sábado, 9 de julho de 2011

Alteração da massa cinzenta Cada participante passou 27 minutos por dia a meditar, praticando os exercícios recomendados. Respostas a um questionário assinalavam melhorias significativas, comparativamente às semanas anteriores. A análise das imagens por ressonância magnética mostrou uma evolução na massa cinzenta, localizada no hipocampo – zona cerebral implicada na aprendizagem, memória, estruturas associadas à autoconsciência, compaixão e introspecção. Verificaram ainda uma diminuição da massa cinzenta na amígdala cerebral, o conjunto de núcleos neuronais nos lobos temporais, relacionados com a diminuição do stresse. Contudo, nenhuma destas alterações foi observada no grupo de controlo dos restantes voluntários, ou seja, nos que não praticaram meditação. Segundo o grupo de investigação, os resultados mostram a plasticidade do cérebro e como, mediante a meditação, este se molda e altera, de forma a aumentar o nosso bem-estar e a nossa qualidade de vida. Os avanços abrem portas para novas terapias para pacientes que sofram graves problemas de stresse e stresse pós-traumático, por exemplo.

Ao longo de 30 mil anos o cérebro humano encolheu dez por cento, o equivalente à dimensão de uma bola de ténis. O seu volume médio passou de 1500 para 1359 centímetros cúbicos, sendo que o das mulheres, que é mais pequeno do que o dos homens, sofreu proporcionalmente a mesma redução.

Este é um fenómeno que intriga antropólogos, cuja maioria aposta mais na hipótese de se tratar de um efeito da evolução face a sociedades mais complexas, do que de um sinal de embrutecimento.

As medidas foram feitas a partir de cérebros encontrados na Europa, no Médio Oriente e na Ásia, explicou o antropólogo John Hawks, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. “Chamo a isto uma redução essencial e uma piscadela de olho à evolução”, declarou o especialista numa recente entrevista à revista "Discover".
Segundo alguns antropólogos, tal redução não é assim tão surpreendente, na medida em que quanto mais forte e musculado, mais tempo leva a inteligência a controlar essa massa.

O homem de Neandertal, um “parente” do homem moderno desaparecido há 30 mil anos por razões ainda não totalmente clarificadas, era mais forte e tinha um cérebro maior. O homem Cro-Magnon, que pintou as paredes da caverna de Lascaux há 17 mil anos, foi o Homo sapiens com maior cérebro. Era igualmente mais forte do que os seus descendentes.

“Tais recursos eram necessários para sobreviver num ambiente hostil”, sublinhou David Geary, professor de psicologia da Universidade de Missouri (Estados Unidos) e autor de trabalhos sobre o desenvolvimento do cérebro humano ao longo dos anos.

Partindo desta constatação, o investigador estudou a evolução da dimensão do crânio, no período compreendido entre 1,9 milhões e dez mil anos atrás, e como os nossos antepassados viviam em processos sociais mais complexos. Partiu do princípio de que uma maior concentração humana era importante, pois haveria maior intercâmbio entre grupos, maior divisão de trabalho e interacções mais ricas entre os vários indivíduos.

Inteligência mais sofisticada

O investigador constatou igualmente que o tamanho do cérebro diminuía quando a densidade populacional aumentava. “De facto, na emergência de sociedades mais complexas, o cérebro humano tornou-se mais pequeno porque os indivíduos não têm a necessidade de tanta inteligência para sobreviverem, são ajudados pelos outros”, explicou David Geary à agência France Presse.

Contudo, esta redução do cérebro não quer dizer que os homens modernos são mais idiotas do que os seus ancestrais, mas que desenvolveram outras formas de inteligência mais sofisticada,frisou Brian Hare, professor adjunto de antropologia na universidade de Duke (Carolina do Norte).

O especialista fez ainda um paralelo entre os animais domésticos e os selvagens. Assim, os lobos de Alsácia (pastor alemão) têm um cérebro mais pequeno do que o dos lobos, mas são mais inteligentes e sofisticados porque compreendem os gestos de comunicação entre os homens. “Isto mostra que não há relação entre o tamanho do cérebro e o quotidiano intelectual”, que se define sobretudo pela capacidade de induzir e criar, insistiu Brian Hare.

O mesmo se passa com os chimpanzés. Agressivos e dominadores, têm um cérebro maior do que os macacos bonobos, mais "civilizados" pois utilizam a simulação do acto sexual ou acasalamento para resolver os conflitos.
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