segunda-feira, 9 de junho de 2014

Portugal participa na construção do maior telescópio do mundo ISQ vai garantir prazos e prevenir problemas

O European Organisation for Astronomical Research in the Southern Hemisphere (ESO) está a desenvolver um telescópio com um espelho de 40 metros de diâmetro. O E-ELT (European Extremely Large Telescope) será o maior do mundo e permitirá aprofundar o conhecimento sobre o Universo.

O projecto vai contar com participação portuguesa, nomeadamente engenheiros do ISQ que vão assegurar a prevenção de problemas e garantir que o telescópio é concluído dentro do planeado.

“A contribuição do ISQ para o E-ELT consiste em aperfeiçoar a priori os mecanismos que mais tarde serão usados para fazer o acompanhamento do projecto, nas suas fases de construção e montagem. Numa lógica de prevenção, a nossa intervenção visa sobretudo prevenir problemas e, assim, contribuir igualmente para a conclusão dos trabalhos dentro do planeamento previsto”, explica José Oliveira Santos, administrador do ISQ.

Até ao momento, o ISQ já propôs melhorias do sistema de qualidade que foram “largamente adoptadas pelo ESO”. A fase de construção do E-ELT está prestes a começar e a empresa portuguesa já apresentou uma proposta que visa “garantir a qualidade dos equipamentos científicos que vão constituir o telescópio”, diz José Oliveira Santos.

O entrevistado sublinha ainda que se trata de “um projecto muito exigente e complexo do ponto de vista da engenharia e da fabricação”.

José Oliveira Santos.
Os diferentes componentes do E-ELT vão ser construídos em diferentes locais serão fabricados em vários países, enquanto a montagem, “uma operação complicada” será feita em Atacama, no Chile.

“Estamos a falar de algo que nunca foi feito. Dada a relevância científica do projecto, a sua complexidade, o número de entidades e países envolvidos e os custos astronómicos, tem de haver alguém responsável por prevenir que, no fim, tudo se encaixa”, conclui Oliveira Santos.

O ISQ presta serviços de consultoria e inspecção, ensaio, formação e consultoria técnica para diversos sectores. Neste momento, mais dos 70% dos trabalhos que realiza são feitos para empresas estrangeiras.

A participação em projectos como o E-ELT, e há 15 anos do LHT do CERNE, entre outros, são uma oportunidade para alavancar“o conhecimento das empresas portuguesas”, permitindo que participem em projectos de engenharia e fabrico de equipamentos “únicos e extremamente exigentes do ponto de vista tecnológico”.

José Oliveira Santos sublinha que o essencial na participação destes projectos é a “possibilidade de isto alavancar outros trabalhos mesmo que sejam em áreas diferentes”.

A construção deste grande telescópio poderá trazer condições aos cientistas para atingir novos patamares no conhecimento da astrofísica através do estudo detalhado das origens do Universo, planetas extra-solares, buracos negros de elevada massa, bem como a natureza e distribuição da matéria escura e energia escura que dominam o Universo. O E-ELT vai ficar localizado no Deserto de Atacama, no Chile.

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