quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Vaca clonada a partir de células do tecido adiposo

Experiência foi levada a cabo na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

2013-05-22
A vaca é da raça Guzerá, como este macho (fotografia José Reynaldo da Fonseca)
A vaca é da raça Guzerá, como este macho (fotografia José Reynaldo da Fonseca)
A vitela “Brasília de Cerrados”, que vive no Brasil, é a única sobrevivente da experiência de clonagem a partir de uma célula de tecido adiposo. A pequena vaca, da raça guzerá leiteira, nasceu a 23 de Abril passado, nas explorações experimentais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Planaltina, perto de Brasília.
Outro bovino produzido a partir de células estaminais induzidas do tecido adiposo nasceu vivo mas morreu logo de seguida.
No país que produz a maior quantidade de bovinos no mundo inteiro, este animal tem a particularidade de ser o primeiro fruto de uma experiência destinada a clonar vacas a partir de células da camada adiposa de outro animal.
Segundo Carlos Frederico Martins, investigador da Embrapa e coordenador do projecto, este é o primeiro nascimento com este tipo de clonação celular de que se tem conhecimento na literatura científica mundial.
A bezerra nasceu com 35 quilogramas de peso e em perfeitas condições de saúde. O animal foi produzido através da técnica de clonagem de transferência nuclear, que consiste em introduzir o material genético de uma célula num ovocito da mesma espécie, a que se tirou o material genético.
Este ovocito é activado para que comece a multiplicar-se e convertido num embrião que é imediatamente implantado no útero de vacas receptoras que serão as “mães de aluguer”.
Brasília de Cerrados é fruto das tecnologias de ponta da Embrapa, empresa estatal considerada uma referência mundial em investigação agropecuária tropical, que já fez com que o Brasil se convertesse num dos maiores produtores de alimento do mundo.
Segundo Martins, o êxito com as células adiposas permite pensar na possibilidade de se clonar animais modificados geneticamente para induzi-los a produzir proteínas de interesse humano, como insulina ou factores de coagulação humana.

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