segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Molécula do mosquito da malária abre portas
Molécula do mosquito da malária abre portas
à criação de anticoagulantes mais eficazes
Equipa do IBMC decifrou o mecanismo de acção da anophelin
produzida pelo mosquito Anopheles
2013-01-04
Por Luísa Marinho
Pedro Pereira, do IBMC, dirigiu a investigação
Uma equipa de investigadores do IBMC (Instituto de Biologia Molecular e Celular) decifrou o mecanismo de acção da molécula anophelin, produzida pelo mosquito Anopheles (agente transmissor da malária) e responsável por evitar a coagulação do sangue do hospedeiro, enquanto se alimenta.
A investigação, dirigida por Pedro Pereira, e feita em parceria com equipas de Espanha e França, está publicada na «Proceedings of the National Academy of Sciences» (PNAS). Esta descoberta “pode permitir o desenvolvimento de moléculas em laboratório que tenha função anticoagulante, para tratar de doenças trombóticas”, explicou o investigador ao «Ciência Hoje».
Apesar de não ser a única molécula com propriedades anticoagulantes, “a anophelin é mais pequena e simples do que as outras, sendo ao mesmo tempo bastante eficaz. Esta eficácia só tinha sido observada em moléculas muito maiores”, diz.
Não sendo da competência da sua equipa, como o próprio admite, o desenvolvimento de uma molécula sintética baseada nesta para fins terapêuticos, é uma possibilidade, pois sendo pequena é mais fácil de imitar por compostos concebidos artificialmente.
A vantagem deste tipo de molécula em relação a outros fármacos utilizados como anticoagulantes é que estes não actuam directamente sobre o processo de coagulação, enquanto “a molécula actua na última enzima da cascata de coagulação, sendo assim mais eficaz, mais segura e não apresentando tantos efeitos secundários”.
A autoria deste trabalho é repartida por várias equipas internacionais, de onde se destacam grupos da Universidade Pompeu Fabra, do Hospital de Sant Pau de Barcelona e do European Synchrotron Radiation Facility (Grenoble).
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