segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Compostos das uvas protegem a pele dos raios UV Resultados do estudo podem ser aproveitados pela farmacologia clínica 2011-08-03

As uvas contêm substâncias que podem reduzir os danos celulares na pele exposta à luz solar, na medida em que ajudam as células a protegerem-se contra a radiação solar ultravioleta (UV), revelou um estudo espanhol publicado no “Journal of Agricultural and Food Chemistry”.

Os raios UV são considerados a principal causa ambiental das doenças de pele, pois conduzem a queimaduras ou eritema solar, ao envelhecimento prematuro da derme e epiderme e até ao cancro. Este tipo de raios actua na pele ao activar espécies reactivas de oxigénio (ERO)- compostos que oxidam macromoléculas como os lípidos e o ADN e desencadeiam certas reacções e a actividade de enzimas (JNK e p38MAPK) que induzem a morte celular.

Os dados deste trabalho, conduzido por investigadores da Universidade de Barcelona e do Conselho Superior de Investigações Científicas, indicam que algumas substâncias, os polifenóis extraídos da uva (flavonóides) podem reduzir a formação de ERO nas células epidérmicas humanas expostas à radiação ultravioleta de onda longa (UVA) e média (UVB).

De acordo com Marta Cascante, a bioquímica da Universidade de Barcelona e líder da investigação, “estas fracções polifenólicas inibem a produção de ERO e, deste modo, também a consequente activação das enzimas JNK e p38, exercendo um efeito protector contra a radiação ultravioleta do sol.”

Outro resultado obtido no estudo apontou que a capacidade foto-protectora dos flavonóides é maior quando apresentam um maior grau de polimerização e de formação de compostos com ácido gálico.

Os investigadores acreditam que os resultados obtidos neste trabalho são "encorajadores" e que devem ser tidos em conta na farmacologia clínica que trabalha com extractos polifenólicos de origem vegetal para o desenvolvimento de novos agentes de foto-protecção cutânea.

Actualmente, existem cosméticos feitos a partir de uvas, mas até agora era desconhecido como funcionavam nas células. "Este trabalho apoia o uso destes produtos para proteger a pele dos danos e morte celular provocada pela radiação solar, além de proporcionar conhecimento sobre o seu mecanismo de acção", conclui Cascante.


http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=50348&op=all

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