sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pele de anfíbios pode tratar mais de setenta doenças Proteínas encontradas têm potencial para eliminar células cancerígenas

Uma equipa de investigação da Universidade de Queen, em Belfast (Irlanda), descobriu que as proteínas da pele de duas espécies de sapo têm efeitos positivos no tratamento do cancro, diabetes, derrames cerebrais e em doentes transplantados, uma vez que regulam o crescimento dos vasos sanguíneos.

A investigação premiada, liderada pelo docente Chris Shaw, da Universidade de Farmácia de Queen, identificou duas proteínas nas secreções da pele da Rã Macaco Cerosa (Waxy Monkey Toad) e do Sapo Gigante Barriga de Fogo (Giant Firebellied) que podem ser usadas de forma controlada e direccionada para regular a angiogénese.
Esta descoberta tem potencial para conseguir desenvolver novos tratamentos para mais de setenta doenças importantes e condições que afectam milhões de pessoas a nível mundial. A proteína na pele da Rã Macaco Cerosa tem a possibilidade de eliminar células cancerígenas.

“A maior parte destas só se transformam em tumores quando se alimentam dos vasos sanguíneos e impedir o crescimento desses vasos vai travar o desenvolvimento das células, tendo o potencial de transformar o cancro de doença terminal em doença crónica", refere o docente na página da universidade.

Os cientistas capturam as rãs e extraem as secreções, antes de voltar a libertá-las, não sendo estas prejudicadas durante este processo. Um dos objectivos deste trabalho é mostrar o potencial do mundo natural – como estas secreções poderão aliviar o sofrimento do ser humano. “Estamos convencidos que o mundo natural assegura as soluções para muito dos nossos problemas, apenas precisamos de colocar as perguntas correctas e encontrar a solução”, explicou Shaw.

A pele do sapo Gigante Barriga de Fogo (Giant Firebellied) tem o efeito contrário, ou seja, estimula o crescimento dos vasos sanguíneos. "Esta proteína tem o potencial de tratar uma grande quantidade de doenças que requerem a reparação imediata dos vasos sanguíneos, como cicatrização de feridas, órgãos transplantados, úlceras diabéticas e problemas causados por derrames cerebrais e doenças cardiovasculares", continuou.

Segundo Chris Shaw, “seria uma grande vergonha se a droga maravilha para tratar o cancro existisse na natureza e não se fizesse tudo para que funcionasse”. O cientista e a sua equipa receberam, esta semana, o prémio de louvor na inovação de tratamento de doenças cardiovasculares do Centro Médico de Inovação, em Londres. Este é um dos prémios com mais prestígio da Europa no que diz respeito a tratamentos inovadores nos serviços de saúde.

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