segunda-feira, 27 de junho de 2011

Estudo inglês Dieta extrema reverteu diabetes do tipo 2 em doentes 24.06.2011 - 19:41 Por PÚBLICO

A diabetes do tipo 2 pode não ser incurável. Uma dieta extrema aplicada a pessoas que descobriram há poucos anos que sofriam da doença, conseguiu reverter o seu estado e repor a produção de insulina no pâncreas. A descoberta fez parte de um estudo da Universidade de Newcastle, Reino Unido, que foi apresentado hoje numa conferência da Associação Americana dos Diabetes.A diabetes do tipo 2 é causada pelo consumo excessivo de açúcar que acaba por pôr em causa o funcionamento da insulina – a substância que ajuda a metabolizar o açúcar (glicose) no sangue. Por um lado, as células do corpo ganham resistência à insulina, por outro a produção desta hormona no pâncreas é debilitada.

Sem a hormona, a glicose acumula-se no sangue em valores altos, a chamada glicemia, e se não é controlada vai causando efeitos cada vez mais perigosos para o corpo, desde cegueira, problemas de circulação que podem obrigar os doentes a amputar as extremidades, até aos ataques cardíacos. Medicação, uma dieta cuidada e exercício físico podem controlar a diabetes por anos mas não curam o problema.

A investigação feita na Universidade de Newcastle em onze indivíduos que tinham descoberto há menos de quatro anos a doença, submeteu-os a uma dieta extrema. Durante oito semanas, os diabéticos ingeriram apenas 600 calorias por dia, menos de um terço da dose diária recomendada. A alimentação passava por líquidos nutritivos e vegetais sem amido.

Passados três meses, sete dos onze indivíduos não tinham diabetes. “Ter pessoas livres de diabetes depois de anos nesta condição é marcante – e tudo por causa de uma dieta de oito semanas”, disse citado pelo Guardian Roy Taylor, professor da Universidade de Newcastle, que liderou o estudo. Depois da dieta, os pacientes voltaram a uma alimentação normal, com aconselhamento sobre os alimentos e as quantidades que deveriam ingerir.

Ao fim de uma semana da dieta, análises feitas aos pacientes mostravam já uma concentração normal de açúcar antes do pequeno-almoço. Mais tarde, os exames feitos ao pâncreas destes doentes mostraram que a acumulação de gordura tinha diminuído e que o órgão tinha voltado a produzir insulina de uma forma normal.

“Acreditamos que isto mostra que a diabetes do tipo 2 está relacionada com o balanço de energia no corpo”, disse Taylor. “Se se come mais do que o que se gasta, o excesso é acumulado no fígado e no pâncreas em gordura, o que pode levar à diabetes do tipo 2 em algumas pessoas. O que precisamos de examinar mais é porque é que algumas pessoas são mais susceptíveis ao desenvolvimento da doença do que outras.”

Segundo o investigador, só cerca de cinco a dez por cento das pessoas é que serão capazes de se manter numa dieta tão dura quanta a necessária. Um regime destes deverá sempre ser supervisionado por um médico.

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