sábado, 9 de julho de 2011

Descobertas proteínas envolvidas em 130 doenças neurológicas Investigadores verificam que sinapse dos roedores é semelhante à humana

Cientistas descobriram um conjunto de proteínas que está envolvido no desenvolvimento de mais de 130 doenças neurológicas, revela um artigo publicado na revista “Nature Neuroscience”.

O cérebro humano é um labirinto de milhões de células nervosas que estão conectadas por biliões de sinais electro-químicos, denominados de sinapses, entre as quais estão proteínas que se combinam, formando um processo chamado densidade pós-sináptica (PSD). Este pode interromper o funcionamento sináptico, provocando doenças e mudança de comportamento.

Seth Grant, do Instituto Wellcome Trust Sanger, na Grã-Bretanha, conduziu uma equipa que extraiu as PSD das sinapses de pacientes que se iam submeter a cirurgias cerebrais. "Descobrimos que 130 doenças neurológicas estão vinculadas com a PSD, muito mais que o esperado", disse, acrescentando que "a PSD humana está no estado central de um largo espectro de doenças que afectam milhões de pessoas", como epilepsia ou autismo.

As PSDs identificadas até agora resultam das combinações de 1461 proteínas, cada uma codificada por um gene separado. "Cada sétima proteína nesta relação está vinculada com uma doença clínica conhecida", referiu Jeffrey Neobels, do Baylor College de Medicina.

Estas descobertas podem abrir novos caminhos para o combate a doenças do foro neurológico e também para o aperfeiçoamento dos seus diagnósticos. De forma a acelerar este processo, os cientistas divulgaram todos os dados e criaram o primeiro "mapa do caminho molecular" para as sinapses humanas, demonstrando como as proteínas e as doenças se conectam. "Também podemos ver caminhos para desenvolver novos testes de diagnósticos genéticos e ajudar os médicos a classificar as doenças cerebrais", afirmou Grant.

O estudo também revelou, de forma inesperada, que as proteínas nas PSDs têm profundas raízes evolutivas e desempenham um papel indirecto em comportamentos cognitivos, como leitura, memória, emoção e humor. Em comparação com outras proteínas codificadas por genes, as PSD evoluem muito lentamente. "A preservação da estrutura destas proteínas sugere que os comportamentos comandados pela PSD e as doenças associadas a elas não mudaram muito ao longo de milhões de anos", destacou o líder deste estudo.

Nesta investigação também foi verificado que as sinapses em roedores são mais similares às dos humanos do que se pensava anteriormente, sugerindo que os ratos são bons modelos para examinar doenças cerebrais humanas.
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