segunda-feira, 9 de junho de 2014

Alterações ambientais afectam sobrevivência de predadores de topo na Antárctida Investigação internacional foi liderada por José Xavier, do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra

As rápidas mudanças ambientais que se têm vindo a registar na região da Antárctida podem vir a afectar a sobrevivência de predadores de topo, conclui uma pesquisa internacional, liderada pelo investigador do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra (UC), José Xavier, premiado pelo«Ciência Hoje» com um Seed of Science, em 2012.
Financiado pela British Antarctic Survey e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o estudo em que participaram também oito cientistas do Reino Unido, França e Alemanha, mostra que predadores de topo, como os albatrozes, não são capazes de encontrar alimento suficiente num ano em que o Oceano Antárctico esteja anormalmente quente. Assim, os seus filhotes morrem de fome, o que põe em risco a sobrevivência destes predadores.
O surpreendente deste estudo é a incapacidade dos albatrozes encontrarem comida a tempo de salvar os seus filhotes. Como predadores de topo, julgaríamos que poderiam lidar com a falta do seu alimento preferido, podendo mudar para outro alimento facilmente”, afirma José Xavier.
No entanto, prossegue o investigador, “ao analisarmos a sua dieta em detalhe, notamos que quando o Oceano Antárctico começa a aquecer naquela região, eles tentam ir mais para longe à procura de alimento alternativo, mas sem sucesso”.
Este estudo realça a falta de flexibilidade de predadores do Oceano Antárctico de se adaptarem às alterações ambientais e que os poderá levar a estarem em risco de sobrevivência, caso aumente a frequência destes anos anómalos.

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