sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Descoberta da função do gene Meis1 inicia nova era no tratamento de falhas cardíacas

Uma equipa de investigação do departamento médico da Southwest Texas State University relatou recentemente a descoberta da função que o gene Meis1 tem na regulação da capacidade de regeneração do coração. “Descobrimos que a actividade do Meis1 aumenta significativamente nas células do coração logo depois do nascimento, coincidindo com a altura em que as células do músculo param de se dividir”, diz Hesham Sadek, professor assistente de medicina interna na divisão de cardiologia e autor sénior do estudo, agora publicado na «Nature». Baseando-se nesta observação, os investigadores questionaram: se o Meis1 for eliminado do coração, as células continuarão a dividir-se ao longo da idade adulta? A resposta é positiva. Em 2011, experiências de laboratório de Sadek mostraram que o coração de mamíferos recém-nascidos é capaz de uma vigorosa resposta regenerativa aos danos através da divisão das suas próprias células. À medida que o recém-nascido se desenvolve, o coração perde rapidamente esta habilidade de regeneração e de reparação de danos como, por exemplo, os provocados por um ataque cardíaco. Hesham Sadek Hesham Sadek A equipa demonstrou que através do bloqueio do Meis1, é possível alargar o período de proliferação no coração de ratinhos recém-nascidos. É reactivado, igualmente, o processo regenerativo do coração de ratos adultos sem provocar problemas a nível das funções cardíacas. “Meis1 é um factor de transcrição que actua como um programa de software, com capacidade de controlar a função de outros genes. Neste caso, verificou-se que o Meis1 controla vários genes que normalmente actuam como travões na divisão celular”, explica Sadek. Assim sendo, o Meis1 poderá ser utilizado “como um botão de ligar/desligar para fazer as células dos corações adultos dividirem-se. Se isto for feito com sucesso, esta capacidade pode dar início a uma nova era no tratamento de falhas cardíacas”.

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