nome de instabilidade genómica. Acreditamos que este processo possa estar na origem do cancro”. A equipa descobriu que “a função do MRN é como se fosse uma pinça, um tipo de uma molécula com dois braços que une duas pontas de cromossomas, cada braço se une à sua ponta e, como essa molécula possui uma estrutura flexível estilo V o MRN une as duas extremidades dos cromossomas”, disse o investigador. Se for impedido este processo de junção das pontas do DNA, promovido pelo MRN, possivelmente “vamos impedir a junção dos cromossomas” e consequentemente “evitar a instabilidade cromossómica” que está na origem do cancro. O trabalho de investigação foi publicado a 14 de Dezembro no Jornal EMBO (Organização Europeia de Biologia Molecular).

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