sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Taxa de suicídio é mais elevada entre os homens dos concelhos rurais

A taxa de suicídio tem uma correlação evidente com o grau de ruralidade, a densidade populacional e o nível de rendimentos mensais, revela um estudo realizado por uma equipa multidisciplinar de investigadores da Universidade de Coimbra (UC), no âmbito das implicações das desigualdades sociais na saúde. Os primeiros resultados vão ser apresentados durante o I BioAnthropological Meeting: a musltidisciplinary approach (BAM) – a decorrer nos próximos dias sexta e sábado, em Coimbra. A equipa, liderada por Manuela Alvarez, do Departamento de Ciências da Vida, analisou 197 suicídios observados no distrito de Coimbra, nos anos 2000 a 2004, e 16. 497 suicídios registados nas sub-regiões NUTS III (Unidades Territoriais definidas pelo INE para fins Estatísticos), de Portugal Continental, nos anos 1991 a 2010. Os primeiros resultados, referentes aos 17 concelhos do distrito de Coimbra, revelam que, entre os anos 2000 e 2004, os homens contribuíram com 80,2 por cento dos óbitos por suicídio e as mulheres com 19,8 por cento. O número de mortes intencionais foi maior em populações residentes em freguesias mais rurais, populações mais isoladas e com rendimentos mais baixos. Sobre a distribuição dos óbitos por concelho, por 100 mil habitantes, o estudo mostrou uma distribuição heterogénea, com os concelhos do interior, Tábua, Góis e Penela a registarem taxas de suicídio mais elevadas. Montemor-o-Velho foi o concelho do litoral que registou maior prevalência de suicídios. Enforcamento e envenenamento No que respeita à faixa etária, em praticamente todos os concelhos a maior parte dos suicídios vitimaram pessoas com mais de 65 anos, à excepção dos municípios de Penela e Vila Nova de Poiares que apresentaram maior prevalência na população mais jovem, entre os 15 e os 24 anos de idade. O tipo de lesão mais frequente em homens e mulheres foram o enforcamento e o envenenamento com pesticidas. De acordo com a investigadora, “estes resultados devem ser considerados na interpretação da variação dos valores da taxa de suicídio ao longo do tempo e do espaço e, deste modo, contribuir para o esforço de clarificação da problemática do suicídio em contexto social”. O I BAM, onde vão ser conhecidos outros estudos da área da Antropologia Biológica, pretende justamente apresentar a mais recente investigação que tem vindo a ser desenvolvida neste campo, destacando a Antropologia Forense, a Genética de Populações, a Ecologia Humana, a Primatologia, a Evolução Humana e o estudo das Populações do Passado.

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