quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Enjoos excessivos na gravidez provocam distúrbios nos bebés Primeiro estudo sobre efeitos a longo prazo da hiperemese gravídica 2011-08-30

Os vómitos e náuses excessivos e persistentes durante a gravidez e que, por vezes, podem conduzir à hospitalização dão origem a uma condição designada por hiperemese gravídica (HG) que não afecta apenas as grávidas, mas também os bebés, revelou um estudo publicado no “Journal of Developmental Origins of Health and Disease”.

De acordo com este trabalho, as crianças cujas mães sofreram de HG foram 3,6 vezes mais propensas a sofrer de ansiedade, distúrbio bipolar e depressão na vida adulta do que os bebés cujas progenitoras não sofreram dessa condição.

Estudos anteriores já tinham constatado que as crianças nascidas de mulheres que tiveram náuseas persistentes nos três primeiros meses da gravidez tinham mais problemas de atenção e de aprendizagem aos 12 anos. Outras apontavam ainda que a má nutrição fetal, uma consequência frequente da HG, pode conduzir a uma fraca saúde quando adulto.

"Apesar da hiperemese gravídica poder causar fome e desidratação na gravidez, nenhum estudo tinha determinado os seus efeitos a longo prazo nas crianças nascidas de mães com este problema", referiu Marlena Fejzo, co-autora do estudo.

Depois de entrevistarem 155 pessoas, das quais algumas tinham sofrido com a condição da mãe e outras não tinham passado por este problema, os investigadores verificaram que 16 por cento dos voluntários que foram expostos ao HG tinham depressão, contra três por cento do grupo de controlo (aqueles que não nasceram de mães com HG). Além disso, oito por cento do grupo exposto foram diagnosticados com perturbação bipolar, face a dois por cento do grupo de controlo.

Esta diferença também se revelou no que respeita à ansiedade, pois sete por cento dos expostos a HG sofriam de ansiedade na vida adulta, comparados a dois por cento do grupo de controlo. "Ao todo, 38 por cento dos casos do grupo exposto relataram distúrbio psicológico ou comportamental, em comparação a 15 por cento do grupo de controlo", afirmaram os cientistas.

Estas taxas mais elevadas podem ser causadas pela desnutrição e desidratação prolongadas das mães durante o desenvolvimento do cérebro do feto. A ansiedade e o stress, comuns durante e após a HG, também poderiam desempenhar um papel importante nos problemas físicos e psicológicos.

Análises anteriores também já tinham verificado que mulheres com histórico familiar desta condição foram até 17 vezes mais propensas a sofrer do mesmo problema.

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=50708&op=all

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