quarta-feira, 20 de julho de 2011

Realizado primeiro transplante simultâneo de pernas Pedro Cavadas, o cirurgião espanhol conhecido por ter feito o primeiro transplante facial, é o director da intervenção 2011-07-12

O primeiro transplante simultâneo de duas pernas acabou ontem de ser realizado no Hospital La Fe, em Valência (Espanha). Pedro Cavadas, cirurgião conhecido por ter feito o primeiro transplante facial em Espanha, dirigiu a operação que teve a duração de 15 horas.

A grande complexidade operação e o facto de não existirem experiências anteriores fazem com que haja alguma reserva em divulgar a situação do paciente até que a sua evolução o permita, indicou Consejería de Sanidad de la Generalitat de Valência. O cirurgião realizou a operação com outros profissionais da sua clínica, com o apoio de funcionários do hospital público de Valência e de técnicos da Organização Nacional de Transplantes (ONT). O transplantado é um homem jovem com requisitos médicos “óptimos” que perdeu as pernas devido a um acidente de viação.

O homem teve de ser amputado acima dos joelhos, informou em Maio de 2010 o Ministério da Saúde espanhol quando publicou a autorização para esta intervenção. Apesar de ter sido dada há mais de um ano, só agora foi encontrado um dador adequado.

O facto de a amputação ter sido acima do joelho (o paciente ficou com 15 centímetros de cada perna), fez como que se tornasse impossível a utilização de próteses que permitissem mobilidade. Esta característica foi essencial para a autorização, assim como terem sido amputadas ambas as pernas.

A exigência técnica desta operação, dizem os especialistas, não é muito superior à dos transplantes de membros superiores, existindo já 60 experiências destas em todo o mundo. “A dificuldade encontra-se na quantidade do músculo a transplantar, que na perna é muito maior. Foi necessário analisar com detalhe a relação entre o risco a que se expõe o paciente e o benefício esperado com a operação”, explica em comunicado o director da ONT, Rafael Matesanz.

O paciente tem de enfrentar vários desafios durante a recuperação. Por um lado, terá de adaptar-se à agressiva medicação com imunossupressores para combater uma possível rejeição. Depois, terá uma prolongada reabilitação.

Como os nervos não se conectam com o órgão transplantado só passado um ano o novo órgão estará ligado a todos os músculos. O paciente terá ainda de esperar vários meses para saber se pode voltar a andar.

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