quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Estudo da UMinho avalia efeito de corticosteroides
no desenvolvimento dos bebés prematuros

O objectivo é avaliar o desenvolvimento das estruturas cerebrais mais vulneráveis

2014-07-30
A investigadora a receber a bolsa doutoral
A investigadora a receber a bolsa doutoral
Um estudo da Universidade do Minho está a avaliar o desenvolvimento cerebral dos fetos que foram sujeitos durante a gravidez a corticosteroides, um grupo de anti-inflamatórios eficaz, mas que tem gerado controvérsia sobre os seus efeitos no desenvolvimento da criança.

A investigação, realizada por Alexandra Miranda, foi recentemente premiada com a bolsa de doutoramento José de Mello Saúde, de 20 mil euros. A aluna da Escola de Ciências da Saúde da UMinho vai assim dedicar a tese doutoral em Medicina ao tema “Efeito da Corticoterapia Antenatal no Neurodesenvolvimento Fetal
O objectivo é avaliar, através de neurossonografia fetal com ecografia 3D, o desenvolvimento das estruturas cerebrais mais vulneráveis a níveis elevados de glucocorticoides e depois compará-lo com fetos sem exposição a estes fármacos. “Pretendemos encontrar factores de prognóstico para os fetos que irão desenvolver distúrbios cognitivos, afectivos e comportamentais na fase pós-natal e ainda clarificar qual é o perfil de segurança pré-natal”, explica Alexandra Miranda, que realiza o trabalho no ICVS - Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da UMinho e no Hospital de Braga.

Os bebés prematuros frequentemente apresentam dificuldade respiratória
Os bebés prematuros frequentemente apresentam dificuldade respiratória
“Os bebés prematuros frequentemente apresentam dificuldade respiratória porque os pulmões ainda não se desenvolveram completamente, pelo que os corticoides ajudam a prevenir esta complicação”,
diz. O nascimento prematuro (até às 37 semanas de gravidez) é a maior causa de morte neonatal. Administrar a corticoterapia a grávidas em risco de parto pré-termo trouxe grandes melhorias ao reduzir dificuldades respiratórias, hemorragias cerebrais e problemas gastrointestinais.

“Há, contudo, alguma polémica na comunidade científica sobre os efeitos tardios dos corticoides no sistema nervoso central, desde alterações no comportamento a dificuldades na aprendizagem, sem ter ainda havido inequivocamente um substrato anatómico cerebral que justifique estas afirmações”, realça a cientista, que espera ter conclusões preliminares a médio prazo.

Alexandra Miranda tem 28 anos e é natural do Porto. Fez o mestrado integrado em Medicina na UMinho, onde é atualmente doutoranda em Medicina, investigadora do ICVS e professora convidada da Escola de Ciências da Saúde. Está também a realizar o internato médico (3º ano) na especialidade de Ginecologia e Obstetrícia no Hospital de Braga.

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