segunda-feira, 9 de junho de 2014

FMUP investiga alterações associadas à ameaça de parto pré-termo

BEBÉ VIDA, banco de tecidos e células português, está a apoiar o estudo desenvolvido pelo Departamento da Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Materno Infantil do Norte, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Departamento de Biologia Experimental, Instituto de Biologia Molecular e Celular, sobre as alterações oxidativas no sangue materno associadas à ameaça de parto pré-termo. 
Por parto pré-termo define-se o que se inicia antes de completadas as 37 semanas de gravidez, ocorrendo em cerca de cinco a dez por cento das gravidezes, e sendo a principal causa de mortalidade e morbilidade neo-natal.

Em 30 por cento dos casos o trabalho de parto pré-termo não tem uma causa determinada, sendo que a restante percentagem pode ser associada a doenças inflamatórias intra e extra-uterinas, alterações anatómicas do útero, anomalias do colo uterino, alterações placentares, gravidez múltipla, entre outras causas.

“No entanto, é ainda incerto se este processo é activado por um mecanismo intra-uterino ou se é de origem sistémica que tem no útero um órgão alvo. Neste caso, admite-se que a presença de um marcador circulante pudesse ser preditivo da ocorrência posterior de Parto Pré-termo(PPT)”
, refere Joaquim Paulo Saraiva (investigador principal).O stress oxidativo é um tema que tem sido alvo de atenção e análise, dado que decorre de alterações moleculares e tecidulares resultantes de um desequilíbrio entre a continuada produção de espécies reactivas de oxigénio (ROS) de efeito oxidante e o teor ou actividades de moléculas antioxidantes. Este provoca a oxidação e disfunção de biomoléculas importantes que foram relacionadas com distúrbios da gravidez, nomeadamente PPT, pré-eclâmpsia, restrição de crescimento uterino e descolamento placentar.

Partindo do pressuposto que no decorrer da gravidez há um equilíbrio do estado redox que pode ser alterado por factores predisponentes ao desencadeamento do PPT, a equipa de investigação propôs-se a estudar indicadores séricos do estado de oxidação, como as substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico, a carbonilação de proteínas séricas e o teor de dismútase de superóxido.

O estudo que está a ser realizado incide sobre esses indicadores, em quatro momentos da gravidez sem intercorrências, e visa a comparação com os dados das grávidas diagnosticadas com ameaça de PPT e PPT em qualquer idade gestacional após as 22 semanas de gestação. Os potenciais marcadores apresentados serão testados para a sua capacidade preditiva de desfechos desfavoráveis.

Além de aprofundar os conhecimentos sobre como normalmente estes indicadores séricos relacionados com o stress oxidativo se comportam com o aumento da idade gestacional e no início de trabalho de parto espontâneo a termo, o projecto de investigação pretende também testar a sua aplicabilidade como preditores de APPT/PPT.

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