quarta-feira, 1 de junho de 2011

Combater a obesidade com a gordura “boa” do corpo

Investigadores da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, dizem ter encontrado uma forma de tornar a gordura corporal num tipo benéfico de gordura que queima calorias e faz as pessoas perderem peso.

A experiência foi feita em ratos, mas os cientistas acreditam que o mesmo pode ser feito em humanos, o que abre portas a novos tratamentos para a obesidade, revelou um artigo publicado na revista "Cell Metabolism".

Ao modificar a expressão de uma proteína ligada ao apetite, não houve apenas uma perda de peso mas também foi alterada a composição da gordura: a gordura branca, considerada “má” para o organismo, transformou-se em massa adiposa castanha, que tem efeitos benéficos.
A gordura castanha ou termogénica é essencial para a protecção térmica dos bebés, visto que estes não têm outra forma de resistir a grandes mudanças de temperatura, pois o seu metabolismo ainda não está preparado para isso. Usam-na como fonte de energia para gerar calor corporal, através da queima de calorias. Contudo, à medida que se envelhece, este tipo de massa adiposa vai desaparecendo, sendo substituída pela branca, responsável pelo excesso de peso e problemas de saúde associados.

Com esta investigação, os especialistas acreditam que estimular o organismo a produzir mais gordura castanha em vez de branca seria uma forma positiva de controlar o peso e prevenir assim a obesidade. Vários grupos científicos já procuraram realizar esta tarefa, mas só agora a equipa americana, liderada por Sheng Bi, alcançou este objectivo.



Na experiência realizada com ratos, começaram por suprimir a proteína NPY, que estimula o apetite, para verificar se tal faria diminuir o peso dos roedores. Constataram então que, sem a expressão da NPY, o apetite diminui. Mesmo quando foram alimentados com uma dieta rica em gordura, mantiveram o peso, o que não aconteceu com os ratos em que esta proteína estava a ser expressa.

Ao comparar a composição da massa adiposa de ambos os grupos, os cientistas notaram que nos ratos em que a NPY tinha sido silenciada alguma da gordura branca tinha sido substituída pela castanha.
Os investigadores têm agora esperança de conseguir transpor estes resultados para os humanos, através da introdução de células de gordura castanha sob a pele para queimar a gordura branca e estimular a perda de peso. No entanto, mais estudos serão necessários para confirmar a eficácia desta abordagem que pode tornar-se numa alternativa viável para novos tratamentos da obesidade.

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