segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Excesso de álcool é mais prejudicial para as raparigas Danos neuronais podem provocar problemas de orientação 2011-07-18

Beber álcool em excesso, de uma só vez, pode danificar parte do cérebro que controla a memória e a percepção espacial dos adolescentes, revela um estudo publicado na revista “Alcoholism: Clinical and Experimental Research”.

Além disso, estes danos – que podem resultar em problemas ao conduzir, praticar desportos que exijam movimentos complexos, usar mapas ou no sentido de orientação - são maiores nas raparigas do que nos rapazes, visto que os seus cérebros desenvolvem-se mais cedo, comparativamente aos do sexo oposto.

O estudo foi realizado por investigadores de várias universidades americanas que fizeram testes neuro-psicológicos e de memória espacial a 95 adolescentes entre os 16 e os 19 anos.

Neste grupo, 40 dos voluntários - 27 rapazes e 13 raparigas – revelaram beber muito de uma só vez , sendo que, em média, os do sexo feminino consumiam mais de um litro e meio de cerveja ou quatro copos de vinho e os do sexo masculino bebiam mais de dois litros de cerveja ou uma garrafa de vinho.

Estes testes foram ainda repetidos com 31 rapazes e 24 raparigas que não bebiam em grandes quantidades, para que os resultados pudessem ser então comparados.

Os investigadores recorreram a aparelhos de ressonância magnética e constataram assim que as adolescentes que bebiam em excesso tinham menos actividade em várias áreas do cérebro do que as que não bebiam, durante o mesmo teste de percepção espacial.

Para Susan Tapert, professora de psiquiatria na Universidade da Califórnia e líder do estudo, estas diferenças na actividade cerebral podem afectar negativamente outras funções, como a concentração e o tipo de memória a que se recorre para fazer cálculos, o que também influencia o pensamento lógico e a capacidade de raciocínio.

Já os jovens rapazes não parecem ter sido afectados da mesma forma, de acordo com Tapert. "Os adolescentes que bebiam demais mostraram alguma anormalidade, mas menos, em comparação com os rapazes que não bebiam”, explicou a investigadora, acrescentando que “o sexo feminino é particularmente vulnerável aos efeitos negativos do excesso de álcool".
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