quarta-feira, 15 de outubro de 2014

E você? Gostaria de ter uma casa passiva?

Alemanha já as constrói há mais de 20 anos

2014-03-04
Por Romeu Vicente *
Uma das casas passivas construídas na Alemanha
Uma das casas passivas construídas na Alemanha
Conforto higrotérmico contínuo, qualidade do ar, salubridade, durabilidade e qualidade de construção, associada a uma fatura energética baixa, apenas é possível com habitações passivas!

O investimento a longo prazo que fazemos na compra ou construção de uma habitação, a percentagem do nosso vencimento mensal alocada a uma renda e à fatura energética exige que façamos a mudança do paradigma de exigência das nossas escolhas e opções em relação à nossa habitação que tanto apelamos de lugar de refúgio e conforto.

* Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro
O conceito Passive House (Casa Passiva), após 22 anos da construção do primeiro conjunto de casas passivas e de mais de 40.000 edifícios construídos, continua a evoluir e a mudar a forma como concebemos, planeamos e construímos edifícios.

Ultimamente a expansão e adaptabilidade do conceito de Casa Passiva a diferentes climas e tipologias construtivas tem evoluído de forma exponencial, impulsionado ainda pela preocupação do uso racional da energia e da sustentabilidade da construção. O modo como se processa a forma de construir ao abrigo do conceito Casa Passiva não é mais do que a forma optimizada no nosso exercício enquanto engenheiros e arquitectos.

Da direita para a esquerda: Romeu Vicente, Ana Alves e Fernanda Rodrigues, dirigentes da Associação Casa Passiva
Da direita para a esquerda: Romeu Vicente, Ana Alves e Fernanda Rodrigues, dirigentes da Associação Casa Passiva
O conceito não é restrito a uma tipologia construtiva ou nível de qualidade de construção. As preocupações subjacentes ao conforto térmico e a complexidade dos vários parâmetros que entram em "jogo" na sua definição, sejam elas a ventilação, qualidade da envolvente opaca, ganhos solares, estanquidade, humidade relativa, etc… são objecto de grande rigor ao abrigo do standard Passive House.

As metas europeias estabelecem que os edifícios públicos, até 2018, e a construção residencial, até 2020, terão de cumprir os requisitos de baixo impacte energético, ou seja, Nearly Zero Energy Buildings (NZEB). Os princípios da Casa Passiva, de consumo energético baixo, vão precisamente ao encontro destas metas estabelecidas para os países membros da União Europeia. Por outro lado, o Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação (REH) que entrou em vigor em Dezembro de 2013, vai também ao encontro dos princípios da Casa Passiva definidos no standard Passive House.

O Município de Frankfurt, na Alemanha, tem sido impulsionador da construção de Casas Passiva constituindo um exemplo de responsabilidade social, ao construir edifícios passivos e ao exigir que em terrenos adquiridos ao município se construam edifícios Passive House.

No próximo dia 8 de Março irão decorrer as Jornadas Casa Passiva, na Universidade de Aveiro, evento promovido pelo Departamento de Engenharia Civil e pela Associação Casa Passiva que procura promover a arquitetura bioclimática em Portugal e o standard Passive House, para se atingir a meta dos edifícios de emissão quase nula em Portugal (Net Zero Energy Buildings).

Maquete de uma casa a construir em Portugal
Maquete de uma casa a construir em Portugal
Os promotores do encontro, os docentes do Departamento de Engenharia Civil, Romeu Vicente, Fernanda Rodrigues e a investigadora Ana Alves, todos eles dirigentes da Associação Casa Passiva (PassivHaus Zero-Energy), sublinham que esta iniciativa será uma oportunidade rara para conhecer em profundidade e ouvir quem investiga, constrói e habita casas de baixo consumo e elevado conforto.

Referem ainda que estão a desenvolver um projeto de investigação de casas passivas – adaptabilidade para climas do Sul da Europa, na qual está prevista a construção de uma casa passiva que será concluída em Junho 2015, cuja apresentação decorrerá também durante as Jornadas.

A Casa Passiva (PassivHaus Zero-Energy) é uma recente associação sem fins lucrativos que pretende promover o prática, divulgação e investigação da arquitetura bioclimática e do standard Passive House para atingir a meta dos edifícios de emissão quase nula em Portugal.

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