A ansiedade de estar doente no hospital?
O ambiente do quarto pode ajudar!
Cláudia Andrade e Ann Devlin investigam mecanismos psicológicos
que estão subjacentes a esta relação.
2014-09-11
Há décadas que a investigação em psicologia ambiental da saúde tem vindo a demonstrar a influência do ambiente físico hospitalar no bem-estar dos doentes. Cláudia C. Andrade (ISCTE-IUL) e Ann S. Devlin (Connecticut College) estão interessadas em compreender porquê, ou seja, em investigar os mecanismos psicológicos que estão subjacentes a esta relação.
A seguir, os participantes leram uma de oito possíveis listas de elementos/comodidades do quarto favorecendo a) percepção de controlo (p.e., iluminação e temperatura ajustáveis pelos pacientes, janela que se pode abrir, frigorífico), b) distracção positiva (e.g., quadros com imagens da natureza, plantas, TV, espaço para fotografias da família e amigos), c) suporte social (e.g., espaço e cadeiras para visitas; Internet (e.g., email, skype); telefone; sofá-cama para família e amigos); d) uma de todas as combinações possíveis destes elementos; e) todos os elementos; ou f) nenhum elemento.
Os participantes a quem não foi apresentado nenhum elemento e aqueles a quem foram apresentados apenas elementos que proporcionam controlo imaginaram-se a sentir significativamente mais ansiedade naquela situação.
Este e outros estudos sobre as reacções das pessoas ao contexto físico hospitalar são úteis para informar decisões relacionadas com o design e a arquitectura dos hospitais. Considerando os conhecidos os efeitos negativos do stress na saúde (nomeadamente na susceptibilidade a doenças, no seu desenvolvimento, ou em dificultar a recuperação), todas as intervenções que possam reduzir o stress e aumentar o bem-estar dos doentes são importantes.
Aquelas que envolvem criar melhores condições para os doentes (nos quartos, nas salas de espera, em termos de orientação dentro hospital, etc) são certamente das mais simples.
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