segunda-feira, 9 de junho de 2014

Raças nativas de cães americanos têm origem ancestral asiática Investigadores do IPATIMUP participaram no estudo

A chegada dos europeus ao continente americano é geralmente assumida como tendo tido um efeito devastador sobre as raças de cães nativas americanas que aí existiam, com extinção em larga escala das variedades indígenas. No entanto, um estudo recente no qual participaram investigadores da Universidade do Porto, revela que a população original de cães nativos americanos, presumivelmente trazidas pelos humanos que originalmente colonizaram o continente americano, persiste e tal como as populações humanas nativas tem a origem ancestral asiática.
‘De facto’, diz Barbara van Asch - investigadora no IPATIMUP onde se tem dedicado ao estudo de cães e lobos -  ‘as raças caninas americanas apresentam mais de 70 por cento de ancestralidade nativa. Estes resultados confirmam que estas populações são um significativo remanescente da cultura americana indígena original e realçam a importância da sua preservação’.
Os investigadores da Universidade do Porto, em colaboração com o grupo de investigação de Peter Savolainen (Royal Institute of Technology, Suécia) apresentam a comparação do DNA mitocondrial de cães europeus e asiáticos, espécimes arqueológicos americanos e raças americanas modernas que incluem raças do Árctico e raças da América do Norte e Sul, tais como Chihuahua e o Cão sem Pêlo do Peru.

Estas populações foram identificadas como tendo tido origem nos cães siberianos e do Leste da Ásia. Também foi encontrada continuidade genética e geográfica entre amostras arqueológicas e amostras modernas. Por exemplo, a raça Mexicana Chihuahua partilha um tipo de DNA mitocondrial com amostras arqueológicas Pré-Colombianas encontradas no México.
A equipa também analisou cães vadios no continente americano confirmando que na generalidade têm origem em cães europeus; contudo, no México e na Bolívia foram identificadas algumas destas populações com elevadas proporções de ancestralidade indígena. Os investigadores afirmam também que estes dados genéticos indicam que uma população de cães ferais nos EUA, o ‘Carolina Dog’, também conhecido como ‘Dingo Americano’, tenha uma origem nativa americana.

O trabalho contou com a participação de investigadores da Universidade do Porto - IPATIMUP (Barbara van Asch e António Amorim) e coordenação de Peter Savolainen do Royal Institute of Technology de Estocolmo. O estudo teve o apoio do Swedish Research Council, OE and Edla Johanssons Scientific Foundation, Wenner-Gren Foundations e uma bolsa de investigação pós-doutoramento da FCT a Barbara van Asch.'
Carolina Dog tem origem nativa americana

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