sexta-feira, 17 de junho de 2011

Cirurgia pulmonar pode vir a ser feita através da boca Investigador da UMinho distinguido com o Prémio da Melhor Comunicação Oral 2011 2011-06-08

Fazer uma cirurgia torácica complexa através da boca, como uma lobectomia pulmonar, pode vir a ser uma prática comum a curto prazo. Este método impede complicações associadas às feridas cutâneas, diminui a dor pós-operatória, os distúrbios fisiológicos e, consequentemente, permite realizar mais cirurgias em regime de ambulatório. Além disso, possibilita retomar a vida activa mais rapidamente.

Estas são as conclusões do estudo de João Moreira Pinto, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho, que acaba de ser distinguido com o prémio da melhor comunicação oral de 2011, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Cirurgia Minimamente Invasiva e pela Associação Portuguesa de Cirurgia de Ambulatório.
O procedimento premiado implica uma incisão da parede torácica de apenas dez milímetros: “Um gastroscópio convencional, com um canal de trabalho para a passagem de instrumentos flexíveis, é introduzido pela boca, e através do esófago. Introduziu-se também um toracoscópio que permite fazer passar instrumentos rígidos e, simultaneamente, visualizar e guiar instrumentos articulados introduzidos pelo esófago”, explica o cirurgião, que está a desenvolver o doutoramento na Escola de Ciências da Saúde (ECS) da UMinho.

O seu trabalho «Lobectomia pulmonar superior direita transesofágica - estudo ‘in vivo’» tem como objectivo resolver as limitações da cirurgia torácica endoscópica por orifícios naturais nos seres humanos. Foi aplicado em modelos suínos, mas pretende-se prolongar o procedimento ao ser humano.

“Os resultados demonstram que a utilização de uma porta transtorácica auxiliar permite efectuar procedimentos endoscópicos transesofágicos mais complexos, proporcionando uma maior segurança e eficiência neste âmbito”, reforça.

A distinção foi-lhe atribuída durante o Congresso de Cirurgia Minimamente Invasiva e de Ambulatório, no Algarve. O estudo foi desenvolvido com a colaboração dos professores Carla Rolanda e Jorge Correia-Pinto, do investigador Aníbal Ferreira e da veterinária Alice Ferreira.





Biografia
João Moreira Pinto licenciou-se em Medicina no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, tendo também presidido a Associação de Estudantes. Foi depois para Timor fazer voluntariado pela Associação Médica Internacional. Começou a trabalhar no Hospital de Braga e, actualmente, está a completar o internato em Cirurgia Pediátrica, no Centro Hospitalar do Porto, e a realizar o doutoramento em Medicina na UMinho, onde também investiga no grupo de Ciências Cirúrgicas do ICVS. Desde 2010, é assistente convidado e dá aulas de Sistemas Orgânicos e Funcionais na licenciatura de Medicina desta instituição.

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