quinta-feira, 12 de abril de 2012

Cientistas criam ‘arma’ de detecção para cancro do colo do útero

É o primeiro teste em Portugal que permite auto-colheita pela mulher

2012-03-07

Por Susana Lage


Rui Costa
Vai ser lançado amanhã um teste de auto-colheita para o alerta do cancro do colo do útero, o segundo tipo de cancro mais frequente nas mulheres a nível mundial e com a terceira maior taxa de incidência em mulheres portuguesas.

Chama-se «Teste da Mulher» e foi desenvolvido por investigadores da Universidade de Coimbra (UC) “de forma a combinar a comodidade de um método de auto-colheita e a sensibilidade actualmente reconhecida do teste de detecção do agente causador desta neoplasia, o Papilomavírus Humano (HPV) de alto risco”, explica Rui Costa ao Ciência Hoje.

Segundo o director executivo da Infogene, empresa biotecnológica formada pelos cientistas da UC, o teste está indicado para as “mulheres com mais de 30 anos que desejem manter uma atitude proactiva de monitorização da sua saúde e assegurar que não se encontram em risco de desenvolver cancro do colo do útero”.

O teste vai custar 89 euros e, numa primeira fase, pode ser adquirido em laboratórios de análises clínicas, mas o objectivo é que, a curto prazo, esteja também disponível em farmácias.

Para realizá-lo, “a mulher efectua a auto-colheita com o auxílio do estojo que é cedido, a amostra é então colocada num envelope RSF presente nesse estojo, é entregue no laboratório de compra e/ou enviada para o laboratório Infogene para a detecção de HPV”.

O resultado final “será entregue em mão, à mulher, por um profissional de saúde, no prazo máximo de 15 dias úteis”. No caso de um resultado positivo, a mulher será aconselhada a consultar um médico ginecologista.

“O nosso teste não dispensa a consulta ginecológica de rotina, até porque existem outras doenças do foro ginecológico, além do cancro do colo do útero, que necessitam de despistagem. O Teste da Mulher pretende sim ser mais uma ‘arma’ de monitorização da saúde para o cancro do colo do útero ao dispor das mulheres, a par da prevenção primária (vacinação) e de prevenção secundária (p. ex. teste de Papanicolau)”, sublinha Rui Costa.

A solução proposta pelos investigadores de Coimbra e desenvolvida ao longo dos últimos cinco anos pela Infogene, foi validada no Hospital Universitário de Uppsala, na Suécia, através de um estudo comparativo com o teste de Papanicolau, em que participaram quatro mil mulheres.





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