quinta-feira, 12 de abril de 2012

Tecnologia portuguesa previne morte súbita no desporto

Tecnologia portuguesa previne morte súbita no desporto

Microchip de DNA é lançado amanhã

2012-04-11

Por Susana Lage


Arlindo Oliveira
Amanhã, em Cascais, é apresentado publicamente o Microchip de DNA, um teste laboratorial criado por investigadores portugueses que se destina à prevenção e combate da morte súbita com especial incidência no desporto.

Esta nova tecnologia foi desenvolvida no Instituto Superior Técnico (IST) e no INESC-ID e, neste momento, o objectivo é transformar o projecto numa actividade empresarial que permita vender os testes a quem esteja interessado em garantir que os seus desportistas não sofram do risco de morte súbita.

“No lançamento de amanhã a tecnologia vai para o mercado com o apoio de uma empresa [a SHPG-HeartGenetics] que provavelmente começará a fazer testes entre dois a três meses”, afirma Arlindo Oliveira ao Ciência Hoje.

Segundo o presidente do IST, o Microchip de DNA “faz a análise de mutações de DNA que permitem detectar se uma pessoa está sujeita a um risco elevado de sofrer de Miocardiopatia Hipertrófica”, que é uma condição especialmente grave nos atletas e que causa morte súbita.

A ideia “é poder testar pessoas que estão em risco por serem atletas, por exemplo, e que devem parar de fazer desporto de alta competição porque correm o risco de sofrerem morte súbita”, explica o investigador.

De acordo com Arlindo Oliveira, o risco de morte súbita em Portugal ameaça centenas de desportistas. “Há muitas pessoas que têm esta síndrome, claro que nem todas estão em risco se não praticarem desporto. Mas para desportistas o risco é de um em quinhentos. Pode não parecer muito elevado, mas como é uma tecnologia que será exportada para o Brasil e Europa estamos a falar de evitar dezenas ou centenas de mortes dependendo da dimensão do mercado”, sublinha.

Actualmente, existem tecnologias semelhantes ao Microchip de DNA fora do País “mas são muito mais caras e não tão precisas”. Os testes que existem “são da ordem dos milhares de euros” enquanto este “pode ser feito mais barato e aplicado a uma população mais vasta”, avança Arlindo Oliveira.

Para o cientista, a entrada deste equipamento no mercado “é uma prova que conseguimos desenvolver em Portugal tecnologias que são competitivas a nível internacional”. Para além disso, a exportação deste Microchip pode vir a "aumentar o nosso número de exportações e consequentemente enriquecer a economia nacional”.

No futuro, os Microchips de DNA podem vir a ser aplicados a outras patologias, o que pode revelar um “potencial de desenvolvimento de testes genéticos muito significativo”, conclui.

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