Um pedaço crucial de informação
no puzzle molecular oncológico
Identificada nova situação patológica, envelhecimento precoce
e formação de tumor no fígado
2014-10-01
Por Bruno Vaz *
* Investigador da Universidade de Oxford
Em determinadas situações patológicas, as mutações são directamente transmitidas dos pais para os filhos, sendo por si suficientes para aumentar a possibilidade de formação de tumores. Um dos exemplos mais conhecidos de transmissão genética corresponde a mutações no gene BRCA1/2 (causa de 25% dos tumores a mama), foram recentemente publicitados pela atriz Angelina Jolie.
O leque de possíveis causas genéticas para o cancro estende-se a mais de uma centena de síndromes genéticos raros. Apesar de estes síndromes afectarem um numero limitado de pacientes, o seu estudo tem-se revelado crucial na compreensão dos processos moleculares do desenvolvimento tumoral, permitindo identificar novos factores chave e alvos de novas estratégias terapêuticas.
O artigo “Mutations in SPRTN cause early onset hepatocellular carcinoma, genomic instability and progeroid features”, publicado esta semana na revista Nature Genetics, identifica um novo gene envolvido na manutenção da estabilidade genética e adiciona um pedaço crucial de informação no puzzle molecular oncológico e de envelhecimento.
O trabalho, fruto de uma colaboração apertada entre médicos, geneticistas e biólogos moleculares permitiu identificar uma nova situação patológica, envelhecimento precoce e formação de tumor no fígado, uma nova causa genética, mutações no gene SPRTN, e identificar a função da proteína Spartan responsável pela instabilidade genética.
O nosso grupo de investigação do CRUK/MRC Oxford Institute for Radiation Oncology da Universidade de Oxford descobriu que a proteína Spartan (SPTRN) é importante para a replicação do DNA e na regulação do checkpoint celular (G2-M) através de mecanismo “barreira” que previne a transmissão de alterações no DNA da célula mãe para as células filhas. Mutações em SPRTN causam stress replicativo e levam a acumulações de mutações durante a replicação do DNA.
Posteriormente defeitos no checkpoint levam a que essas mutações sejam transmitidos a prole de células filhas iniciando um processo de transformação tumoral e/ou envelhecimento precoce. Contudo ainda não é claro a razão pela qual alguns tecidos envelhecem enquanto que outros desenvolvem tumores.
A colaboração multidisciplinar permitiu ainda delinear terapias alternativas para o único paciente com vida, um australiano com 15 anos de idade. Os dados obtidos a nível molecular sugeriram o transplante de fígado como a opção mais viável para combater o tumor, bem como o tratamento com um tipo específico de imunossupressores.
O leque de possíveis causas genéticas para o cancro estende-se a mais de uma centena de síndromes genéticos raros. Apesar de estes síndromes afectarem um numero limitado de pacientes, o seu estudo tem-se revelado crucial na compreensão dos processos moleculares do desenvolvimento tumoral, permitindo identificar novos factores chave e alvos de novas estratégias terapêuticas.
O trabalho, fruto de uma colaboração apertada entre médicos, geneticistas e biólogos moleculares permitiu identificar uma nova situação patológica, envelhecimento precoce e formação de tumor no fígado, uma nova causa genética, mutações no gene SPRTN, e identificar a função da proteína Spartan responsável pela instabilidade genética.
O nosso grupo de investigação do CRUK/MRC Oxford Institute for Radiation Oncology da Universidade de Oxford descobriu que a proteína Spartan (SPTRN) é importante para a replicação do DNA e na regulação do checkpoint celular (G2-M) através de mecanismo “barreira” que previne a transmissão de alterações no DNA da célula mãe para as células filhas. Mutações em SPRTN causam stress replicativo e levam a acumulações de mutações durante a replicação do DNA.
Posteriormente defeitos no checkpoint levam a que essas mutações sejam transmitidos a prole de células filhas iniciando um processo de transformação tumoral e/ou envelhecimento precoce. Contudo ainda não é claro a razão pela qual alguns tecidos envelhecem enquanto que outros desenvolvem tumores.
A colaboração multidisciplinar permitiu ainda delinear terapias alternativas para o único paciente com vida, um australiano com 15 anos de idade. Os dados obtidos a nível molecular sugeriram o transplante de fígado como a opção mais viável para combater o tumor, bem como o tratamento com um tipo específico de imunossupressores.
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