sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Coimbra terá primeiro centro de ensaios clínicos de fase I em Portugal

Por Sara Pelicano O CHUC já faz ensaios clínicos de fase II, III e IV. O CHUC já faz ensaios clínicos de fase II, III e IV. O centro de ensaios clínicos de fase I é o local onde começa a ser estudada a segurança de medicamentos em desenvolvimento. Os fármacos são testados em pessoas saudáveis e avalia-se, mais do que a eficácia, a segurança de determinadas moléculas para desenvolvimento futuro. O primeiro destes centros em Portugal irá nascer em 2014, no Hospital dos Covões, em Coimbra. “Será um centro especializado na investigação de medicamentos, dispositivos médicos e tecnologias inovadoras, onde uma equipa altamente especializada conduzirá os primeiros estudos em seres humanos, permitindo ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) estar ainda mais na vanguarda da inovação, disponibilizando estes avanços da medicina mais precocemente a um número maior dos seus doentes, sempre salvaguardando a sua segurança e o respeito pelas normas éticas e deontológicas”, explica o presidente do conselho de administração do CHUC, José Martins Nunes. O centro vai incidir o seu trabalho em áreas médicas como a neurologia, neurociências, pneumologia, cardiologia e metabolismo. Especialidades onde queremos “consolidar a nossa posição de liderança”, avança o entrevistado. No entanto, o projecto vai permitir alargar as áreas de estudo e serão exploradas especialidades como oncologia, doenças raras, doenças infecciosas e auto-imunes e áreas ligadas ao envelhecimento. Com este centro de ensaios clínicos de fase I, Portugal, em particular o Hospital dos Covões, aproxima-se da realidade europeia, onde é comum a existência destes centros. José Martins Nunes sublinha que com este centro “um número cada vez maior dos nossos doentes passarão a dispôr das mais recentes inovações em termos de medicamentos, dispositivos médicos e tecnologias de saúde, sendo acompanhados por equipas de investigação altamente diferenciadas e experientes, garantindo o rigoroso cumprimento das normas éticas e deontológicas”. A estrutura não vai trazer custos acrescidos nem aos doentes, nem ao Estado. “Com esta aposta do CHUC, todos saem a ganhar: os doentes, os profissionais de saúde, os contribuintes, a cidade de Coimbra e o nosso país”, reforça o presidente do conselho de administração do CHUC. José Martins Nunes. José Martins Nunes. O projecto concretizar-se-á com o apoio de diversas empresas e entidades ligadas à investigação clínica. O centro vai ser instalado em espaços que, com a reorganização dos serviços do CHUC, ficarão devolutos e serão requalificados para o efeito. “Em face disto, o investimento financeiro neste projecto é diminuto, sobretudo se considerarmos as suas enormes vantagens e potencialidades”, diz José Martins Nunes. A criação deste centro revela também a aposta do CHUC na investigação clínica, “um eixo estratégico da sua actividade”. O entrevistado relembra que “a proximidade e excelentes relações que temos com a Universidade de Coimbra, os seus laboratórios associados e as numerosas empresas de tecnologias de saúde que existem na cidade, reunidas em aliança, sob a égide do CHUC, na Coimbra Health, conferem-nos diversas vantagens competitivas nesta área relativamente a outras geografias”. Este é o momento para avançar com a abertura do centro de ensaios clínicos de fase I porque os processos burocráticos estão diminuídos e as entidades responsáveis estão mais céleres na tomada de decisão. “Entidades como a Comissão de Ética para a Investigação Clínica (CEIC) e o Infarmed também têm vindo a melhorar a sua rapidez de autorização dos ensaios clínicos, pelo que achamos que este é o momento para uma renovada aposta do CHUC e do país na investigação clínica e biomédica”, afirma José Martins Nunes. A nova estrutura trará também a criação de postos de trabalho. De uma forma directa está prevista a contratação de 20 pessoas, além de atrair para o CHUC, para os parceiros da Coimbra Health e para cidade “numerosas oportunidades, que certamente se materializarão num número muito superior de postos de trabalho altamente qualificados”, conclui José Martins Nunes.

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