sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Investigadores desenvolvem fármaco para tratar stress pós-traumático

O gene que regula a sensação de medo nos seres humanos e outros animais – o oprl1 – está implicado no stress pós-traumático, problema psiquiátrico que afecta quem passou por situações de violência como acidentes, atentados ou cenários de guerra. O gene produz o receptor da nociceptina. As moléculas agonistas, ou futuros medicamentos dirigidos a estimulá-lo, previnem o stress pós-traumático nas experiências realizadas em ratinhos. Os cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Emory, Atlanta, publicam agora os resultados da sua investigação na «Science Translational Medicine». Raül Andero e a sua equipa estão a planear testar este tipo de fármaco em vítimas de atentados ou acidentes, imediatamente depois da situação traumática e antes que desenvolvam plenamente os sintomas do stress pós-traumático. Os agonistas (estimuladores) do receptor de nociceptina (oprl1) têm propriedades que tornam atractiva a sua aplicação farmacológica. Os investigadores começaram por administrá-los aos seus modelos animais por injecção directa na amígdala cerebelosa – estrutura de onde emana o medo em roedores e humanos – mas posteriormente conseguiram obter bons resultados administrando o fármaco de formas mais aceitáveis para futuros pacientes, sendo até que será possível ser administrado em fora de pastilhas. O receptor oprl1 é muito similar ao receptor de opiáceos, que é o componente neuronal através do qual a morfina e os seus derivados exercem a sua acção no cérebro, incluindo a adição a essas drogas. No entanto, essa semelhança não impede que se possam dirigir fármacos específicos a cada um deles. Os agonistas de oprl1 utilizados pelos investigadores são completamente cegos ao receptor de opiáceos o que evitará problemas legais de comercialização. O receptor de nociceptina (a proteína fabricada pelo gene oprl1) e a própria niociceptina estão implicados no controlo de vários processos cerebrais tanto em humanos como nos outros mamíferos, sobretudo em actividades relacionadas com os instintos e as emoções.

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