quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Patogénios podem viver dentro dos tecidos vegetais Desinfecção exterior dos alimentos é insuficiente para eliminá-los 2011-08-24

Desinfectar o exterior dos produtos pode nem sempre ser suficiente para eliminar os patogénios de alimentos nocivos, revelou um estudo realizado pela Universidade de Purdue, nos EUA, cujos resultados foram publicados separadamente nas revistas “Journal of Food Protection” e “Food Research International”.

Este trabalho demonstrou que a salmonella e a e. coli podem viver dentro dos tecidos vegetais. No caso da e.coli 0157: H7, foi encontrada em tecidos de soja, enquanto a salmonella foi detectada em plantas de amendoim, após as sementes serem contaminadas com o patogénio antes da plantação.

Amanda Deering, investigadora pós-doutorada em ciência dos alimentos envolvida neste estudo, referiu que "as sementes podem estar contaminadas antes ou após a plantação, através do solo ou água contaminados." De acordo com a especialista, nos alimentos analisados, "os patogénios estavam em todos os tecidos, incluindo no que transporta os nutrientes nas plantas".

Robert Pruitt, co-autor do estudo explicou também que "encontrar os patogénios dentro das plantas tem sido um desafio, porque as provas requerem cortar partes da planta, o que pode causar a migração de bactérias do exterior para o interior, ou vice-versa. É difícil saber onde pode ter estado um patogénio antes de ser cortado da planta”. Desta forma, “os resultados são muitas vezes imprecisos dado que os métodos permitem a movimentação das bactérias".

Robert Pruitt e Amanda Deering
Robert Pruitt e Amanda Deering
Para esta investigação, a equipa de cientistas usou um fixador para congelar a localização das bactérias nos tecidos da planta antes de cortarem as amostras. Os anticorpos marcados com fluorescência foram usados para detectar patogénios num processo chamado imunohistoquímica.

"Isso mostra a situação mais próxima do que estava na planta quando os agentes patogénicos estavam vivos” e “o aumento do número de bactérias manteve-se durante, pelo menos 12 dias, tempo que normalmente demora a investigação", explicou Deering.

Deering e Pruitt alertaram assim que, "para uma higienização adequada, deve-se eliminar a salmonella e a e.coli da superfície do alimento, bem como nos tecidos internos", por isso, é aconselhado "cozinhar os alimentos a temperaturas que matem e eliminem os patogénicos".


http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=50601&op=all

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