segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Ligação entre exposição pesticida

Ao longo das últimas décadas, neurologistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) têm-se dedicado a estudar a ligação existente entre pesticidas a doença neurodegenerativa Parkinson. Até à data foi já demonstrado que os químicos paraquat, maneb e ziram, espalhados com frequência no Vale Central californiano, estão relacionados com o aumento da doença, não só entre os agricultores como em outros indivíduos que habitam ou trabalham perto dos campos. Agora, os investigadores descobriram uma ligação entre Parkinson e outro pesticida, o benomyl, cujos efeitos tóxicos ainda se fazem sentir, 10 anos após este químico ter sido proibido pela Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos. A exposição ao benomyl dá início a uma série de eventos a nível celular que pode levar ao desenvolvimento de Parkinson. O pesticida impede a enzima ALDH (aldeído desidrogenase) de 'tapar' a DOPAL, uma toxina que ocorre naturalmente no cérebro. Quando deixa de ser controlada pela ALDH, a DOPAL acumula-se, provocando danos nos neurónios e aumentando o risco de um indivíduo poder desenvolver Parkinson. Mas as descobertas conseguidas com este estudo não se aplicam apenas a doentes de Parkinson que estiveram expostos ao pesticida. Os eventos celulares descritos ocorrem em pessoas que não tiveram contacto com o benomyl. Assim, a descoberta pode permitir o desenvolvimento de novos fármacos que protejam a actividade da ALDH. Seria dessa forma possível atrasar a progressão da doença. Os resultados da investigação estão publicados na «Proceedings of the National Academy of Sciences». Artigo: Aldehyde dehydrogenase inhibition as a pathogenic mechanism in Parkinson disease

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