quinta-feira, 12 de abril de 2012

Exercício físico a partir dos 70 anos ainda tem efeitos protectores

Exercício físico a partir dos 70 anos ainda tem efeitos protectores

Actividade regular é essencial para um coração saudável nos mais idosos

2012-04-04

Por Marlene Moura (Texto)


Mesmo a partir dos 70 anos, exercício resulta com benefícios.
Praticar exercício físico é essencial e diminui o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, mas isso não é novidade. No entanto, a conclusão de um estudo da Harvard School of Public Health, onde participou a investigadora portuguesa Luísa Soares-Miranda, do Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer da Universidade do Porto (CIAFEL), atesta que “ a partir dos 70 anos, mesmo quem nunca foi activo, ainda vai a tempo de obter benefícios”, segundo referiu ao jornal «Ciência Hoje».

A equipa internacional efectuou uma avaliação dos efeitos da prática de actividade física regular em 3941 indivíduos, com uma média de 72.3 anos de idade, seguindo-os durante dez anos e constataram que “é possível diminuir o risco de doenças cardiovasculares entre os mais idosos”, sublinhou ainda Luísa Soares-Miranda.

“Estamos programados para envelhecer e morrer um dia, mas ainda assim vale a pena sermos activos a partir dessa idade, para manter uma vida mais saudável”, continuou a investigadora, explicando que “até agora a ideia era empírica”, ou seja, embora já se soubesse que o exercício trazia benefícios para a prevenção de doenças cardiovasculares, "não existiam dados científicos que provassem a ideia nesta faixa etária”.



Luísa Soares-Miranda.
Luísa Soares-Miranda salientou ainda que a investigação prova que “acima dos 70 anos”, um envelhecimento fisicamente activo funciona como protector contra doenças cardiovasculares (enfartes do miocárdio, AVC, etc.) e não é difícil consegui-lo, já que o estudo mostrou que, para isso, “basta caminhar entre cinco a oito quilómetros por semana, a uma simples velocidade de cinco quilómetros por hora”. Para a investigação constam variáveis como a distância de caminhada por semana, velocidade de caminhada ou a intensidade da actividade física.

“Se alguém sofrer um AVC, por exemplo, e ficar acamado durante vários anos, esta mensagem é clara ao relembrar que é possível diminuir o risco de isto vir a acontecer, mesmo em fase subclínica”, e “ganha contornos especiais, nesta altura", já que se comemora o «Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações».

A partir dos resultados obtidos, a equipa da Harvard School of Public Health definiu um "guia de boas práticas" para quem queira manter uma actividade física saudável depois dos 70 anos.

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