sábado, 9 de julho de 2011

IBMC é pioneiro na implementação da microcirurgia a laser Max Planck recorreu a instituto português por ser o único com tal tecnologia 2011-07-08

O Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) é pioneiro na implementação da microcirurgia a laser na Europa, destacando-se com uma publicação na «Nature Cell Biology». A equipa líder do trabalho, do instituto alemão Max Planck, recorreu ao IBMC por ser o único, fora dos estados unidos a ter a tecnologia implementada. Esta permite fazer cortes a 0.5 microns, menos de um milionésimo de um metro (10-6). Em que um mícron está para um metro como um milímetro está para um quilómetro.

António Pereira, físico e investigador do grupo de Instabilidade e Dinâmica dos Cromossomas no IBMC, é o responsável pela implementação, em Portugal, desta tecnologia, que tem atraído atenções da comunidade científica. Recentemente, explica o investigador, “fomos contactados por um grupo do Max Planck, que precisava de recorrer à microcirurgia para perceber como uma determinada zona dos cromossomas assume o papel do centrómero”.
O centrómero é a zona dos cromossomas que define onde se irão ligar os filamentos (microtúbulos) que exercem tracção para que haja divisão dos cromossomas durante o processo de divisão celular.

Neste trabalho a equipa do Max Planck forçou a criação de potenciais centrómeros em zonas onde normalmente não são formados através da sobre-expressão de uma proteína estrutural do cinetocóro (CENP-A), estrutura que está assente sobre o cromossoma e que serve de interface entre este e os microtúbulos.

Hélder Maiato.
Hélder Maiato.
Contudo, era necessário perceber se os novos potenciais centrómeros desenvolviam cinetocóros funcionais capazes de se ligar aos microtúbulos e conduzir por si a uma divisão dos cromossomas. “Para isso isolamos estes fragmentos contendo um potencial novo centrómero através da microcirurgia laser. E constatamos que de facto esses fragmentos desenvolveram cinetocoros capazes de se mover autonomamente”, afirma António Pereira.

No seu conjunto, estas experiências demonstram a importância da proteína CENP-A na definição do centrómero. Este trabalho, em conjunto com investigadores do Max Planck, valeu a António Pereira e aos restantes autores um artigo na renomada revista Nature Cell Biology.

“É irónico que um grupo de um centro renomado como o Max Planck na Alemanha recorra a tecnologia de Ponta implementada em Portugal”, comenta Hélder Maiato, investigador e líder da equipa do IBMC.

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