sábado, 9 de julho de 2011

Nova técnica não-invasiva para medir o cérebro Monitor de Pressão Intracraniana já está a ser usado com sucesso 2011-01-19

Uma equipa de investigadores da Universidade de São Paulo (USP), no Brasil, desenvolveu uma nova técnica que permite medir a pressão do cérebro sem que seja necessário furar o crânio, além de ser menos dispendiosa que a convencional. O método é capaz de diminuir os riscos de morte e os custos de internação de pacientes que necessitem de monitorização constante da pressão intracraniana (PIC).

A técnica desenvolvida consiste em acoplar um pequeno sensor ao osso da caixa craniana, através de uma pequena incisão na pele, em vez de perfurar o crânio do paciente, como acontece actualmente. Recorde-se que a perfuração do osso craniano para medir a alteração da pressão cerebral com um sensor acarreta grandes riscos de infecção. Com a nova técnica, é feita uma incisão no couro cabeludo e o sensor é colado, sem perfurar o osso.
Segundo Gustavo Frigieri Vilela, investigador do projecto, refere na publicação da universidade, as técnicas actuais podem ainda causar danos no tecido, “uma vez que se abre um canal directo do sistema nervoso central”.

O farmacêutico-bioquímico acrescenta igualmente que o método de diagnóstico é minimamente invasivo, ou seja, traz menos riscos de traumas, e muito mais barato. Além do baixo valor, a técnica não requer neurocirurgiões, o que representa uma redução ainda maior dos custos deste procedimento para os hospitais, aumentando a popularização do uso deste equipamento.

As informações registadas pelo sensor são lidas no Monitor de Pressão Intracraniana, onde é analisado o volume do líquido cefalorraquidiano, substância que reveste e protege o sistema nervoso central contra choques, bem como a concentração de sangue e a massa cerebral.


"É muito difícil haver infecção [com este método] e, se houver, será na pele e de fácil tratamento", refere o farmacêutico-bioquímico Gustavo Frigieri, da USP. "O corte na cabeça pode ser feito em ambulatório e não necessita de centro cirúrgico", acrescenta. É de fácil utilização para o médico, enfermeiros e equipas de primeiros socorros. No futuro, espera-se que o aparelho também possa ser usado em casa.

A recente tecnologia pode salvar vidas em caso de suspeita de aumento da pressão do crânio, como derrames, tumores cerebrais, traumatismos e hidrocefalia. A técnica já foi testada em animais, e agora está a ser utilizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, onde auxilia a monitorização de oito pacientes, com sucesso.

O próximo passo é preparar a documentação para registá-lo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e no Ministério da Saúde para, em seguida, este equipamento poder ser produzido em grande escala.
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